domingo, 18 de outubro de 2015

Culpados




“A culpa nasce como uma mulher que viverá sempre condenada a morrer solteira”

Quase sempre, quando vejo na opinião de todos, expressando os queixumes sobre a sua sorte, em permanência e em todos, vejo e revejo questões e lugares comuns.
Seja o simples cidadão queixando-se de sua sorte e atribuindo essa sorte, a fatores e atores que não a ele próprio, pois que sua incapacidade, por ser apenas isso mesmo, um simples cidadão, não permite aceitar, ser ele o culpado de si mesmo. Como pode alguém, sem poder algum, um simples cidadão, responder pelo que a vida lhe traz?!
A culpa é sempre dos que exercem o poder – os governantes, do seu chefe, do seu vizinho, de seus inimigos que o prejudicam constantemente. Nunca ouviremos alguém afirmar que forma perentória – “Sou eu que crio a minha condição, é minha permissividade, são as minhas atitudes de forma mais ativa ou passiva que geram o atual resultado a que chamo vida”.
Mais hilariante ainda é olhar para o resto da humanidade, de forma geral, e na forma como se organiza percebemos sempre o mesmo padrão de autovitimização, subindo de nível na organização das sociedades humanas, apenas mudam os fatores que tentam a justificação, no entanto, o modus-operandi que traz tal desculpabilização é, na sua base, o mesmo.
Para os governantes de um determinado país, a culpa dos maus resultados é sempre devido a fatos externos, ou de anteriores gestões. Para as instituições responsáveis por gerenciar as grandes questões comuns da humanidade – pobreza, guerras, fome, etc., os redondos falhanços dos programas de longo prazo que consomem milhões, são sempre devido a todo um conjunto de fatores externos. Mas nunca, em momento algum, até hoje, ouvi dizer de forma clara, a qualquer mandatário desta ou aquela instituição ou órgão de poder – “Falhamos, somos culpados, não falhamos sozinhos, mas falhamos e por isso devemos refletir sobre a origem de tais resultados…”
Só com tal ato de humildade, seria possível começar a usar os erros como autênticos mecanismos de avanço para a humanidade como um todo. Para isso seria necessário que cada ser humano, cada individuo, o faça per si, pois não nos esqueçamos que quem nos governa um dia já foi governado, quem comanda um dia já foi comandado - nasceu, cresceu, foi educado, foi influenciado por códigos e preceitos que envolvem a sociedade como um todo.
Eu vivo a minha vida certo que ela é apenas o reflexo do que eu permito que ela seja, eu sei que as minhas ações de ontem e hoje, influenciarão de forma clara o meu amanhã. Não tenho o mínimo de dúvidas que o meio que me envolve, o conjunto de outros seres humanos e circunstancias que suas interações originam, são na verdade, tão e somente influenciadores do meu futuro, se eu o possibilitar, e na medida em que eu o permitir.    
Sendo eu consciente disto, como posso afirmar que a minha vida é definida em função de momentos do acaso, onde a sorte e o azar jogam tudo, e eu apenas assisto às suas vontades, como um mero espetador?
Como podem vocês viver a vida desculpabilizam-se eternamente com medo a enfrentar fracassos que todos teremos que ter para um dia aprender e assim ter a oportunidade de vencer?
A humanidade instituiu socialmente como aceite e como padrão, uma cultura de cobardia social, moral e espiritual, em troco de uma falsa imagem, usando este processo de vitimização que todos poderão usar, como forma de justificar e classificar algo que deveria ser chamado pelos seus verdadeiros nomes – falta de coragem - representada pela cobardia, a preguiça e acídia, a falsidade social, a ética e moral, maquilhadas numa cosmética social que todos vivem mas todos preferem fazer de conta não existir.
Desta forma criamos a nossa própria prisão e condenamo-nos em permanência à incapacidade de sair dela, pois o mesmo processo que criou tais grades, representada pela falta de autoafirmação no controlo sobre os nossos atos, fez desaparecer as chaves que poderiam abrir a fechadura que nos mantem confinados dentro destas grades, representado no que cada um observa dentro de si próprio, se olhar lá bem no fundo de si, e perceber a falta de coragem que teria, se tivesse que mostrar ao mundo todos os seus receios, incapacidades, pontos fracos e todos os outros fantasmas que acompanham.
Pense nisto e quando sentir necessidade de perguntar – “Porquê todos se desculpabilizam e ninguém assume suas responsabilidades?”
Pense primeiro em si, e pergunte-se se seria capaz de divulgar ao mundo seus mais profundos segredos, aqueles que só você conhece sobre si. Aqui encontrará a resposta à sua pergunta.
Aquilo que a humanidade considera como sua realidade, só o é, porque existe nela, paradigmaticamente a representação e aceitação coletiva do que todos entendem como conjunto de verdades e seus princípios instituídos. Paradoxalmente essa realidade é construída e assente em tudo, menos no que é genuinamente cada um de nós. Como partes de um todo, juntos formamos essa farsa, também conhecida como - realidade.
É paradoxal pensar que aquilo que a humanidade constitui, agindo com base nesta ocultação de si mesma, é, e pode continuar a ser considerada como realidade = espelho de uma verdade coletiva, quando por si, representa não o que somos, mas o que precisamos de ser, em função do julgamento dos outros.  
Sei que nestas palavras não encontrará a solução para o problema, mas apenas uma explicação cabal para satisfazer sua razão, quando ela (razão) confusa, pergunta sobre o porquê. Na verdade a solução não existe. Pois existe este paradigma que gera a prisão e seu paradoxo que não permite a nossa libertação, ambos, fazem parte do modus-operandi que é parte da própria matriz da existência nestas condições e dimensão a que chamamos vida.


