sábado, 31 de dezembro de 2011

Entender a Humanidade é perceber DEUS | O PODER SUPERIOR.


Bem tento perceber o que é DEUS, olhem que bem me esforço, mas como pode o limitado que há em mim, perceber o Ilimitado que é DEUS?!!!

Bem tento entender a Humanidade, olhem que bem me esforço, mas como pode um ser busca-dor, entender toda a diversidade que é representada pelo  finito fragmento de DEUS que está espelhada na Humanidade?!!!


Então se não me é possível sequer entender os meus semelhantes que são, no seu todo, uma ínfima parte do TODO que é DEUS, como posso almejar perceber o que DEUS É?!!!

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Mensagem de fim de ano

Esta é a minha mensagem de Fim de ano para todo (as). Que todos os dias, tenhamos a sabedoria necessária para fazer o que é necessário para este ser um mundo melhor e isso depende de todos e de cada um. Um bom ano de 2012 para todos (as).

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Os falsos e os verdadeiros mestres.


Um dia um Busca-dor perguntou a um homem que era por todos tido como mestre, como sábio, sabendo que este não aceitava que o chamassem de mestre ou que considerassem como sábio:
- Venerável Instrutor, porque não considera como aceitável que o vejam como um ser sábio, por aqueles que procuram seus ensinamentos ou que o chamem de mestre?
Olhando o Busca-dor, bem nos seus olhos, como que penetrando na sua alma, o Instrutor respondeu:
- Como posso aceitar algo que não é meu por mérito?!!
- Como assim senhor? – Retorquiu o Busca-dor.
- Veja, todos nós temos acesso à sabedoria, essa a que vocês julgam ser um dom exclusivo meu, pois ela está em todo o lado e é de todos. O meu único mérito é saber como lhe aceder e esse é, por sinal, a direcção do caminho que você terá que percorrer para constatar isso mesmo.


Natal, o significado perdido.

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_Natal, o significado perdido_ 

Cristo veio à terra, mas não veio no dia, no ano e muito menos nas circunstancias em que nos é apresentado. O Cristianismo como o conhecemos hoje, é tão ficcionado como o facto do pai natal, ser um produto do marketing moderno. No entanto há, quer num quer noutro uma centelha da verdade, para entender e encontrar essa verdade, não podemos querer que vivendo permanentemente na acídia, a verdade se nos apresente, sem que para tal tenhamos feito nada para a alcançar.
A sabedoria sagrada dos números, deixada por Pitágoras, revela-nos o significado perdido do Natal.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conto de Natal


Do cimo daquele terraço ele tinha a sensação de absoluta liberdade, pois dali, conseguia ver todo o parque e a rua que o circundava. Sempre que lhe era possível, subia até ali para observar o frenesim das pessoas que por ali passavam, era quase como ser omnipresente, pois a partir deste alto, quase que podia viver e sentir a vida de cada um que por ali circulava. Desde pequeno que se habituara a observar sem ser observado, pois este local permitia-lhe isso mesmo e deste, ele conseguia sempre conhecer genuinamente cada acto, cada emoção e cada reacção, pois quem era observado não tinha essa percepção.
Naquele dia solarengo, no lado do parque que ficava mesmo por baixo de sua casa, estava, sentado no passeio, um mendigo, certamente paraplégico, pois encontrava-se numa cadeira de rodas. Este era o seu local habitual, onde ele exercia a actividade que já o caracteriza e o ligava a este local – pedir esmolas.
 “- Certamente deverá estar a tentar conseguir algum dinheiro para fazer uma refeição decente. Há quanto tempo não terá uma refeição decente este pobre homem?” – Pensou ele.
 A hora de almoço aproximava-se e o frenesim das pessoas a saírem dos seus empregos já se fazia sentir. “ - Esta era de facto uma boa hora para tentar conseguir mais algum dinheiro para aquele mendigo.” E com este pensamento, quase que se viu na pele daquele pobre homem, levando-o a sentir um alivio quando se apercebeu que de facto não era aquela a sua condição.
Dos transeuntes que iam passando pelo mendigo, alguns iam deixando algumas moedas, dava para ver que era de facto uma boa hora para o mendigo, pois havia maior sensibilização dos que passavam para deixar pequenas ajudas, até porque a época Natalícia que se vivia também proporcionava a muitos um espírito mais fraterno e isso reflectia-se nas doações deixadas na sua caixa. Nisto, o mendigo, chama a atenção de um homem elegantemente bem vestido que pelo aspecto seria um executivo de alguma empresa que se situava por ali, este homem aproximou-se-lhe, não para lhe colocar uma esmola, mas porque o próprio mendigo o tinha chamado. 

No lugar onde estava, a sua omnipresença tinha uma falha, devido ao barulho provocado pelo transito e a distancia que o separava da cena, era impossível ouvir o que ambos diziam, mas de todos modos, eram possível interpretar o dialogo através da acção subsequente. Para ele era algo quase inato, pois desde sempre, enquanto observador daquele posto, teve que saber interpretar as acções sem o acesso aos diálogos. Era pois para ele, fácil fazer uma leitura correcta do que seria o dialogo entre aqueles dois, por muito invulgar que se apresentasse.
Assim, despertou em si ainda mais a atenção, pois o mendigo ao abordar este homem, certamente despertou a sua atenção, passando por isso a dedicar toda a sua concentração de bom observador.
O executivo, entretanto ao que parece, a pedido do próprio mendigo, retira da caixa das esmolas algumas moedas e vai embora. Para muitos seria estranho, mas para ele, habituado a observar, não fez qualquer interpretação, até porque a informação que tinha era muito pouca, simplesmente, esperou. Passados alguns minutos o executivo estava de volta e ao que parece, com ele, trazia a resposta à atitude que à primeira vista seria estranha, ao ter retirado parte do dinheiro das esmolas do mendigo. Com ele trazia algo num saco de papel, sacos típicos por ali os restaurantes usavam para o transporte de comida de refeições ditas rápidas.
Ao chegar junto ao mendigo, o executivo, colocou a sua pasta no chão e entregando-lhe o saco, com uma mão, em simultâneo, com a outra, colocou o que parecia ser o troco resultante da compra de tinha feito. Com este gesto, rapidamente voltou a pegar na sua pasta e quase que instantaneamente reiniciou o seu caminha que tinha sido interrompido pelo mendigo quando o chamou. Percebia-se nitidamente que o executivo estava com pressa e que aqueles preciosos minutos que despendeu para ajuda ao mendigo, eram parte do tempo que tinha para cumprir a sua refeição.
Nisto, com este pensamento na cabeça, o observador viu de repente o executivo parar e voltar-se para traz, como que de novo o mendigo o tivesse chamado e de facto assim tinha sido, pois ele, de novo, retomou na sua direcção.
“ – Claro.“ Pensou. “ – O mendigo, nem teve tempo de agradecer e deve tê-lo chamado para o fazer.” Ainda sem ter terminado este seu pensamento e já estava perplexo com o que via. O mendigo de mão estendida para o executivo, com metade do seu pão. Pão esse que há poucos minutos o executivo tinha ido comprar, despendendo parte do seu período de almoço para o fazer.
“ – Quase que diria que o mendigo também percebeu que esse tempo, para o executivo, era tudo o que tinha naquele momento.” Pensou ele.
Já estupefacto, o observador, mais espantado ficou ao ver a resposta gestual do executivo ao convite do mendigo. Este, recebeu a oferta que lhe estava a ser invulgarmente  feita e não só, como em simultâneo, poisou a sua pasta no chão e usando os degraus de uma escada que ai estava, sentou-se junto do mendigo. Assim, os dois, executivo e mendigo, iniciaram a sua invulgar refeição, juntos, sem que quem passava, deixasse de olhar, não no sentido critico, mas unicamente pela invulgaridade de tal cenário.

