Neste
final de 2013, confesso que tentei. Juro que tentei, mas não consegui.
Neste
final de ano, neste imprevisível mundo, junto desta imprevisível raça que
conhecemos por humanidade, juro que mais que nunca tentei, mas não consegui.
Neste
final de contagem, destas 365 novas oportunidades, juro que tentei, mas não
consegui.
Juro
que tentei, juro que quis muito acreditar ser possível, desejei acima de tudo ver
cada um de nós, humanos, ser mais responsável socialmente, mais irmão, mais
entregue ao que são os verdadeiros valores da vida, mas não consegui.
Juro
que fiz de tudo para cumprir a minha parte, juro que lutei com todas as minhas
forças, a cada nova e ténue oportunidade, a cada novo raio de sol, renovei as
minhas forças, a minha luta e a minha esperança em todos, mas não consegui
ver-vos mais humanos, mas olhem que tentei.
Depois
de tanto esperar, durante todo este tempo, olhando para vós e apenas vi
orgulho, egoísmo. Diariamente mergulhados na própria vaidade e nada mais que
isso. Sol a sol, dia após dia, o vosso tempo foi consumido apenas em torno de
vós e apenas vós. Agora olho e vejo-vos, mais uma vez, prometendo renovar-vos
neste próximo ano. Como que apaziguando os vossos medos, a vossa vergonha e a réstia
de decência humana que ainda vive em vós.
Mas
de que vos vale renovar votos de intenções que sempre fizestes, mas nunca
cumpristes e nunca cumprireis?! São as vossas vãs palavras, escape suficiente
para vos apaziguar o mal-estar da vossa desumanidade, nem que seja apenas por
breves instantes!?
Então
renovai tais votos para o próximo ano. Comprometei-vos, de novo. Deixai que
todos os próximos 365 dias, passem em vão e sejam desperdiçados pela
continuação dessa vossa miserável forma de viver, deixando, de novo, fugir a
oportunidade de transformação.
No
final, ao ler estas palavras, perguntareis - E quem és tu, para proferir tais
afirmações, tal reflexão?!
Pois!
Eu também já me fiz tal pergunta, eu também me questiono. Só essa atitude já é
um passo. Mas eu digo-vos quem sou, quem fui e no que me tornarei.
Eu
sou o erro, eu sou o egoísmo em pessoa, mas sou também a esperança e a luta
contra a imperfeição que reside em mim.
Eu
sou aquele que olha para si próprio, sem, por vezes, olhar para o próximo, mas também
sou aquele que depois, apercebendo-se de sua atitude, gera no ato imediatamente
seguinte, um gesto de bondade.
Sou
aquele que sonha em ter, não em ser. Mas depois, acorda e luta por gerar junto dos
que nada têm, o mesmo que ele sempre teve.
Sim
eu sou igual a si, como qualquer outro ser humano, mas espero que possamos
todos juntos, ser iguais. Não só, pelo que nos caracterizar dentro das
imperfeições, mas também pelo que nos pode distinguir na esperança da renovação,
que gera a possibilidade de uma nova humanidade.
Sim, este é o meu desejo para o próximo ano,
para mim, para si e para todos.
“AC”