“AC” 

Imortalidade


Imortalidade

"Imortalidade
Tornamo-nos imortais quando transcendemos os medos e dúvidas que rodeiam a própria morte."
AC

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

Esqueceis-vos quem sois?!...

Pobre e triste Humanidade esta que viveis a vida, apenas esperando a morte, sem nunca fazerdes o que tem de ser feito para vossa própria libertação dessas correntes a que fostes levados.

Uns viveis aquilo a que chamais vida, como se ela (morte) não existisse e não fosse essa a única e derradeira certeza que todos vós tereis como verdade.

Outros viveis a vida, conformados com uma meia dúzias de códigos e fórmulas, para uma suposta salvação, a que as religiões e as correntes esotéricas vos remeteram como solução para vos apaziguar vossa acídia.

E o mais grave, outros de vos há ainda, que viveis com a certeza que aquilo que julgais ser, o é de fato, mesmo que nunca tivésseis vivenciado e comprovado tais supostas verdades.

Pobre, triste e ultrajante é a opção de caminho que fazeis, nesta derradeira oportunidade que vos é concedida, naquilo a que chamais vida.

Não vedes que no derradeiro momento, apenas estarei vos diante da única verdade, não haverá junto a vos nenhum daqueles que vos instruíram ou de outros que como vós comungaram, dessa vossa suposta verdade que vos prepara para tal momento.

Aprendei pois seres humanos, os segredos de como saber caminhar, na escola que é aquilo que chamais vida, para assim atingirdes a verdadeira instrução que vos levará alem desta prisão que viveis, por vidas sem conta, num ciclo quase eterno de renascimentos e esquecimentos. 

Aprendei agora que nunca é tarde.


AA

sexta-feira, 21 de agosto de 2015

Os grandes segredos da espiritualidade - Verdades e Mentiras - Eliminar o Ego



“Aprenda como eliminar o Ego”, “O segredo para eliminar o Ego é….”…e tantos outros disparates vindos dos esoterismos baratos que os falsos mestres trazem aos buscadores nos seus cardápios de milagres e sabedoria tosca.
O pior é que quase a sua totalidade da humanidade que procura o despertar, tentar de fato, encontrar o método que leva à eliminação do Ego. Vendo tantos disparates, vemo-nos na obrigação espiritual de trazer aqui alguma da informação dos altos ensinamentos herméticos e com estes, tentar trazer racionalidade espiritual a todos os buscadores (as) sinceros (as).
Antes de ouvir, supostos mestres, pense. O que é o EGO?
Só depois de percebermos o que ele é, saberemos para que serve e a partir dai, poderemos questionar, se e como, podemos “elimina-lo”. Nós respondemos à questão básica, para facilitar o raciocínio:
O Ego é o sistema que serve para proteger a individualidade do ser.
Concorda com esta definição de Ego?!
Então se o Ego é algo inerente à individualidade do ser-espirito, como sistema que defende essa individualidade, através do conjunto dos seus mecanismos (esses sim, por todos mal entendidos e mal dominados), e se para que a existência ocorra nesta realidade, o ser, só pode existir nesse mesma condição de individualidade, ao tentarmos eliminar o ego, estamos a afirmar que simultaneamente, devemos eliminar a vida, tal qual a consciencializamos.
Concorda que sendo o Ego o sistema de defesa do ser como individuo, a sua eliminação é incompatível com a própria vida, como a conhecemos, nesta realidade?!!
Então falar em eliminar o Ego é um completo absurdo, só possível ser ensinado por falsos mestres ou Iniciados.
Os verdadeiros ensinamentos Arcanos, demonstram que o Ego é parte da vida. Enquanto o espirito tiver que permanecer na condição de separação do TODO UNO, o Ego deve ser visto como a condição necessária à própria vida e por isso devemos aprender a conhece-lo e não a elimina-lo. Pois querer elimina-lo é o mesmo que renunciar a existência na atual condição e nos planos seguintes, pois ele (Ego) permanece como condição, enquanto o espirito necessitar da condição de individualidade para existir, na condição desse mundo/plano existencial.
Aprenda e conheça-se a si mesmo, é igual a dizer – conheça a sua dualidade, aquela que está em cima (o seu EU) e a que está embaixo (o seu Ego). Unifique e concilie os dois. Ensine o seu Ego a identificar os perigos que realmente fazem sentido ser combatidos, ensine e apenda com ele, como eliminar o medo desnecessário e apenas a manter o medo que será positivo para sua própria proteção.
Acima de tudo recorde-se que ele (Ego), tem um único objetivo, protege-lo. Se acha que a forma como ele está a proteger a sua individualidade, é nefasta para sua evolução espiritual (o que é sempre um dos efeitos dessa tentativa de preservação da individualidade a todo o custo), então ensine-o e transmita-lhe confiança. Mostre que entre ele e você (o seu EU), não há diferenças, mas sim ambos, são partes de um único ser-espirito, apenas em estados e condições diferentes e por isso, com visões e perceções aparentemente diferentes.
Negoceie, crie uma relação entre os dois (EU e Ego), permita que seja esta nova consciência, o elo de união entre os seus dois “eus”. Ensine a todo o momento que perante as adversidades do dia-a-dia, ele (Ego) não precisa ter medo, que tudo está bem, que tudo faz parte de um processo, criado por SI (o seu EU) e que ambos precisam estar em harmonia, ambos são o mesmo, apenas expresso através de condições de existência deferentes.
Deixe que ambos se conheçam através do hábito de um dialogo interno permanente, deixe que o seu EU, fale com ele (Ego), quando uma grande angustia o assola, ensine-lhe a confiar mais em SI, mesmo que aparentemente ele (Ego) não entenda, peça-lhe que ele permita que não seja o medo a dominar sempre e em todas as ocasiões, juntos analisem cada momento de duvida, de medo, de angustia, e juntos, encontrem a melhor resposta para cada momento, sob a forma de reação vinda de um julgamento equilibrado e não apenas baseado na irracionalidade do objetivo primeiro do Ego – preservar a individualidade a todo o custo.
Não o culpe por essa irracionalidade, pois você (o seu EU), nunca até hoje o viu como um aliado, mas sim como um inimigo, quando ele apenas existe para que você exista – ele sabe qual é a sua missão, mas como nunca teve acesso a você, ele apenas vê tudo e todos como inimigos, dos quais tem como missão proteger o ser, enquanto individuo.
Hoje fale com ele, seja sincero e não tenha medo, peça-lhe desculpas por tudo o que até hoje penso dele e por tudo o que tentou a todo o custo fazer-lhe.
Hoje pode ser o dia que mudará tudo para ele e para SI, basta que juntos finalmente reconheçam que existem e que ambos são apenas parte de uma aparente e necessária dualidade.
Harmonize-se e seja a verdade oculta no axioma: “Conhece-te a ti próprio”