Durante este acto de comunhão absolutamente fraterna,  enquanto durou, todos os que por ali passavam, olhavam, mas sem no entanto ter o privilegio de ter tido acesso a todo o cenário, a toda a historia, como teve ele enquanto observador. Só ele percebeu em plenitude o que ali tinha ocorrido não era menos que o verdadeiro milagre que o significado do Natal deveria invocar a todos. O nascimento, mas de um novo comportamento em cada um de nós e para isso, esse nascimento, é-nos anunciado pelo acto que é o desprendermo-nos do que mais raro e único temos como nossa posse nesse momento.
Para o mendigo – metade da sua única refeição
Para o executivo – parte do seu tempo para satisfazer um pedido de um estranho e a outra parte, para compartir com esse mesmo estranho, a sua generosidade. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Reflexão sobre a Morte e o Fim do Mundo

Entenda o que significam verdadeiramente para o ser conceitos como; a Morte, o Fim do Mundo e o verdadeiro estado de CONSCIÊNCIA. Vale a pena ver até ao fim, acredite...



Pitágoras - O Sistema Sagrado


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segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Reflexão de Natal



Que as verdadeiras "flores" ganhem o seu  significado para a humanidade. Que esta seja a única guerra importante...

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Pensamento de Dezembro



A insegurança e confiança, no ego, são a polarização da auto-estima. Quando o ser humano age polarizado na confiança, torna-se capaz de grandes erros pelo excesso deste e falta de zelo. Já quando age polarizado na insegurança torna-se trôpego,  incapaz e ridículo. O ser equilibrado é aquele capaz de se manter equidistante entre os dois pólos. 

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

A sabedoria Divina - A libertação do SER.



Nunca viveremos plenamente, se vivermos obcecados com o futuro, assustados pelo passado. É importante perceber que a vida se vive no presente – agora e  que o futuro deve ser vivido nesse dia-a-dia, livre dos fantasmas do passado. Aquele que entende este preceito, atingiu a sabedoria divina – o conhecimento da libertação.




quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Pensamento de Dezembro




O ser liberto é aquele que sentindo e consciente das suas emoções, mesmo assim, não é dominado por elas. Pois ele sabe que elas são a reacção do seu corpo à sua mente.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Lições de Cabala - O poema A Árvore da Vida.


A árvore da vida é a explicação esquemática do Mundo Imanente feita através dos sistemas Cabalísticos. Quem a estuda e compreende, entende os mistérios que assolam o comum dos mortais. Para os seus estudantes, os mistérios deixam de o ser, à medida que a vão interpretando.  

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A verdadeira dualidade humana.


Todos os ramos das ciências que se dedicam ao estudo do carácter humano, têm, ao longo dos séculos, efectuado abordagens ao tema que logo na sua base inicial, limita e direcciona de forma errada todos os resultados que a partir dai se apresentam. Isto porque nesta base se criaram conceitos e definições, às quais nunca se questionou, se essas, não seriam no mínimo de facto questionáveis.
Já nas ciências esotéricas existem leituras e interpretações que permitem questionar sempre quer as próprias teses, quer as apresentadas pelas ciências exotéricas, veja-se o exemplo do ego. A psicologia e a psiquiatria, têm o objectivo, como forma de devolver a auto-confiança a um individuo, o fortalecimento da sua auto-estima através de técnicas de cultura do egocentrismo, onde o culto do “eu” até pode chegar a resolver temporariamente a sua falta de auto-estima, mas em termos estruturais, o ser que sofre este tipo de manipulação, ficará sempre prisioneiro dos efeitos provocados pelo desequilíbrio desta abordagem, nomeadamente, nunca conseguirá entender que este processo deveria servir unicamente para preservar a sua individualidade, mas que ela também precisa de ser permeável às interacções com os outros indivíduos.
Só assim é possível que o egoísmo cumpra de facto, de forma sadia, os seus objectivos de preservação da individualidade, mas de uma individualidade sã e equilibrada. Já as ciências esotéricas trabalham o ser exactamente neste sentido, fazendo-o entender que o ego e a sua existência é indissociável do ser humano, mas que este sendo fundamental para a sua preservação, sendo um instrumento importante na existência enquanto ser individual, devemos mantê-lo permeável à comunhão com os outros seres, pois a condição de ser individual que vivemos é necessária, mas temporária. Assim, na verdade, somos seres individuais no sentido mortal, enquanto que como seres imortais, somos de facto todos parte do mesmo, dai a necessidade dessa tal permeabilidade.
Quase em todos os ramos das ciências que se relacionam com a interpretação, estudo e desenvolvimento da personalidade do ser humano, as duas, ciência exotérica e a esotérica, têm de facto abordagens e interpretações bem diferentes. Assim a forma como se age, em função da interpretação que aceitamos como correcta, é bastante diferente, levando, só por isso, a distintas formas de actual por parte dos seus aderentes.
Mas o que distingue os seres humanos e que define a sua forma de estar e de actuar, é na verdade mais uma questão de polarização de uma única condição, no entanto, como em tudo neste nosso universo, neste nosso estado de consciência, devido à limitação da percepção, esta condição única, fragmenta-se, criando a ilusão de várias características, numa escala que nos leva de um extremo a outro, ou seja, polarizando-se. Onde nos dois extremos da escala, se encontram; num,  a inteligência e no outro, a esperteza. Estas, cada uma delas, representa um conjunto de características e conceitos que definem a nossa forma de ver e estar neste mundo. Enquanto seres duais, todos temos parte das duas, no entanto, somos mais influenciados por uma.


