Um
dia o coração perguntou à mente:
-
Porquê tem que ser sempre como você quer e nunca minha opinião conta, para
nossas decisões?
A
mente habituada a argumentar com o coração de forma a que a sua vontade fosse
sempre a que vencia, respondeu:
-
Não é sempre a minha opinião, você acaba sempre por concordar comigo, quando eu
mostro minha opinião, certo?! Então é nossa opinião que acaba por ser a escolhida,
pois a partir do momento em que você concorda, ela também passa a ser sua.
Ai,
vendo a argumentação da mente, o coração, recolocou a pergunta:
-
Então porquê nunca você concorda com minhas opiniões?
- Eu
tento compreende-las e aceita-las, ai contraponho para que você me elucide, mas
no meio desse questionamento, você desiste de suas opiniões, não sou eu que
discordo, no final, é você que desiste delas. – Disse a mente.
A conflitualidade
entre a mente e o coração está presente no nosso dia-a-dia e em tudo e todos os
actos que envolvem seres Humanos, tanto em relações de trabalho, como nas
relações pessoais. A aparente vitoria que a mente leva a cabo sobre o coração,
é na verdade o maior acto de nobreza e entrega que um ser pode alcançar – o despojo
total e incondicional do egocentrismo em prol do outro, neste caso, por parte
do coração.
Enquanto
existir na emoção a nobreza do desprendimento pelo acto do amor, a razão
representará sempre a alternativa da decisão.
Mas, entenda-se que bem lá no fundo, mesmo sendo a decisão da razão, ela
estará sempre condicionada ao querer da emoção.
A
verdadeira proeza está em saber constantemente ceder o suficiente e necessário
para que nunca exista de facto o cenário de conflitualidade aberta, mesmo que
aparentemente o vencedor seja o vencido.
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