LUZ PARA TODOS

AC

sábado, 30 de maio de 2015

Refletindo sobre as obrigações da solidariedade humana.


Lutar por um mundo melhor, não se faz só em datas especiais que servem para relembrar, a diferença se faz sim, mas pelas ações diárias e permanentes.

Nunca é tarde para começar a ajudar e nunca é suficiente com o que já foi feito, por isso, se nunca se uniu a causas de entreajuda social e humanitária, sua ajuda será sempre preciosa, se já o faz, nunca deixe de fazer e nunca desista.

Enquanto existir desigualdade, originada nas injustiças causadas pela avareza de alguns seres humanos, haverá sempre necessidade de um exército de seres humanos que com a sua entrega à humanidade e bondade incondicional, combatam esses efeitos devastadores que esses poucos sem escrúpulos, provocam no mundo para realizar seus interesses.

? De que lado você quer estar?

Sim porque só é possível estar num dos quatro lados, no grupos dos que contribuem para acentuar esses desigualdades e injustiças, no grupo dos que podem mas nada fazem, no grupo das vítimas desses efeitos e depois aqueles que diariamente se preocupam e lutam por um mundo melhor e mais justo para todos.

? O que é um mundo mais justo?

Um mundo onde o fato do local geográfico e social do nascimento não seja como uma lotaria que dita se o ser humano viverá com direitos ou se pelo contrario, viverá condenado, apenas pelo fato da região onde nasce, família ou da cor de pele.

Eu sonho e luto por um mundo, que um dia, mesmo que ainda longínquo, existirá. Onde o ser humano nasça e cresça com iguais condições e possibilidades. Onde o merecimento pelo esforço e dedicação seja a única condição a cumprir para poder ter direitos.

?Porque devemos preocupar-nos e dedicar tanto de nossas vidas à missão de dar aos restantes seres humanos, as condições que por sorte encontramos, só porque nascemos numa sociedade privilegiada?

Eu não saberei responder por si, apenas posso responder pelo que eu me sinto obrigado a tal ato e em tempo permanente. Todos os dias, acordo e penso a sorte que tive e o que tem sido para mim uma vida de sorte pelo fato do universo me tem proporcionado tudo a que tenho acesso. Em cada momento de reflexão diária, coloco-me na posição do que seria a minha vida se pelo contrário, essas condições nunca se tivessem manifestado.   

Imagine que o universo, a matriz criadora, Deus, ou o nome que lhe quiser dar, mas imagine como seria a sua vida se tivesse nascido, num país extremamente pobre, num contexto social onde seria impossível sequer você estar a ler o que escrevo, pois não teria acesso a internet ou sequer saberia ler.

Sendo crente ou não crente, sendo um ser que as “circunstancias” lhe proporcionaram tudo o que tem, não acha que o fato de lhe ter sido concedido, poderá ser uma espécie de “teste” da capacidade que você tem de doar e o objetivo é perceber o que cada um faz quando a “sorte” lhe entrega o poder de fazer?!

Tem a certeza que você não estará a caminhar para chumbar no teste que a vida lhe colocou?!

Mas mesmo assim existem aqueles que o fazem não porque se sentem na obrigação de devolver o que a vida lhes doou, através das ações e missões em prol dos nossos semelhantes que não tiveram as mesmas condições no ato do nascimento.

Faça outro exercício de consciência, sei que também é um ponto de vista egoísta, mas serve para o despertar da consciência humanitária e solidária que adormecer no ceio da humanidade que detém o poder-de-fazer, e o desperdiça permanentemente. Mesmo que não acredite na reencarnação, faça o exercício como mero exercício teórico e filosófico, pois ajuda. Imagine que é comprovado inequivocamente que a reencarnação existe e que eu, você e todos os outros, regressamos noutras vidas e em condições diferentes. Nascimentos que nos levam a estar em contextos sociais diferentes. Consegue imaginar?!