Tudo o que somos, a forma como decidimos, vivemos, sentimos e reagimos às circunstancias que a vida nos coloca, são no seu conjunto, reflexo do grupo em que nos inserimos. Existem pois, nesta perspectiva, dois grandes grupos de seres humanos, esta divisão não sendo rígida, é de facto a única que consegue responder e fazer entender o carácter humano em tudo o que envolver a necessidade da sua interpretação, isto para as ciências esotéricas, embora que os termos conceituais usados por nós, também sejam usados pelas ciências exotéricas, no entanto com interpretações e objectivos diferentes.
A inteligência e a esperteza, são dois termos conceituais muito usados por todos, grande parte das vezes com interpretações bem diferentes, quanto a sua origem e aplicação. A forma errada da sua abordagem e utilização prende-se com a interpretação primária que lhe é dada , quer quanto à sua origem, quer quanto aos seus objectivos, ou se pretendermos, aos seus fins. De forma simples e genérica, os conceitos comummente aceites exotericamente, são de que inteligência pode ser associada ao método científico e à lógica na resolução de problemas, enquanto a esperteza pode ser associada ao empirismo também na resolução muitas vezes dos mesmos problemas, porém de forma não convencionada. Assim se uma está e será o conjunto de competências adquiridas a partir de factores | padrões medíveis cientificamente – a inteligência, já a outra, é o conjunto de competências | capacidades adquiridas a partir de contingências vividas e de “necessidades de sobrevivência” – esperteza.   
Se partirmos desta interpretação para entender a segmentação dos dois grandes grupos em que se dividem os seres humanos quanto à forma de interpretar e agir neste mundo, então, teremos certamente conclusões perfeitamente erróneas quanto ao entendimento que poderemos procurar fazer, sendo isso que ocorre quase sempre. Por isso, é tão difícil entendermos e entendermo-nos até a nós próprios, pois a base de raciocínio pode estar toda errada.
Todos os seres humanos, todos, se inserem ou num ou noutro destes grupos, sem excepções. Por vezes, mal interpretamos e até de forma ridícula, atribuímos características de um destes grupos como sendo simplesmente características femininas ou masculinas. Outras classificamo-las como sendo de origem sociocultural. Ao faze-lo erradamente, criamos barreiras quanto à clareza e capacidade para entendermos o ser humano, o mundo e inclusivamente as grandes dúvidas existenciais que frequentemente nos assolam.
A inteligência e a esperteza, não são mais do que os dois mecanismos, através dos quais,  o espírito, na sua limitação de condição física, fragmenta uma única condição, como forma da percebe-la. Porque num mundo dual, o espírito não consegue vivenciar a unicidade da condição verdadeira, socorre-se destes dois mecanismos como forma de alinhar dualísticamente o processo de fragmentação de forma a conseguir perceber essa condição. Ora essas percepções, chegam ao ser, filtradas pelo ego, como varias características, quando na verdade são uma única condição. Já a forma como o ser interpreta essas percepções, são condicionadas pela maior o menor tendência que ele terá para estar próximo do conjunto caracterizado pelo grupo que vivencia o mundo mais polarizado na inteligência ou na esperteza.
Assim podemos afirmar que a inteligência é na verdade um conjunto de características que aproximam o ser, quanto a forma de ver, viver, sentir e decidir o mundo,  da perspectiva mais ligada aos conceitos conhecidos como de emotividade, sensibilidade, espiritualidade, ao passo que a esperteza, representa o conjunto de características que o ser mais pragmático, racional e físico-realista, se socorre para interpretar e decidir, face aos desafios que lhe são colocados e à hora de decidir.
Assim a espiritualidade estará sempre mais ligada à inteligência, enquanto que o realismo no sentido físico do termo, estará sempre mais ligado à esperteza. Enquanto a intuição e a maior sensibilidade perceptiva, são características da inteligência, os cinco sentidos e a importância que o ser lhes atribuir, é mais tendente para aquele que se encontra no grupo da esperteza. Como normalmente a sensibilidade, por dogma, é atribuído de forma errada, à característica feminina, então a intuição e maiores níveis de emotividade, sentimentalismo, e percepcionismo, são características femininas, ou contrário, todos os opostos são já características masculinas. Isto é certo nas ciências esotéricas, porque vemos no feminino e masculino, não o conceito de sexo a ele associado, mas na verdade a separação polar dos dois extremos de uma escala face a uma qualquer condição, se quisermos o positivo e negativo não como sinal de maior ou menor valor, mas como ambas cargas necessárias de, por exemplo, a energia eléctrica. Ambas são parte de um todo, ambas são indispensáveis para o todo, só existem separadas, porque o ser vivencia o mundo de forma polarizada, analógica e dualísticamente.
Então na perspectiva esotérica a inteligência serve-se dos canais da percepção e intuição para relacionar o ser individual com o mundo Imanente, ao passo que a esperteza, socorre-se do sentidos mais físicos, como forma de interpretação do ser com o mundo. Por sua vez, estas duas formas e abordagens, bem distintas por sinal, marcam e caracterizam o ser, quanto ao entendimento do mundo que o rodeia, assim quanto a forma de lidar e decidir nele.  

sábado, 19 de novembro de 2011

?Todos queremos ser felizes, mas temos coragem de o ser?


Um dia, ao acordar pela manhã, ela percebeu a decisão que tinha tomado, tal decisão tinha sido tida algum tempo atrás, mas inconscientemente e até ai ela acabou sempre por evitar a confrontação da sua decisão e inerentemente da sua condição emocional. Refugiou-se sucessivamente no trabalho como forma de evitar ter que pensar em tal assunto, esperando que tudo se resolvesse com o tempo, de forma natural. 
Como pode alguém criticar tal atitude quando, quase todos, em várias circunstâncias da nossa vida, faz e fez exactamente isso. Quantas vezes é bem mais fácil, esperar que no tempo, as circunstancias se ajustem à nossa necessidade, como que se de um milagre se tratasse, como que se o universo fosse obrigado a faze-lo, sem que haja da nossa parte qualquer esforço, pois só o facto de existirmos já nos dá esse direito, de esperar que a justiça universal seja aquela que sempre nos favorece e nos resolver todos os nossos problemas de forma satisfatória.
Nos últimos anos tinha dado vários avisos ao seu companheiro no sentido de corrigir o que estava mal que ela sabia estar a colocar em causa a continuidade da sua relação. Por isso, quando tomou tal decisão, já não era possível ter qualquer tipo de dúvidas quanto ao seu fim, isso era inquestionável. Assim, tomada a decisão de romper, só seria necessário esperar que tudo o resto, o tempo resolvesse. Já não havia sentimento que sustentasse uma relação amorosa, embora existisse carinho pela outra pessoa, esse carinho apensas significava que o oposto do amor também não existia – o ódio. Então!..tudo se resolveria, o tempo acabaria por fazer o seu ex-companheiro entender e ultrapassar. Já as suas sombras, os seus dilemas, as questões internas por resolver, essas, ela nem deu pela sua existência, até ao dia em que toda a sua postura emocional foi colocada em causa pelo inesperado…
Sem querer, sem procurar, inesperadamente sucedeu o reencontro com um antigo conhecido, esse momento, esse instante, alterou por completo a sua aparente tranquilidade, tudo isto porque, deste reencontro, nasceu uma paixão arrebatadora e inesperada. Ambos se deixaram envolver arrebatadamente, fulminantemente e tal paixão trouxe rapidamente todo o turbilhão de instabilidades interiores que afinal tinham ficado por resolver. Vivendo das pressões do fim de uma relação e dos medos da forma arrebatadora com que esta paixão a tinha confrontado, não aguentou.  Cedeu à tentação do caminho mais fácil.
Sempre que sentimos que estamos a perder o controlo, mesmo que essa perda de controlo seja maravilhosa, criamos condições para que algo pare, para que a racionalidade regresse. Quase sempre essa sensação de voltar à zona de conforto, essa sensação de controlo, através da aparente temperança que a racionalidade cria, traz consigo a factura, a cobrança desse aparente conforto.


Sempre que não estamos dispostos a correr o risco em prol da nossa felicidade, eliminando a possibilidade da emoção se colocar no timão das decisões da nossa vida, devemos estar preparados para o risco de ter que pagar a conta. Ganhando o aparente controlo e voltando à racionalidade, extinguimos também a centelha que alimenta a chama da paixão que mesmo correndo risco, é a única que nos leva à felicidade plena, ao amor eterno e sincero.
Para se ter o melhor, devemos aceitar correr riscos…ou então resignarmo-nos aos resultados.  

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

O canto das sereias.



Canta-se e conta-se da época das primeiras navegações que nos cantos das sereias e através destes belos e enigmáticos seres, a vontade dos navegadores era posta à prova. Em sucessivas vezes, surgiam tentações criadas através destas para que a missão dos últimos se interrompesse, levando até que não se cumprisse. O seu canto era apenas um instrumento para que o chamamento da missão que os levava a navegar fosse colocado em segundo plano, a bem dizer, era através deste que elas atraiam para o seu objectivo, os missionários das descobertas de novos mundos.
Também na sua navegação, o ser Busca-dor, tem que saber ultrapassar tempestades, acalmias, mas principalmente, saber como enfrentar o canto das sereias que surgem no seu percurso.
Na navegação de que é composta o crescimento espiritual, ser tentado pelo canto das sereias, ficar preso a este canto, até encantado por ele, não é o fim, não é um ou o insucesso da busca. O Busca-dor deve saber identificar a todo o momento, principalmente, deve saber aprender com cada desses momentos de encantamento, pois todos eles fazem parte do processo de aprendizagem.


