sexta-feira, 28 de junho de 2013

Iniciações autênticas.



O termo iniciação, no entendimento esotérico, tem como objetivo descrever um determinado grau que o iniciado atingiu. Quem usa o termo, banaliza-o, pois hoje em dia, muitos são aquelas correntes místicas, esotéricas e dita iniciáticas que se socorrem de tal conceito para dar algum tipo de grau aos seus seguidores.
Inúmeras são as ordens, escolas e demais organizações que afirmam ter nas suas regras iniciáticas, algo para entregar de muito valioso, quando através do ato da sua iniciação, ao suposto iniciado, lhe é afirmado que dito ritual lhe outorgará determinado conjunto de atributos, que se congregam nas intenções para que todos nessa organização se reunirem e trabalham.

Na sua maioria, as iniciações feitas através de graus atribuídos por este tipo de procedimentos, são meras autorizações para aceder a algum tipo de conhecimento que a escola, ordem detém e afirmam como sendo verdades sobre determinados assuntos (mistérios) preservadas e mantidas de forma, dita genuína, para acesso unicamente aos que atingem determinado grau de merecimento.
Mas nestas iniciações, aquilo que é objeto de acesso pelo dito iniciado, estará sempre condicionado a dois fatores que não garantem, por si, a genuinidade dessas verdades, a saber;
Em primeiro lugar -  a origem desse SABER,
Em segundo lugar – a forma como se tem acesso ao ele e como se foi transmitido esse SABER.

Na verdade o que afirmo, mesmo sendo ou parecendo muito radical, não deixa de fazer um profundo sentido para aqueles que buscam a verdade “acima de todas as coisas”:
As únicas e verdadeiras iniciações são todos aqueles momentos profundamente íntimos e individuais que cada busca-dor vive ao ver desvanecer o véu da ignorância sobre cada tema da BUSCA.
O resultado desse desvanecimento, na conclusão que resulta do rompimento de mais um véu, é indescritível e não é passível de ser transmitido por atos ou palavras, por isso não se pode replicar ou ensinar, apenas se pode vivenciar.

A verdadeira iniciação não acontece de esta ou aquela forma. A verdadeira Iniciação, acontece quando o iniciado está preparado para a receber. Nesse ato, recebemos um SABER, uma VERDADE. Nesse ato o iniciado, liberta-se de mais um véu da vil ignorância.


“Os lábios da sabedoria estão fechados, exceto para os ouvidos do entendimento”   


Quem guarda as chaves das tuas grades Humanidade??!!…

A humanidade vive prisioneira de vários paradoxos, mas em nenhum deles, ela própria está isenta de culpa. Em bom rigor, todos esses que a mantêm refém, são na verdade, criados e mantidos por si. Então do que nos queixamos, se vivemos eventos que nos desagradam, mas criados pelas consequências das nossas próprias ações?!…

Toda a nossa existência tem como base o medo.

Temos medo do futuro, devido à incerteza do que ele nos reserva. Esta incerteza, tem por base o fato de não termos controlo absoluto sobre todos os eventos. Sofremos no presente com esse medo do futuro, sem sequer perceber que todas as respostas à resolução desses medos, se encontram no passado.

Tememos tudo, porque criamos expetativas para o futuro sem entendermos que as ações vividas, no que vemos como passado, geram os medos e as ações desses medos, irão gerar a origem das próprias incertezas face ao futuro.

Temos medo, porque não controlamos o resultado dos eventos futuros e não os controlamos porque não entendemos que todos os que nos rodeiam, participam da construção desse nosso futuro. Cada um de nós cria só parte desse futuro, mas todos juntos, definimos o futuro de cada um e isso aterroriza-nos.

Todos decidem sobre o nosso futuro e nós aparentemente ficamos vulneráveis, pois unicamente decidimos em parte esse nosso futuro, mas esquecendo que influenciamos uma parte do futuro de toda a humanidade.

Somos co-criadores de todos os eventos que geram mais tarde todos os nossos sofrimentos.


Temos dificuldade em perceber esta única realidade, porque enquanto destinatários dos efeitos que ajudamos a criar, preferimos não acreditar que o futuro de todos é feito por cada um de nós e que daquilo que cada um faz, dependemos todos.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

No Túmulo de Christian Rosenkreutz




I


Quando, despertos deste sono, a vida,
Soubermos o que somos, e o que foi
Essa queda até corpo, essa descida
Ate á noite que nos a Alma obstrui,



Conheceremos pois toda a escondida
Verdade do que é tudo que há ou flui?
Não: nem na Alma livre é conhecida...
Nem Deus, que nos criou, em Si a inclui



Deus é o Homem de outro Deus maior:
Adam Supremo, também teve Queda;
Também, como foi nosso Criador,



Foi criado, e a Verdade lhe morreu...
De Além o Abismo, Sprito Seu, Lha veda;
Aquém não há no Mundo, Corpo Seu.



II



Mas antes era o Verbo, aqui perdido
Quando a Infinita Luz, já apagada,
Do Caos, chão do Ser, foi levantada
Em Sombra, e o Verbo ausente escurecido.



Mas se a Alma sente a sua forma errada,
Em si que é Sombra, vê enfim luzido
O Verbo deste Mundo, humano e ungido,
Rosa Perfeita, em Deus crucificada.



Então, senhores do limiar dos Céus,
Podemos ir buscar além de Deus
O Segredo do Mestre e o Bem profundo;



Não só de aqui, mas já de nós, despertos,
No sangue actual de Cristo enfim libertos
Do a Deus que morre a geração do Mundo.



III



Ah, mas aqui, onde irreais erramos,
Dormimos o que somos, e a verdade,
Inda que enfim em sonhos a vejamos,
Vemo-la, porque em sonho, em falsidade.



Sombras buscando corpos, se os achamos
Como sentir a sua realidade?
Com mãos de sombra, Sombras, que tocamos?
Nosso toque é ausência e vacuidade.



Quem desta Alma fechada nos liberta?
Sem ver, ouvimos para além da sala
De ser: mas como, aqui, a porta aberta?
.......................................



Calmo na falsa morte a nós exposto,
O Livro ocluso contra o peito posto,
Nosso Pai Rosaecruz conhece e cala.


"Fernando Pessoa"

125 anos do nascimento de Fernando Pessoa

"Haja ou não deuses, deles somos servos."


segunda-feira, 10 de junho de 2013


sexta-feira, 7 de junho de 2013

A arte de aprender.


A mais nobre forma de um mestre ensinar, é pela arte de deixar errar, aquele que podendo ele condicionar, da sua discreta grandeza, permite que o caminho se complete, no dia em que percebe que para aprender, todo este caminho teve que percorrer.

“AC”

terça-feira, 4 de junho de 2013


segunda-feira, 3 de junho de 2013

Pensamento de JUNHO ´13



Olho para a Humanidade preocupado.

Qual o futuro dos que agora educamos e que chamamos de nossos filhos. Pois os mesmos erros que hoje praticamos ao educá-los, gerará o futuro desta raça que chamamos Humanidade.

Enquanto a máxima continuar a ser:
 ?O que queres ser quando fores grande?


Se não transcenderemos este erro e passaremos a educar aqueles que são o futuro, trazendo uma nova pergunta, que represente a necessidade de uma nova resposta…

? O que queres ter feito na vida, quando ela terminar?

…nunca haverá uma verdadeira transformação do comportamento humano.
“AC”