Isso seria algo que não seria controlado pelos interesses sociais do ser humano, mas por leis divinas ou universais (chame o que quiser, em função da sua crença). Imagine que em qualquer dessas encarnações você iria, pelo ato do nascimento, estar em condições bem adversas pelo fato de ter nascido num contexto de desigualdade social e económica.

Qual pensa que será a melhor forma de garantir que nas próximas vidas que você venha a ter ou se preferir pensar, naqueles que nascerão nessas condições, viverão fora dessa condenação que é a loteria do nascimento, gerada pela desigualdade que o mundo ter na atualidade como matriz?!

Qualquer que seja o argumento que escolha, dentro dos que eu descrevi aqui, ou de tantos outros que existem, desde que você não desperte para o erro de pensar que a problemática da desigualdade social é algo que não o afeta a si, num ato de desinteresse e não querer nem pensar em algo que inevitavelmente um dia o afetará, direta ou indiretamente, se estará condenando, como um aluno que passa o tempo sem se preocupar nos efeitos que sabe serem inevitáveis.

Veja que aqueles que estão sem condições de aceder ao “poder-de-fazer”, aqueles que vivem em condições de ser ajudados e não de ajudar, esses certamente não terão que provar nada ao nível da solidariedade humana. Mas é o seu caso? Aqui também só existem dois grupos, os que estão sendo testados e cursando o curso do treinamento da “sabedoria” onde os aparentes direitos e privilégios com que vivemos, não são simples direitos sem deveres obrigatórios, mas sim, são na verdade parte do teste para aprender a sabedoria de usar o “poder-de-fazer” que a vida concede como “material escolar”.

Se não parar para refletir, e a partir daí, fazer a mudança consciente na forma como dirige o poder realizador que a vida lhe concedeu, em detrimento, não do que você pode fazer por si, mas do dever que tem de fazer pelos outros. Talvez esteja a condenar-se a ser colocado na lista de reprovados, pelo curso que é colocado a todos nós, no ato que é pouco entendido pelo ser humano e que muitos lhe chamam sorte ou azar.

“AC”

sábado, 16 de maio de 2015

Estudo Hermético sobre o carma – PARTE I

“A LEI é tanto a causa como o efeito, agindo num único momento e fora do tempo, num estado de consciência que chamamos SIMULTANEIDADE.” AC

Ao nível esotérico ou se preferirem, ao nível do estudo da espiritualidade séria e evolutiva, podemos afirmar que reina sobre o tema do carma uma perfeita e profunda confusão. Difundem-se ideias muito generalizadas e confusas sobre o que é o carma, como funciona e por conseguinte, não o percebendo, nunca teremos domínio sobre tal processo.

Primeiro devemos entender o que é o carma.

Para iniciar um entendimento mais profundo sobre este fenómeno (chamaremos assim por agora), devemos afirmar que não é uma LEI, como muitas filosofias esotéricas afirmam. O carma é na verdade o efeito de uma LEI que o hermetismo estuda desde a antiguidade – a LEI da Causa-Efeito, conhecida como Causalidade. É desta relação entre a causa e efeito ao nível mais profundo da vida, neste e em outros planos que se manifesta o carma.

Podemos afirmar e refletir concluindo que então, o carma, é o movimento de efeito desta lei da Causalidade, igual a qualquer outro fenómeno de causa-efeito que podemos observar, aqui como uma diferença que gera a tremenda confusão – o carma como efeito de uma causa, resulta das interações que transcendem uma vida terrena=atual encarnação, ou até mesmo, os seus efeitos e causas podem ser gerados ou ter efeitos em planos diferentes e em diferentes vidas.

Percebendo que este fenómeno (carma), não é uma lei em si, mas surge como o nível transcendente de uma LEI (CAUSA-EFEITO = CAUSALIDADE), podemos a partir daqui desmistificar ainda mais o que se diz e entende sobre ela.

Também se afirma que existem tr3s tipos de carma, o carma escuro (negativo), o carma claro (positivo) e muitos associam um terceiro carma, ao qual designam de não-carma. Os dois primeiros, todo o estudante entenderá o que representam, na verdade significa dizer, na nova visão hermética, que serão os efeitos que retornam de causas criadas, positivas ou negativas. Sob o ponto de vista da roda da reencarnação, ambos os carmas, sugerem a constante criação de efeitos (bons ou maus) que levam a obrigações cármicas para nos mantermos nestes planos ou repetirmos processos que resultam na obrigação dos efeitos a receber devido à matriz do equilíbrio do Mundo Imanente.

Recorde-se que dentro da MATRIZ DO EQUILÍBRIO = MODUS OPERANDI, do Mundo Imanente (todos os universos creados e em todos os planos da existência manifestada), tem na sua estrutura de funcionamento A LEI, onde a Causalidade é uma das suas manifestações, ou forma condicionada, como a ÚNICA LEI se manifesta em LEIS (se7e Princípios do Hermetismo).
Então sob o ponto de vista da libertação da roda da reencarnação, com base no que acabamos de afirmar, muitos concluem que os dois primeiros carmas (positivo e negativo), aumentam o aprisionamento, ou seja, ambas as causas quando geradas, obrigam a novos envolvimentos no processo dentro da SAMSARA. Tal conclusão é verdadeira.