Assim a cada canto da sereia, a cada chamamento, a cada encantamento, o ser Busca-dor, deve dedicar o seu empenho em viver esse momento, em aprender com esse momento. Umas vezes belo, outras vezes terrível e nefasto, mas certamente que sempre de grande utilidade para o seu percurso nesse oceano que é o seu crescimento enquanto ser eterno | enquanto espírito vivo que precisa sentir os prazeres e infortúnios deste mundo para chegar ao aconchego do seu verdadeiro lar. 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Pensamento de Novembro



A nossa vida acontece em função das nossas decisões, certamente que sim, mas as cicatrizes que transportamos, são fruto das decisões que permitimos e deixamos nas mãos de outros…

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

?Quem comanda, quem pensa, afinal quem é o nosso “eu” (1ª Parte)?


O corpo humano é uma máquina biológica que tem como único objectivo servir de transporte e recolher, através dos sentidos, o conjunto de percepções (sons, cheiros, imagens, vibrações, etc.), deste mundo denso, para o espírito. Este, quando aprisionado na condição física e envolto pelo ego, apresenta-se sob a sua forma mais limitada, na perspectiva da percepção a que designamos – mente.
A ciência exotérica acredita que no ser humano, é o complexo sistema neurológico, aquele que habitualmente se designa por mente que comanda o corpo e por sua vez o ser humano. Tudo isto a partir do seu comando central que é o cérebro, este, recebe as informações vindas dos vários receptores (pele, ouvidos, nariz, olhos, etc.), após serem devidamente codificas por forma a estimular as respectivas áreas do cérebro responsáveis por processar essa informação. Ao concluir esse processo de processamento a máquina que é o corpo humano no seu conjunto, produz dentro de si, na sua mente, uma imagem que é reflexo de tudo o que conseguiu receber do chamado mundo exterior | físico, é essa imagem que julgamos ser o verdadeiro mundo. Também é esta teoria que tem sido aceite pelos vários ramos da ciência exotérica, sendo a partir deste pressuposto de todas a teorias e estudos complementares se desenvolvem. No entanto, nas ciências esotéricas, aceitando sempre analisar a perspectiva exotérica num olhar positivo,  ficam-nos sempre por responder algumas questões, por forma a que tudo se encaixe e faça sentido, a saber;
? Se o mundo que reconhecemos ser o mundo real, é resultado da recolha de dados pelos órgãos que o corpo humano tem para tal (ouvidos, pele, nariz, olhos, etc.), então estando tal reconhecimento limitado à capacidade dos órgãos existentes, este, que temos ciência, através das nossas percepções, é o verdadeiro mundo ou somente o mundo que conseguimos perceber?
? Se o mundo que reconhecemos como real, é percebido no nosso cérebro | pela nossa mente, então nós estamos dentro desse mundo, ou na verdade, esse mundo é que está dentro de nós | na nossa mente?
? É na verdade a mente, através do sistema complexo centralizado no cérebro que comanda o ser humano, ou pelo contrário, este é mais um dos conjuntos complexos de que se socorre o espírito, enquanto ser encarnado, para vivenciar o mundo denso | físico?
Sem uma resposta razoável a estas três questões, sendo elas indissociáveis, nenhuma ciência poderá afirmar que a sua é a teoria correcta. Sim, porque aqui qualquer uma delas, não passa de teoria, pois ficam-se no âmbito filosófico, faltando-lhe os procedimentos práticos para a confirmar cientificamente. Nesta tentativa a ciência exotérica encontra-se em maiores dificuldades, visto não reconhecer conceitos que seriam os únicos capazes de dar respostas sérias para explicar parte da sua teoria sobre o verdadeiro “eu”. Já as ciências esotéricas, conseguem inclusivamente, para quem as pratica e estuda, passar da teoria à experimentação das suas teorias explicativas, sendo que nas últimas décadas, parte da ciência exotérica, a física quântica, aproximou-se muito mais da abordagem esotérica.






Saber aceitar e reconhecer quando algo chegou ao fim, não é um ato de desistência, mas sim de sabedoria.

domingo, 6 de novembro de 2011



A saudade é a melhor arma da emoção, pois mesmo não querendo, através dela, o coração obriga sempre a razão.


sábado, 5 de novembro de 2011

A forma como amamos…


Um dia, preocupado com o que se constava, um amigo, mandou chamar o seu amigo e perguntou-lhe:
- Mandei chamar você para saber da sua boca se o que consta por ai é verdade?
- Meu querido amigo, fico feliz pelo seu voto de confiança e sua sensatez. Pois antes de fazer qualquer juízo de valores, primeiro me mandou chamar para eu poder me defender e ouvir a minha versão dos factos. – Respondeu o amigo questionado.
- Muito bem, me conte então porque você faz tal coisa, como deve calcular, todos comentam. – Contrapôs o amigo preocupado.
- Claro amigo, mas por favor me conte primeiro como chegou tal assunto aos seus ouvidos e com que conotação lhe foi transmitido. – Pediu o amigo questionado, sem fazer ideia do que se tratava.
- Bom, sei, porque todos já comentam e acredite que quem me contou, não pretende fazer juízo de valores, apenas está preocupado, pois é seu amigo também. – Informou o amigo preocupado.
 – Ele me contou que todos os dias, em todas as visitas, quando você vai visitar sua esposa no hospital, você está sempre antes da hora de visita e fica esperando para não se atrasar. Você sabe que ela entrou em coma faz muito tempo, depois daquele acidente e provavelmente nunca recuperará.
- É verdade o que afirmam? – Inquiriu.
- Sim é verdade. – Reponde o amigo questionado.
- Mas você precisa chegar sempre antes da hora, não pode atrasar um minuto que seja? Amigo ela não vai se aperceber se você chegou mais tarde.
- Ela não. Mas eu vou. - Respondeu o amigo questionado.


 A forma como amamos é definida pela forma como agimos em todas as circunstancias que a vida nos coloca e não nas palavras que usamos quando dizemos ao outro – Amo-te…muito…para sempre…mais que tudo.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011


A busca da verdade nunca é tão fácil como nos dizem, nem tão difícil como pensamos.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Pensamento de Novembro




A doutrina nas religiões é a manipulação da verdade. 

Os tempos que vivemos…


Vivemos tempos estranhos, confusos e incertos quanto ao estado social a que nos habituamos. Toda a estranheza, confusão e incertezas derivam da forma como somos confrontados com o futuro, face ao que sempre fomos informados que seria, caso fizéssemos as escolhas correctas. Socialmente aceites, quase todos, vivemos e decidimos as nossas vidas em função dos códigos que sempre nos incutiram que sendo cumpridos, garantiriam que o nosso futuro fosse relativamente tranquilo. Estudar, tirar um curso, escolher o emprego certo, no sito certo. Emprego de estado principalmente, pois o estado é o mais estável dos empregadores. Correr o menor numero de riscos possíveis, saber fazer as escolhas, ter amigos nos sitos certos, para termos acesso às oportunidades certas, cumprir as regras da formatação social, mesmo que elas não coincidam com as leis ou até com aquilo que deveria ser justo, importante é cumprir os códigos que nos tornam aceites e desta forma teremos a estabilidade e segurança que desde sempre na nossa educação nos foi incutida como necessária para ser aceite socialmente.
Vivemos tempos diferentes, estranhos, onde finalmente percebemos que afinal talvez tivesse valido a pena olhar mais para dentro de nós e decidir a partir dos sentimentos sinceros e genuínos, em detrimento das atitudes tidas em função dos ditos comportamentos padronizados e aceites que todos sabíamos serem incorrectos e injustos. Quantos de nós, em determinada altura na nossa vida não foi já beneficiado, por algum tido de decisão ou acontecimento resultante deste fenómeno e que mesmo estando consciente da sua origem, mantivemos como aceite, usufruindo dele, esquecendo a sua ilegitimidade?
Sim vivemos tempos diferentes, estranhos, confusos, mas não tempos injustos. Vivemos os tempos que devido ao nosso comportamento colectivo, permitimos que surgissem. Sempre criticamos todos aqueles que por um motivo ou por outro, usufruíram de algo que não lhe era devido, mas nunca questionamos e examinamos se até hoje, em maior ou menos escala, também já o fizemos, isto porque, também para todos nós, existem dois pesos e duas medidas. Nós e os outros. Assim tudo o que directa ou indirectamente nos afecte, terá sempre pesos diferentes, do que afecta os outros, na hora de avaliarmos se devemos catalogar como bom ou mau – certo ou errado – positivo ou negativo. Este comportamento levou ao estado actual, em que cada qual sempre procurou a seu próprio benefício, sem que nada nem ninguém se tenha preocupado com garantir a parte comum.
O ser Humano é por natureza um ser individualista e por conseguinte, egocentrista. Assim devemos compreender que a reacção de querer o melhor para nós mesmo, é perfeitamente Humana, independentemente de certa ou errada, está-nos com ADN enquanto raça, nunca podendo evita-la por completo. No entanto, também é certo que o ser Humano distingue-se dos restantes seres vivos por um conjunto de características que fazem dele a raça dominante, embora ele não tenha até hoje usado de forma adequada tais características que o tornam dominante, mesmo assim, sabendo que somos todos parte do problema, não queremos admiti-lo e sem que assim seja, será difícil fazermos parte da solução.

