terça-feira, 1 de novembro de 2011

O verdadeiro estado de (cons)ciencia


Todos (as) deveríamos saber “desligar”, o pensamento enquanto processo da mente, é o único obstáculo para que o ser não seja capaz de olhar para alem dos aspectos limitados que o mundo nos apresenta. “Desligar” permite ao ser perceber, sentir e vivenciar os mais elevados padrões emocionais, a este estado, as ciências esotéricas, aquelas que tratam de forma cientifica e séria os fenómenos que a ciência tradicional diz não existirem, porque não os entendem e não conseguem explica-los, chama de estado mental de não-atenção, ou seja, sentir | estar ciente do que nos rodeia de verdade, sem usar o cérebro e por sua vez a mente na sua forma condicionadora sob o aspecto da expansão dos órgãos sensitivos que recebem tudo aquilo que a nossa percepção pode receber em estado de não-atenção.

Pensar, de facto e em bom rigor, significa distrair os mecanismos dos sentidos que a percepção usa para nos fazer chegar a verdadeira realidade que é o Mundo Imanente. O pensamento é na realidade um monologo levado a cabo pela mente, através da perspectiva dualista e limitada pela constante necessidade analógica. Assim e por estas duas principais limitações a mente está constantemente distraída, pois para estarmos cientes de algo real que nos rodeia, precisamos de ter a mente atenta. Tentarei explicar tal afirmação.
Sabemos que o presente, passado e futuro, é a forma racional como a mente consegue resolver uma limitação em que o actual estado do ser humano permanece, concretamente, a incapacidade da simultaneidade, ou seja, tal facto, não conseguir ver ou sentir os fenómenos num só tempo, obriga a mente a criar ancoras para situar o que conseguiu ter ciência em determinado momento (presente), o que serve para reconhecer o presente, visto só reconhecer algo por comparação – analogia, a mente precisa de criar uma base (banco) de memorias onde guarda eventos para conseguir mais tarde comparar (passado) e todos os que estão fora destes anteriores (futuro). Este mecanismo, em que a mente através do pensamento precisa estar constantemente a comparar o que existe na base (banco) de memorias para tentar reconhecer um acontecimento | evento ou caso não exista ainda analogia, processar esse evento de forma a ficar armazenado, cria o tal estado de permanente distracção.

Paradoxalmente e devido à necessidade da mente estar ocupada a processar fenómenos ou eventos que ocorreram, a mesma nunca consegue vivenciar o presente, pois a esse mesmo presente a mente o que faz, quando o recebe, é tentar compara-lo com algo registado no passado, para analogicamente saber se o consegue identificar e caso não o consiga conscientemente identificar, ela, leva-o para esse banco (base) de memorias que é o seu passado, preparando assim para que no próximo evento similar haja um comparativo análogo, mas na realidade o que decorrer destas acções é a distracção da mente devido ao constante monologo do pensamento no mecanismo de processamento analógico.
Se é certo que num conceito mais profundo sob o ponto de vista esotérico e mais concretamente para o estudo Hermético, o tempo como o conhecemos não existe, então seria certo também que para ser correcto, o que o ser deveria dar-se conta, seria tudo, pois se tudo está num só estado de tempo, então esse estado é o AGORA, sendo este permanente e eterno.  Sendo  esta uma verdade esotérica que o busca-dor deve compreender por si e através dos seus estudos, também é verdade que tal percepção é impossível de ser tida pelo ser no seu actual estado e neste mundo Imanente, quer para o ser Humano, quer para o conjunto de outros seres nas outras dimensões e planos deste mundo Imanente. Só o efeito da LEI através do fenómeno da  fragmentação, ensina o porquê dessa limitação. Assim sendo, o que o ser consegue no actual estado, será perceber parte desse AGORA, uma pequena fracção, mas tão maior quanto maior for o seu domínio do seu estado de não-atenção.

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