Desta forma muitos acabaram por desenvolver uma visão do que muitos entendem ser um terceiro estado que permite a eliminação dos efeitos através desse não-carma. A partir dai, muito se tem especulado de forma negativa e des-informativa, sobre como se deve operar um estado de não-carma para assim se poder estar livre do efeito que a LEI da Causalidade obriga e à qual ninguém poderá fugir, pois toda a causa gera um efeito e a LEI sempre se cumprirá, em qualquer ponto que a consciência-espirito se movimente dentro do mundo Imanente.

Erradamente todos concluem que quando o ser atinge estados elevados de preparação para se libertar, nesta encarnação, teve optar por uma vida regida pelo não-carma, ou seja, deve abdicar em tudo, orientando a sua existência pela não-ação, pois o não-carma, significa isso mesmo. No entendimento de todos os classificam e interpretam o fenómeno do efeito da LEI da Causalidade, da forma que descrevemos e estudamos até aqui, a única fórmula de conseguir não gerar causas que os levam a sair da roda do Samsara, passa por não-agir nestes planos mais densos. Como exemplo, estes entendimentos esotéricos, afirmam ser o estilo de vida por rege os vários tipos de monges, desde o budismo, o próprio cristianismo e todos aqueles que se recolhem, se isolando o mais possível do mundo como forma de não intervir nele.

Aparentemente, seguindo tal raciocínio até parece apresentar certa coerência, pois mesmo muitos dos que têm este tipo de entendimento e com isso, optam por ter uma vida regida pela não-ação, são estudantes de hermetismo. Deparamo-nos a todo o instante, dentro das próprias ordens e escolas de mistérios que difundem ensinamentos Védicos e Herméticos com tais atitudes e conclusões. Queremos no entanto, fazer um esclarecimento e deixar uma primeira base para uma nova e esclarecedora forma de entendimento para mais tarde qualquer estudante iniciar o verdadeiro processo de domínio das condições que levam à libertação dos planos do aprisionamento.

A não-ação ensinada como o carma da libertação ou também difundida como não-carma, expressa uma visão errada da des-informação sobre o MODUS OPERANDI correto. Tal não-carma, leva a geração um outro efeito que muitos desconhecem – o não-efeito. Este não-efeito, torna-se tão aprisionante como qualquer dos outros efeitos (positivo e negativos) gerados pelos outros dois carmas.

Explicamos:
Se você ou um monge fechado num isolado e longínquo mosteiro, encarnaram, foi porque, a LEI da Causalidade, dentro dessa obrigação cármica, exigiu que você aqui voltasse para assim realizar os efeitos necessários para que a LEI reponha o equilíbrio que pelas suas anteriores ações, você produziu no universo dentro da matriz do aprisionamento.

Cerne da questão. Quase nenhum ser-humano no estado encarnado tem consciência de quais os motivos pelos quais aqui chegou. Para ter tal consciência, precisa de passar pelo processo que representa trabalho, rigor e disciplina, mas que devemos viver, de busca constante. Infelizmente poucos alcançam verdadeiramente. A este processo o hermetismo estuda e chama de primeiro nível de despertar esotérico, é apenas isso, ganhar a certeza absoluta do que o trouxe aqui, cientificando-se sobre todo o processo que o levou a encarnar. Pode comparar este primeiro nível de consciência como, seu primeiro nível de graduação escolar.

 Mas por que motivo ele não é conhecido e não lhe é dado a real importância, como algo, sem o qual não vale a pena prosseguir para outra etapa, pois qualquer outra etapa será inútil?

Saltar esta etapa, sem passar no exame final com nota positiva, representa isso mesmo, saber que para se liberta, o ser, deve entre muitas outras coisas, anular os efeitos de todas as causas por si geradas em suas ações anteriores e atuais. É UMA LEI e não um acaso = sorte ou azar, e por ser uma face da LEI, sempre se cumprirá, não há como a evitar, tentar evita-la é uma estupidez espiritual.

Para isso há que trabalhar arduamente. Como uma criança a quem é exigido que trabalhe na escola para obter resultados positivos no final de anos de estudo e preparação para a faculdade. Se queremos nos preparar para entrar na faculdade e passar à fase seguinte, então precisamos de trabalho continuado, e teremos como resultado, a intensidade do nosso empenho. Muitos se perdem por desânimo, outros por acídia e tantos outros por se envolverem num emaranhado de caminhos que apenas resultam em ilusões fáceis.

Ora se você não der os passos certos, nunca sairá da matriz do aprisionamento. Muitos pensam que não existem um método, ou um único caminho para sair, mas ele existe sim. Existe UM único caminho que se pode expressar no que estamos aqui a descrever, mas cada um terá que caminhar nesse caminho à sua maneira, mas o caminho que conduz à LUZ fora desta Samsara é UM só, pois o lugar para onde devemos ir também ELE, UM só.

Então antes de tudo, você precisa perceber como passar no primeiro GRAU de formatura neste curso que é O DESPERTAR. Quando você perceber e depois quando passar nele, terá sua recompensa e ela é apenas isso – você saberá reconhecer a todo instante, qual o motivo pelo qual encarnou e assim poderá saber quais os efeitos que deverá produzir para ANULAR as causas que gerou anteriormente. Desta forma estará repondo o equilíbrio que você alterou, com suas ações e só desta forma você ganhará o direito dado pela mesma LEI que o obriga a ficar, o direito de passar no portal que divide o verdadeiro LAR desta matriz de dor e sofrimento.

Tanto o monge, como os iludidos estudantes que não estejam conscientes de que a não-ação, na verdade não é o processo correto para se preparar a libertação, mas sim e apenas, tal inação consome toda a encarnação gerando um enorme efeito de não-efeito, quando na verdade a encarnação deveria ter passada, a trabalhar de forma sábia no processo de NEUTRALIZAÇÃO do que o levou a encarnar.  