Sim, vivemos tempos exigentes,tempos que nos pedem para repensarmos na forma como temos gerido as características que nos tornaram a raça dominante, para avaliarmos se valeu a pena, cada um de nós, olhar só para si e depositar tudo só do nosso lado, esquecendo a dedicação e partilha comum. Não se pede ao ser Humano, a cada um de nós que deixe de ser o que é, um ser individual, apenas se pede que olhemos todos um pouco para aquela parte que é de todos.
Mas como? Como podemos mudar agora depois de tantos anos a sermos educados para ser eu, só depois nós e quase nunca tu? Aquilo que nos protege enquanto seres, também é o responsável pelos efeitos que levaram ao actual estado em que o nosso mundo se encontra.   O nosso ego protege a nossa individualidade enquanto ser, mas só aparentemente, ou se pretenderem, só momentaneamente, pois nós não somos na realidade seres individuais, mas sim partes de um TODO. Por isso, nunca a atitude que leva o ser ao aparente beneficio egocêntrico, será a solução, pois esta será sempre ilusória, temporária e limitada.
Mas como sair então desta encruzilhada? Como pode a Humanidade abandonar algo que é parte da sua principal característica enquanto raça? Como pode o ser acreditar que só dedicando no seu dia-a-dia parte de si aos outros, pode resolver os seus próprios problemas?

O verdadeiro estado de (cons)ciencia


Todos (as) deveríamos saber “desligar”, o pensamento enquanto processo da mente, é o único obstáculo para que o ser não seja capaz de olhar para alem dos aspectos limitados que o mundo nos apresenta. “Desligar” permite ao ser perceber, sentir e vivenciar os mais elevados padrões emocionais, a este estado, as ciências esotéricas, aquelas que tratam de forma cientifica e séria os fenómenos que a ciência tradicional diz não existirem, porque não os entendem e não conseguem explica-los, chama de estado mental de não-atenção, ou seja, sentir | estar ciente do que nos rodeia de verdade, sem usar o cérebro e por sua vez a mente na sua forma condicionadora sob o aspecto da expansão dos órgãos sensitivos que recebem tudo aquilo que a nossa percepção pode receber em estado de não-atenção.

Pensar, de facto e em bom rigor, significa distrair os mecanismos dos sentidos que a percepção usa para nos fazer chegar a verdadeira realidade que é o Mundo Imanente. O pensamento é na realidade um monologo levado a cabo pela mente, através da perspectiva dualista e limitada pela constante necessidade analógica. Assim e por estas duas principais limitações a mente está constantemente distraída, pois para estarmos cientes de algo real que nos rodeia, precisamos de ter a mente atenta. Tentarei explicar tal afirmação.
Sabemos que o presente, passado e futuro, é a forma racional como a mente consegue resolver uma limitação em que o actual estado do ser humano permanece, concretamente, a incapacidade da simultaneidade, ou seja, tal facto, não conseguir ver ou sentir os fenómenos num só tempo, obriga a mente a criar ancoras para situar o que conseguiu ter ciência em determinado momento (presente), o que serve para reconhecer o presente, visto só reconhecer algo por comparação – analogia, a mente precisa de criar uma base (banco) de memorias onde guarda eventos para conseguir mais tarde comparar (passado) e todos os que estão fora destes anteriores (futuro). Este mecanismo, em que a mente através do pensamento precisa estar constantemente a comparar o que existe na base (banco) de memorias para tentar reconhecer um acontecimento | evento ou caso não exista ainda analogia, processar esse evento de forma a ficar armazenado, cria o tal estado de permanente distracção.

Paradoxalmente e devido à necessidade da mente estar ocupada a processar fenómenos ou eventos que ocorreram, a mesma nunca consegue vivenciar o presente, pois a esse mesmo presente a mente o que faz, quando o recebe, é tentar compara-lo com algo registado no passado, para analogicamente saber se o consegue identificar e caso não o consiga conscientemente identificar, ela, leva-o para esse banco (base) de memorias que é o seu passado, preparando assim para que no próximo evento similar haja um comparativo análogo, mas na realidade o que decorrer destas acções é a distracção da mente devido ao constante monologo do pensamento no mecanismo de processamento analógico.
Se é certo que num conceito mais profundo sob o ponto de vista esotérico e mais concretamente para o estudo Hermético, o tempo como o conhecemos não existe, então seria certo também que para ser correcto, o que o ser deveria dar-se conta, seria tudo, pois se tudo está num só estado de tempo, então esse estado é o AGORA, sendo este permanente e eterno.  Sendo  esta uma verdade esotérica que o busca-dor deve compreender por si e através dos seus estudos, também é verdade que tal percepção é impossível de ser tida pelo ser no seu actual estado e neste mundo Imanente, quer para o ser Humano, quer para o conjunto de outros seres nas outras dimensões e planos deste mundo Imanente. Só o efeito da LEI através do fenómeno da  fragmentação, ensina o porquê dessa limitação. Assim sendo, o que o ser consegue no actual estado, será perceber parte desse AGORA, uma pequena fracção, mas tão maior quanto maior for o seu domínio do seu estado de não-atenção.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Pensamento de Outubro





Há momentos em que o silencio é a mais sábia atitude, podendo significar neutralidade, outros em que ele pode relevar-se mais do que isso e em si, encerrar parte ou todas as respostas.

domingo, 9 de outubro de 2011

O vencido vencedor.



Um dia o coração perguntou à mente:
- Porquê tem que ser sempre como você quer e nunca minha opinião conta, para nossas decisões?
A mente habituada a argumentar com o coração de forma a que a sua vontade fosse sempre a que vencia, respondeu:
- Não é sempre a minha opinião, você acaba sempre por concordar comigo, quando eu mostro minha opinião, certo?! Então é nossa opinião que acaba por ser a escolhida, pois a partir do momento em que você concorda, ela também passa a ser sua.
Ai, vendo a argumentação da mente, o coração, recolocou a pergunta:
- Então porquê nunca você concorda com minhas opiniões?
- Eu tento compreende-las e aceita-las, ai contraponho para que você me elucide, mas no meio desse questionamento, você desiste de suas opiniões, não sou eu que discordo, no final, é você que desiste delas. – Disse a mente.


A conflitualidade entre a mente e o coração está presente no nosso dia-a-dia e em tudo e todos os actos que envolvem seres Humanos, tanto em relações de trabalho, como nas relações pessoais. A aparente vitoria que a mente leva a cabo sobre o coração, é na verdade o maior acto de nobreza e entrega que um ser pode alcançar – o despojo total e incondicional do egocentrismo em prol do outro, neste caso, por parte do coração.
Enquanto existir na emoção a nobreza do desprendimento pelo acto do amor, a razão representará sempre a alternativa da decisão.  Mas, entenda-se que bem lá no fundo, mesmo sendo a decisão da razão, ela estará sempre condicionada ao querer da emoção.  
A verdadeira proeza está em saber constantemente ceder o suficiente e necessário para que nunca exista de facto o cenário de conflitualidade aberta, mesmo que aparentemente o vencedor seja o vencido.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Num olhar de criança.