Estar consciente disto é o primeiro passo.

“AC”

“A LEI é tanto a causa como o efeito, agindo num único momento, fora do tempo, num estado de consciência que chamamos SIMULTANEIDADE.” AC


domingo, 5 de abril de 2015

O significado de ressurreição presente na Pascoa Católico-Cristã

Hoje é dia de renascimento, representado na ressurreição da cultura do catolicismo-romano e para muitas das correntes cristãs.
Para mim, este dia, representa um dia de reflexão do que fomos no passado, mas principalmente, reflexão sobre aquilo que nos pode impulsionar numa nova forma de viver no presente e futuro.
O verdadeiro significado da Pascoa é esse mesmo, reconhecer os eventos (bons ou maus) que podem impulsionar esse renascimento, partindo do desapego de tudo o que era errado nas nossas vidas, para um novo recomeço. A ressurreição representa uma nova oportunidade, uma nova vida.
A minha própria ressurreição teve como fatores determinantes, uma crise que me fez crescer muito em 2006, mas antes disso, teve um acontecimento do nascimento do meu segundo filho. Sim uma segunda oportunidade de corrigir tudo o que fiz de errado, com a dádiva que me foi concedida, quando do nascimento do meu primeiro filho, há 26 anos atrás.
Por isso, com Domingo de Pascoa, eu comemoro a oportunidade qua a vida me deu, há 26 anos atrás, expressa no nascimento do meu primeiro filho e a ressurreição que me foi concedida há quase 8 anos, com o nascimento do meu segundo filho.
Só um quarto de século depois, me foi possível perceber aquilo que a vida pretendia, com cada um destes eventos, expressos na paternidade, pois hoje percebo que nele, se encontra muito mais que o seu simples significado de ser pai. Nele está contido o significado de aprender a regenera-se e renascer constantemente, para desse movimento permanente, cumprir o motivo da existência que cada um deve compreender e viver intensamente – o crescimento enquanto ser humano.

Feliz ressurreição para todos (as).

“AC”

sábado, 7 de fevereiro de 2015

O início do ADVENTO.



Ao longo da história, conhecida e a desconhecida, da humanidade, temos assistido a vários eventos que definem o estado evolutivo do ser humano, e o propósito, não da existência da humanidade, mas sim da condição em que essa existência acontece.

Queremos aqui afirmar, o que é do conhecimento de muitos Iniciados, sobre os motivos e o propósito do desvio, que leva a história humana, a não ser, até hoje, uma história de evolução feita com base na harmonia, paz, fraternidade e no amor, mas sim uma história centrada em guerras, sofrimento, inveja, injustiça e ódio.

Esses motivos, óbvios para todos, conhecedores e desconhecedores dos mistérios, geram todo o conjunto de teorias conhecidas da opinião pública. Por cada mistério humano, temos uma teoria e suas variantes, por cada grupo social em que a humanidade se organiza, por cada nacionalidade, credo ou nível cultural.

Em parte, na sua maioria, todas elas, se revestem de muita in-verdade, assentes essencialmente em correntes de desconhecimento, que geram supostas verdades adequadas a cada desses grupos, seus níveis de entendimento e suas conveniências. No entanto, quando avaliada a verdade essencial, contida em cada mistério (mistério = fato, evento, conhecimento ocultado ao ser humano com algum propósito concreto), compreende-se mais facilmente os motivos da manipulação, quem serve de instrumento para a sua realização em cada momento da história e quem está na sua origem.

No presente, a humanidade vive um momento bastante importante e simultaneamente de enorme fragilidade no que à definição do seu destino se refere, se por destino consideramos a sua libertação e o restabelecimento do que deveria ter sido sempre um padrão evolutivo de toda a raça, caso não tivesse ocorrido a intervenção de interesses e entidades mais ligadas a processos de baixas vibrações, e por isso, entidades dependentes de níveis intensos de vibrações com origem em sofrimentos, ódios e trevas.  

 Como já referimos antes, muitas têm sido as teorias que profetizam sobre adventos positivos e negativos e sobre as datas em que ocorrerão. Não falaremos aqui sobre as profecias, nem falhadas, nem aquelas que assentam em datas futuras, que continuam servindo apenas para alimentar a continuidade da enorme confusão em que a humanidade se vê mergulhada, deste sempre, e entro do atual ciclo enquanto raça que evolui na terceira dimensão.

Nem pretendemos, sequer, falar sobre visões que descrevem o que poderá ser um possível futuro, pois enquanto seres espirituais, libertos das fronteiras entre dimensões, sabemos que a existência da raça humana nesta dimensão, a sua permanência e demora nela, depende apenas de fatores, conhecidos daqueles que percebem tal processo e não de supostas condições ilusórias. Tendo e dependendo de um propósito substancial, por mais difícil que seja ao entendimento do ser-espirito com consciência e perceção apenas na tridimensionalidade, sabemos que o aspeto tempo-espaço característico desta dimensão, não é a essência que se deva questionar, para a sua ocorrência, mas sim fatores que se podem identificar pela materialização de outros vetores que precisão realizar-se para produzir uma elevação da vibração geral do Homem enquanto raça e não apenas de alguns seres-humanos.

Recordamos que havendo mais de sete bilhões (mil milhões) de seres humanos encarnados atualmente, sendo a quantidade de espíritos envolvidos no processo de evolução da terra, mais do dobro desse número, somando todos os espíritos que se encontram dentro dos processos de aprisionamento, por mais que alguns grupos de seres humanos possam evoluir, nunca dessa evolução em separado, se apresentará o rompimento do paradigma em que se encontra a humanidade enquanto raça.

Pretendemos afirmar concretamente que, ao contrário do que afirmam algumas correntes esotéricas e religiões, para haver um evento equivalente ao resgate, à salvação da humanidade, é indispensável que o nível vibratório, do conjunto desses bilhões de espíritos aumente, sem o qual, não ocorrerá a alteração do estado em que se realiza aquilo que entendemos por existência, ou seja, onde temos centrado o nosso nível de consciência, aquilo que entendemos por realidade, quer na materialidade quer nos planos etéreos que representam o processo de reiniciação do ciclo que temos como reencarnação.

No atual cenário humano, sem que se exterminem as condições em que o sofrimento mais intenso em que os milhões de seres humanos se encontram mergulhados, não haverá elevação para um novo processo de evolução, ou seja, sem que sejam eliminados todos os grandes eventos que geram a origem do sofrimento humano, não estarão materializadas as condições que reunidas em determinada ordem e ritmo, produzirão os primeiros sinais para esse verdadeiro e genuíno advento - o processo de libertação (salvação na linguagem religiosa) da humanidade mergulhada numa matriz adulterada e contra natura, do que foi originalmente criado como condições para a realização do seu aprimoramento enquanto raça herdeira da génese, os verdadeiros filhos da fonte – DEUS.

Erradamente e de forma utópica, todos pensam que por ser relativo ao mundo fora da materialidade, parte do entendimento de tudo isto, para que exista um processo de evolução para outros planos de consciência, os eventos que nos levarão a tal processo, devem apresentar-se como fenómenos fora da normalidade da terceira dimensão, através de fenómenos e eventos fantásticos, com origem na pura formulação ilusória. Estas ideias, não são mais que correntes filosóficas resultantes da desinformação e ignorância que se encontra ao serviço de quem nos guia enquanto raça, com objetivos e propósitos nefastos para nós, mas cumprindo os objetivos dessas entidades e raças espirituais, desconhecidas da generalidade do ser humano e que quando um dia revelados, provocarão concussões espirituais óbvias. 
       
No entanto, queremos mostrar, aos preparados, os verdadeiros processos que estão iniciando a materialização definitiva das condições que gerarão a matriz que romperá com o atual paradigma assente na ignorância que gera o sofrimento humano. Partirá da eliminação dos processos de ignorância que geraram até aqui, os fenómenos promotores de sofrimento – guerras, fome, medos, ódios. O retrocesso dessas condições, definhará a vibração densa, que um dia colocou em causa o verdadeiro propósito da Humanidade, quando ainda dentro do ventre da matriz original, acabava de ser concebida, como a nova raça portadora e perpetuadora da génese, transportando no seu ADN espiritual enquanto herdeira, a prova viva da existência da divindade, contida na fonte de tudo – DEUS.    
       
Não pretendemos que muitos percebam os sinais de que se reveste esta mensagem, pois sabemos que a verdade substancial, para que nunca seja objeto de manipulação (como já foi no passado), deve permanecer só identificável, através dos processos com origem no coração. Assim, não encontrará nesta mensagem descrição de eventos proféticos, desveladamente expostos para júbilo dos egos sedentos de uma base para a sustentação de suas crenças. Aqui nesta mensagem apenas haverá lugar a uma mensagem substancial para todos os que já perceberam a origem dos mistérios e daí entendem o axioma hermético - “Quem tem olhos que veja, quem tem coração que sinta.”.


“AC”

terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

PODER DO PARADOXO.


“Quanto mais lhe resistires, mais forte será. Quanto mais o aceitares, mas rápido partirá”
AC
Mais gratificante que o ato de aprender, só o de ensinar. Ensinar representa o derradeiro ato de aprender, pois nele aprimoramos o conhecimento. "AC"

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

O PODER DO PARADOXO – Desvenda-me ou devoro-te.


No processo da Alta Magia, o poder do paradoxo deve ser desvendado para que a Magia aconteça.
A chave que rompe o poder do paradoxo é o mesmo que combate os eons, e outras forças que lutam contra o resultado da Magia e o trabalho do Mago.
Revelamos a todos os estudantes e buscadores a chave que rompe o paradigma do - Poder do paradoxo.
"Quanto mais lhe resistires, mais tempo permanecerá e mais forte se tornará.
Quanto mais facilmente o aceitar, mais rápido partirá."
Desvende o seu modus operandi e os senhores do destino o servirão.