Um dia como tantos outros para todos. Um dia como tantos outros. Mas esse mesmo dia que para quase todos são mais um dia, para alguns, para aqueles que por vários motivos a vida lhes prega partidas de mau gosto, para esses, esse não é mais um dia, para estes por vezes esse é o ultimo dia.
Cada um de nós, analisa o acto de desespero que gera o suicídio como um acto de profunda cobardia, outros vêm nele um acto de coragem, mas quem se depara um dia com a possibilidade de o cometer, nunca o verá nem de uma forma, nem da outra, pois este não pretende entender o acto em si, mas unicamente por cobro a uma situação que para si se tornou insuportável e como tal, até esse acto é mais viável do que a continuidade de tal situação.
Nesse dia, um homem jovem, já numa situação terminal de desespero, preparava-se para por cobro à sua vida, atirando-se de um miradouro numa qualquer cidade perdida no mundo. Ao seu lado, uma criança de tenra idade, olhando para si, sorrindo, perguntou-lhe:
- Senhor, a paisagem vista daqui é mais bonita, você está tentando ver melhor ai em cima?
O jovem homem, nesse momento, estava já sentado sobre as grades de protecção do miradouro, com as pernas penduradas para o precipício que resultava desses mesmo ponto alto.  Com a abordagem da criança, o jovem homem recuou e por momentos vacilou na sua intenção. A criança, sem esperar por alguma resposta, quase que adivinhando que não haveria qualquer resposta, acrescentou:
- Eu um dia vou ser inventor, quero inventar uma maquina de ver tudo.
O jovem homem, distraído com o disparate que acabara de ouvir, passou as duas pernas para o lado de cá da protecção e já mais confortável, inquiriu a criança, quase esquecendo o propósito que o levara ali:
- Maquina de ver tudo? Mas que disparate é esse? Para que queres tu uma maquina de ver tudo? Tu não vês tudo?
A criança sorrindo e com um olhar profundamente meigo, fixou o jovem e disse-lhe quase que não percebendo a sua estranheza:
- Eu vejo sim, vejo tudo e muito bem. A maquina que quero construir não é para mim, quero dar ela para os adultos, para que eles vejam o que nós crianças vemos.
E retirando o olhar do jovem homem, fixou-o de novo no horizonte e repetiu:
- Não é lindo tudo visto daqui? Muito melhor do que dali de cima, não?!
Ouvindo isto, o homem jovem olhou para o horizonte, já de pé do lado de traz da grade de protecção e nisto, quando ia responder à criança, esta já tinha desaparecido, sem deixar rasto.
Neste instante o jovem percebeu que os seus problemas não precisavam de alguém que desistisse deles, mas sim de uma maquina de ver tudo, mas na perspectiva de olhar de criança.  A mesma perspectiva que permite o sorriso pleno e sincero a todo o momento, na face das crianças, pois elas vêm o mundo da forma como ele deve ser visto, em pleno e não parte dele.
Ele entendeu que quando uma criança sorri, fá-lo porque quando olha vê tudo. Não como um adulto que só vê parte, neste caso, o seu problema em concreto e pela sua limitação na forma de ver, deixa também de ver a solução para o mesmo.
Então ele entendeu que o que precisava era de uma maquina de ver tudo. 

Caibalion - O segredo oculto


O Caibalion tem em si várias chaves que desvendadas, dão acesso a um conjunto de verdades, à medida que se tornam claras para o ser busca-dor, simultaneamente o mesmo percebe que para alem destas chaves, ele encerrar um verdadeiro e maior segredo.
Com o objectivo de instruir o ser Busca-dor nos ensinamentos que desvendam e explicam o mundo Imanente, O Caibalion tem reservado para os verdadeiros iniciados uma derradeira mensagem. Esta só é percebida pelos autênticos e nunca antes destes desvendarem através da sua linguagem, os ensinamentos relacionados com os Princípios e Condições Herméticas.   
Assim O Caibalion, encerra em si, os ensinamentos ocultos e também o derradeiro segredo que oculto pela simplicidade, se tornou até hoje indecifrável e indetectável para quase todos os que o estudam.    

Os anjos mentem?


Um dia uma criança, sentada ao meu lado, acompanhada  de sua mãe,  numa estação de comboio, olhou-me nos olhos e de repente me perguntou:
- Você é um anjo?
Olhei para a menina que teria aproximadamente uns 4 anos, e fixei o olhar de espanto de sua mãe, como que a pedir desculpas pelo abuso de sua filha ao me abordar dessa forma. Eu serenamente, voltei a fixar meu olhar na menina, depois de fazer sinal à mãe no sentido de despreocupa-la pelo acontecido – sorrindo. Ao fixar o olhar novamente na menina, ela voltou a repetir a pergunta:
- Você é um anjo?
Sorrindo para ela, perguntei:
- Porque você pensar que eu  sou um anjo?
- Porque minha mar me disse que os anjos são bonitos, bondosos e fortes. Você é um anjo?
- Você gostaria eu o fosse? Perguntei sorrindo.
- Sim. Queria que você fosse meu anjo. Você é meu anjo da guarda?
Olhei de novo para mãe da menina, os dois, aqui já sem sorrirmos, quase sérios e respondi:
- Sim sou seu anjo da guarda.
À minha resposta suou, na sala de espera onde estávamos, a voz-off para a chamada de um dos comboios, ai percebi que seria o comboio delas, pois a mãe rapidamente se preparou e se levantou. Sorrindo para mim a mãe, disse-me:
- Obrigada.
Num simples gesto e olhar respondi ao agradecimento dela que não haveria qualquer agradecimento a ter. Nisto começaram a caminhar para as escadas rolantes que levavam à plataforma onde se encontrava o comboio que as levaria os seu destino. A menina olhando para trás sorriu e num gesto de “até breve” enviou um beijo, com um toque que levou a mão à sua boca, lançando-o na minha direcção. Respondi com um sorriso e um gesto semelhante. Num ultimo gesto, a mãe olhando para trás também, voltou a sorrir e ai entendi que ela também acreditou que eu seria o seu anjo da guarda, estas rapidamente desapareceram em consequência do movimento ascendente das escadas.


Percebi nesse instante que as perguntas feitas pela criança, eram comungadas pela criança que existia dentro da mãe, estas, eram de facto e na verdade perguntas feitas pela mãe. Desde sempre, desde criança, esta, agora adulta, procurava reconhecer numa figura, o seu anjo da guarda, tanto era assim que transmitiu a imagem que tinha desse ser à sua própria filha.
Assim nesse dia cumpriram-se três sonhos.
O delas…
…e o meu que embora não fosse um anjo, nesse dia, me tornei num, ao perceber que por vezes, mentindo, conseguimos fazer coisas maravilhosas.
Deste esse dia entendi que a mentira, em si, não é boa nem é má, somente se torna numa delas, dependendo do uso que se lhe faz. 

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

O caminho do INICIADO.


O ser na sua actual condição humana, vive afastado das questões que realmente importam. Quase todos, de forma geral, vivemos  esta vida em função do nosso dia a dia e sempre preocupados com os aspectos que julgamos serem os básicos para a nossa sobrevivência. Quando questionados sobre o tempo que deveríamos dedicar às questões da imortalidade – as questões espirituais, a resposta é quase sempre a mesma: “Não tenho tempo”, “Primeiro preciso me preocupar com as questões básicas de sobrevivência”. Certo é que se olharmos para o que são as nossas questões básicas de sobrevivência, rapidamente concluímos que são tudo menos isso. O nosso egoísmo, a nossa ambição em queremos ter cada vez mais e seguirmos os padrões sociais de consumismo, levam-nos a cegar quanto ao entendimento dos verdadeiros valores e seu equilíbrio.
Se fosse por condições básicas de sobrevivência, então deveríamos olhar para os seres humanos que sob-vivem com verdadeiramente condições básicas, olhando para África, Ásia, América Latina, etc., mas certamente que não poderíamos viver desse modo, no entanto, serviria para percebermos o que são condições bem básicas.
Esta ambição leva-nos a todos os males que padece a humanidade, há quem pense que se conseguíssemos terminar com esta característica humana, cessariam todos os fenómenos que levam a humanidade a viver em constante sofrimento, o que muitos entendem e afirmam ser o viver o inferno na terra. Mas até mesmo essa forma de pensar é resultado dos artifícios do ego, pois o que realmente o ser procura é o seu bem-estar pessoal, que cesse o seu sofrimento. Sempre que um ser humano atingiu níveis de conforto material nesta vida, imediatamente deixa de se preocupar verdadeiramente com os designados males do mundo, pois para ele, esses deixaram de ter efeitos sobre si. Então, mesmo sabendo da sua existência, eles existem como que teoricamente, pois os seus efeitos são sobre si e os seus, virtuais.
Difícil é compreender tal atitude, mas não deixa de ser assim. Mais difícil é aceitar que aqueles que compreendendo-a, sabem e têm plena ciência que esta condição humana é fundamental para que a evolução da humanidade enquanto raça imortal se faça.
Poucos são os seres que atingem esse nível de entendimento, pois para que isso aconteça existe um longo caminho a ser percorrido. Esse caminho é essencialmente de auto-transformação do ser através do conhecimento e entendimento de si mesmo, mesmo antes do estudo, entendimento e compreensão dos seus semelhantes e do mundo que o rodeia.  
O ser espiritual, neste mundo denso, desde o primeiro dia em que inicia a sua busca até atingir os seus mais elevados potenciais permitidos a este seu estado, tem que passar por todo um conjunto de condições humanas que lhe permitam desenvolver esse conjunto de potencialidades que todo o ser trás consigo ao nascimento.
Para que essas condições de vivencias e ensinamentos se concretizem em aprendizagem, é necessário que o ser crie as condições para a sua ocorrência, muitos julgam, porque esperam por elas passivamente que estas condições são obra da sorte, mas os que as conquistam, sabem que elas são adquiridas com esforço, entrega e dedicação constantes. Nada aqui é fruto do acaso ou da sorte.
Assim ao ser que atinge tal estado de ciência, no esoterismo, designamos por iniciado, mas para atingir tal nível e são poucos que o atingem, o candidato inicia-se enquanto busca-dor na procura do caminho. Quando atinge parte do nível de ciência que lhe permite entender, interpretar e lidar com parte dos mistérios do Cosmos, ai ele passa a ver este mundo Imanente sob a perspectiva do que se designa pelos olhos do peregrino da senda. Só muito depois de muitas vivencias e experiências acumuladas alguns seres que vêm ao mundo denso e por todo um conjunto de circunstancia divinas, chegam ao estado de iniciado.
Potencialmente o ser que atinge este nível em alguma reencarnação, já teve que se ter vindo preparando em outra (s)  encarnações, pois não é possível que um espírito esteja preparado para tal evolução enquanto ser encarnado numa só. Por isso no esoterismo designamos como “circunstancias divinas”, pois este trabalho é um culminar da evolução espiritual, quer repetido já neste mundo denso noutras reencarnações, quer nos seguintes planos subtis, onde esse espírito permanece, se preparando para sua evolução e consequentemente para as sucessivas reencarnações necessárias.
Como podemos entender e saber interpretar o estado próximo do derradeiro estado final para o nível de iniciado?
O ser encarnado que está próximo, ou mesmo, sem ter noção disso ainda, já seja um  iniciado, é aquele que apresenta um conjunto de experiencias e vivencias que quase ninguém gosta de ter vivenciado, pois estas apresentam-se como tudo o que o ser humano considera desagradáveis, violentas, desconfortáveis, desumanas, indesejáveis, etc. Aqueles que presumivelmente atingirão nesta encarnação tal estado, ao longo dessa sua vida terrena, passarão por experiencias extremas, levando-o a experimentar e ter ciência de tudo, principalmente das designadas polaridades de tudo o que o mundo Imanente apresenta.
Viverá como rei e como mendigo.
Passará cenários de guerras e paz.
Conhecerá os mais belos prazeres do mundo material e os seus opostos.
Saberá o que é o mais profundo amor, mas também seu oposto. Quer dele em relação aos outros, quer dos outros a si.   
Conhecerá a saúde e a doença, entendendo-as.
Entenderá o dom do nascimento e da morte.
Conhecerá a desilusão profunda, quando entender a ilusão.
Sentirá na pele as mais atrozes reacções do ser humano, mas também as mais belas vindas dos seus sentimentos.
Mas acima de tudo conhecer-se-á a si, antes de tentar compreender os seus semelhantes e os fenómenos do mundo Imanente.
Entenderá o seus semelhantes e o seu mundo. Compreenderá plenamente todos os porquês.
Carregando consigo todo o peso do mundo nos seus ombros, permanecerá sempre sereno,  mesmo colocado perante situações e eventos que para o comum dos seres seriam insuportáveis. Pois o iniciado conhece na essência a verdade única que por limitação do ser teve de se fragmentar para dar lugar  ao mundo Imanente com o objectivo de o servir no seu caminho de regresso ao seu verdadeiro lar. 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Hermetismo des-velado.





Este espaço serve para tentar desmistificar o objectivo e missão do Hermetismo no mundo, a sua importância para a Humanidade em geral e para cada um de nós em particular.
Como pode o Hermetismo ajudar a que nossa vida seja mais plena, equilibrada e digna?
Através dele chegaremos a conhecer-nos, mesmo antes de conhecer os nossos semelhantes e o mundo que nos rodeia.
É o Hermetismo capaz de explicar a maioria dos mistérios que levamos ao longo da vida, sem respostas?
Porque existe o mal e o bem?
Deus existe? E se existe, porque ele é penalizador, porque castiga a uns e outros não?
O céu existe? E o inferno?
O demo existe? E os anjos?
Para onde vamos quando partimos deste mundo?
Porquê viemos a este mundo?
Etc., etc., etc….
Estas e muitas outras perguntas quase sempre ficam sem resposta, porque quase sempre as fazemos de forma pouco convicta, pouco insistente. Isso não significa que não existam as respostas para todas essas e outras grandes questões existenciais. Assim como existem seres que chegaram a elas, também nós lá poderemos chegar se demonstrarmos merecer o acesso a tal conhecimento. Para tal devemos preparar-nos.
Um dos objectivos deste sitio é esse mesmo, auxiliar nos primeiros passos para preparar o ser Busca-dor (a) para esse longo mas compensador caminho na senda da procura da verdade.

A todos (as) desejos de luz, pois só ela nos mostrará a verdade.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Importa saber o que levamos da vida.



Um dia, um Busca-dor – peregrino da senda, viajou para um pais distante onde sabia viver um mestre que ele pretendia conhecer e dele receber alguns ensinamentos.
Ao chegar a esse país, sua impaciência era tanta que nem foi directo para o hotel deixar a mala, saindo do aeroporto, pegou um táxi e foi directo para o endereço onde vivia esse grande mestre.
Chegado na rua, o táxi o deixou, à porta onde vivia tão nobre ser. Ele olhando, reparou que era um prédio bem humilde. Entrou nele e procurou a porta onde sabia encontrar o seu mestre. Frente a ela, bateu na porta e de dentro uma voz serena, mas audível, mandou ele entrar.
- Entre. – disse a voz vinda de dentro.
Empurrando a porta, esta se abriu, parecendo que lhe estaria esperando, já entreaberta. Ao transpor a porta, se deu com um pequeno quarto, bem simples e praticamente sem mobília. Nele havia, para alem do homem que se encontrava sentado na única cadeira existente, uma cama  e um lavatório sem agua corrente, onde junto deles estava um pequeno recipiente que continha agua. Esta era a mobília toda que este quarto continha. O homem que se encontrava ali, fez um gesto no sentido de ele se aproximar.
Ele deu dois passos em frente e se apresentou, pois tinha escrito ao mestre para saber se este o receberia, assim ele sabia de sua chegada nesse dia. Aturdido com a simplicidade em que vivia seu mestre e sem querer acreditar, perguntou:

- Mestre, estas são todas suas pertenças? Você vive só com estes bens?
O mestre, sem mostrar qualquer espanto, lhe respondeu, perguntando:
- E você. Nessa mala estão todas as sua pertenças?
Ai ele de imediato respondeu:
- Mas mestre eu estou aqui de passagem.
Ao que o mestre no seu tom de voz calmo, mas bem audível, respondeu:
- Eu também, estou aqui de passagem, eu também.

Pensamentos de Outubro



"Muitos querem receber as respostas certas, quando sempre fazem as perguntas erradas."

domingo, 2 de outubro de 2011

Os grandes temas Herméticos e seus Iniciados – O Caibalion


O Caibalion é um livro escrito por três Iniciados anónimos. A palavra Caibalion ou Kybalion tem a mesma raiz etnológica que Qabalah/Kabalah/Cabala, e esta palavra significa simplesmente “tradição” ou “revelação superior”. O Caibalion contém as sete principais “fórmulas” para se compreender a ciência Hermética e todo o conhecimento espiritual. Estes são chamados de Princípios Herméticos, e sua aplicação é tão vasta que abrange todos os campos de conhecimento humano. Trata-se de leis universais que estão na base de todas as coisas e elas revelam o mecanismo pelo qual o Universo funciona.
O Caibalion contém uma filosofia profunda, que em certa medida é uma base de um saber universal. Afirmamos que todos os saberes são, em essência, apenas Um, e ao longo do tempo foram sofrendo modificações e distorções, tendo sido revelados em diferentes épocas e lugares, e assim, foram interpretados e vistos de maneira diferentes por pessoas de culturas e épocas diferentes. Todas as correntes provêm da mesma fonte, mas à medida que ela vai se expressando e se manifestando, vai tendo que se adaptar a cada contexto, criando assim modificações que seriam posteriormente mais valorizadas do que a própria fonte.
Alguns estudiosos afirmam que o Caibalion faz parte do antigo “Livro de Hermes”. Um tratado básico de filosofia oculta, que apenas uns poucos Iniciados teriam acesso. O Caibalion, nesse sentido, seria apenas uma pequena parte de um conjunto geral de ensinamentos místicos, que contém a base a partir da qual a ciência Hermética teve seus desdobramentos.
Mas quem foi Hermes?.Sabe-se que na mitologia egípcia, Hermes Trimegisto era conhecido como o deus Thot. O Nome Trimegisto significa o “três vezes grande” e o próprio Hermes explica essa expressão num dos escritos que lhe são atribuídos. Hermes revela que “Assim sou chamado Trimegisto, pois possuo as três partes da sabedoria do mundo inteiro”. Esta passagem só pode ser bem compreendida pelos Iniciados, pois o homem comum não conseguirá compreender o que significa “as três partes da verdade”.
No Caibalion, os três Iniciados autores do livro assim se referem a Hermes Trimegisto:
“Mas entre estes Grandes Mestres do antigo Egipto, existiu um que eles proclamavam como o Mestre dos Mestres. Este homem, se é que foi verdadeiramente um homem, viveu no Egipto na mais remota antiguidade. Ele foi conhecido sob o nome de Hermes Trismegisto. Foi o pai da Ciência Oculta, o fundador da Astrologia e da Alquimia. Os detalhes da sua vida perderam-se devido ao imenso espaço de tempo, que é de milhares de anos, e apesar de muitos países antigos disputarem entre si a honra de ter sido a sua pátria. A data da sua existência no Egipto, na sua última encarnação neste planeta, não é conhecida agora mas foi fixada nos primeiros tempos das mais remotas dinastias do Egipto, muito antes do tempo de Moisés. As melhores autoridades consideram-no como contemporâneo de Abraão, e algumas tradições judaicas dizem claramente que Abraão adquiriu uma parte do seu conhecimento místico do próprio Hermes.”
Hermes foi o “grande Iniciador”, aquele que deu um impulso a várias ciências ocultas e místicas. Essas correntes ocultas deveriam ser preservadas ao longo do tempo, caso contrário, a “chama” da verdade se perderia. O Caibalion fala sobre isso:
A Hermes é atribuído também a autoria do livro de Thot, que conteria as bases de toda esta ciência. O Caibalion é uma dos melhores canais para a expressão destas chaves.
Os Princípios do Caibalion são sete. No próprio Caibalion está escrito o seguinte:
“Os Princípios da Verdade são Sete; aquele que os conhece perfeitamente, possui a Chave Mágica com a qual todas as Portas do Templo podem ser abertas completamente.” – O CAIBALION
Os Princípios Herméticos são estes que seguem:
O Princípio de Mentalismo
“O TODO é MENTE; o Universo é Mental.” – O CAIBALION
O Princípio de Correspondência
“O que está em cima é como o que está em baixo, e o que está em baixo é como o que está em cima.” - O CAIBALION
O Princípio de Vibração
“Nada está parado; tudo se move; tudo vibra.” – O CAIBALION
O Princípio de Polaridade
“Tudo é Duplo; tudo tem pólos; tudo tem o seu oposto; o igual e o desigual são a mesma coisa; os opostos são idênticos em natureza, mas diferentes em grau; os extremos se tocam; todas as verdades são meias verdades; todos os paradoxos podem ser reconciliados.” – O CAIBALION
O Princípio de Ritmo
“Tudo tem fluxo e refluxo; tudo tem suas marés; tudo sobe e desce; tudo se manifesta por oscilações compensadas; a medida do movimento à direita é a medida do movimento à esquerda; o ritmo é a compensação.” – O CAIBALION
O Princípio de Causa e Efeito
“Toda a Causa tem seu Efeito, todo Efeito tem sua Causa; tudo acontece de acordo com a Lei; o Acaso é simplesmente um nome dado a uma Lei não reconhecida; há muitos planos de causalidade, porém nada escapa à Lei.” – O CAIBALION
O Princípio de Género
“O Género está em tudo; tudo tem o seu princípio masculino e o seu princípio feminino; o gênero se manifesta em todos os planos.” – O CAIBALION

Os três Iniciados do Caibalion explicam ainda uma questão bastante controversa que atravessou várias épocas e povos. Eles explicam que nada em nosso mundo manifestado é real. Ao contrário, tudo ilusão, móvel e condicional. Mas existe uma realidade que está por detrás de todas as manifestações.
“Sob as aparências do Universo, do Tempo e do Espaço e da Mobilidade, está sempre encoberta a Realidade Substancial: a Verdade fundamental.” – O CAIBALION
Os Se7e Princípios Herméticos, são então as leis que permitem a existência do mundo Imanente, no entanto, só fica claro para quem estuda e reflecte sobre os seus ensinamentos que para entender a ilusão que é o mundo Imanente, precisamos de decifrar essas mesmas chaves – estas designam-se pelas cinco Condições Complementares que têm que existir para que os 7 Princípios se manifestem como leis do mundo Imanente.