No processo da Magia, ou seja, no processo de gerar o que pretendemos que seja a nossa realidade e sobre todo e qualquer tema, seja um novo emprego, um objetivo a atingir na vida, na relação familiar, etc., em tudo, absolutamente tudo que através do processo Magico pretendemos fazer materializar nesta realidade, haverá sempre que enfrentar as ocorrências que geram os obstáculos, as provas, para que tais objetivos se realizem.
Os chamados eons, a esfinge, e tantos nomes para as forças que a humanidade conhece por “senhores do destino”. Sempre se farão presente e devemos respeitar tal condições, cabendo-nos apenas, aprender como lidar da melhor forma a vence-los.
Normalmente qualquer ”aprendiz”, comete o mesmo erro, sempre que surge um evento que gera um obstáculo e é manobrado por estas “forças do destino” como forma de verificar da força do nosso Querer (de nosso poder Magico), o aprendiz reage ao evento erradamente, sendo facilmente vencido por ele.
Sempre que olhamos para um evento que classificamos como mau, como um azar que ocorre no caminho para o objetivo que desejamos realizar, a nossa atitude perante tal evento é de negatividade. Imagine que pretende conseguir um emprego novo e aplica os princípios da Magia, durante o processo de realização desse processo, haverá eventos que surgirão para testar seu Querer (representado a esfinge que enfrenta o Iniciado – “Desvenda-me ou devoro-te”).
Imagine que você seguiu todos os passos anteriores para a visualização do evento desejado, emanou a energia para a sua realização e alinhou seu desejo vindo da razão com o desejo da emoção (Querer verdadeiro). Nos passos seguintes você deverá confrontar-se com essas forças que testarão seu Querer e se você souber resolver o paradoxo, passará na prova, vencerá esse obstáculo e passará à seguinte fase da realização da Magia.
No exemplo do desejo de um (novo) emprego – Após você realizar o processo de visualização e alinhar seus desejos, gerando o Querer verdadeiro (em que sua emoção deve estar alinhada com sua razão, vibrando em uma só vontade), se apresentarão oportunidades que lhe parecerão a realização do seu objetivo – o emprego que desejou. Na verdade, não se tratará da realização do seu desejo, mas de uma prova, um obstáculo criado para testar seu direito a obter o que desejou.
Depois de muito lutar para procurar esse emprego, enviado CV., indo a entrevistas, melhorando sua formação, fazendo novos contactos, etc., em algum momento surgirá uma possibilidade que cada vez mais lhe parecerá possível de realização, pois se assemelha ao que você idealizou para si. Quando tudo se prepara para lhe indicar que será esse seu destino, tudo se alterará e tudo se derrubará, percebendo que era uma ilusão sua, pois criou uma falsa ideia e essa possibilidade que caminhava bem, resultou num redondo fracasso.
Até aqui descrevemos o evento gerado pelos “Senhores do destino” para confrontar você, mas a maioria das pessoas olham para o evento e geram os sentimentos que desarmonizam o QUERER, através da emoção, desequilibram o seu desejo vindo da razão, com a vibração que deve existir do desejo vindo da emoção.
A desilusão ao pensar – “…nunca ocorrerá, sou um fracasso, nem sei perceber uma ilusão….” nesse momento através das emoções, renunciamos ao estado do QUERER verdadeiro, pois deixamos de manter o desejo da razão e da emoção na mesma vibração. Desta forma a esfinge devora o nosso QUERER e passamos a gerar um estado de desarmonia face ao que desejamos. O medo venceu, a dúvida instala-se e o apego ao passado, não nos deixa partir para a realização de uma nova realidade para nossa vida. Aqui morre a Magia e termina o QUERER, ficando apenas o vil desejo, findo das falsas expetativas que geram a desilusão.  
O ser humano perdeu a capacidade de vencer os “Senhores do Destino” e de tomar o controlo sobre seu destino, muito por sua culpa. Temos o poder de modificar a realidade, mas desacreditamos facilmente de nós, e desconhecemos os segredos que nos levam a vencer “essas batalhas” que conduzem ao sucesso no processo que é a realização do ato Magico.
Usando a chave do Poder do Paradoxo, podemos facilmente sair vencedores deste confronto, vejamos:
“Quanto mais lhe resistires, mais forte será. Quanto mais o aceitares, mas rápido partirá”, no exemplo que usamos para auxiliar o entendimento, quando olhamos para o evento que foi a não realização do que parecia ser o novo emprego a nova situação económica que altera a nossa realidade, pensamos nele apenas numa perspetiva negativa, vendo nele o insucesso do nosso grande objetivo. Desta forma, apegamo-nos à vibração negativa que esse evento aporta, esquecendo que ele pode ser usando como motor para avançar. Como se num copo meio de água, vemos o copo de água meio vazio e não o lado positivo, o copo meio cheio. 
Se olharmos para o evento não como o fim do caminho, mas como apenas um obstáculo, e enquanto etapa no caminho, como uma experiencia necessária para aprimorar os conhecimentos que nos levarão à realização que pretendemos, não estaremos a resistir ao evento, mas apenas retirando dele o que de positivo ele carrega e desta forma a sua carga negativa, se afastará de nós, da mesma forma que chegou. Lembre-se que a LEI é a do Movimento, no fluxo e refluxo, assim tudo o que chega, vai e somos nós que guardamos aquilo que pretendemos preservar, dessa passagem. Nela apenas somos afetados pelo lado da dualidade que quisermos, se utilizarmos a chave do PODER DO PARADOXO.
“Quanto mais lhe resistires, mais forte será. Quanto mais o aceitares, mas rápido partirá”


AC

terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Qual o sentido da vida?




Todos nós, já fizemos a pergunta. Senão desta, de outras formas, colocamos tal questão a nós próprios. Nem sempre através de questionamentos diretos, muitas vezes essas perguntas são deixadas através dos mecanismos das sensações, sentido na angústia pela incompreensão de certos acontecimentos, na desilusão pelas expetativas não cumpridas, nas dúvidas originadas pelos medos sentidos na incapacidade de perceber o emaranhado dos processos que constituem aquilo que chamamos de vida.

Na verdade, é do resultado destes fenómenos, com origem no nosso estado de ignorância que nasce a necessidade de fazer a pergunta – “Afinal, qual o sentido da vida?”. Desta pergunta nunca obteremos uma resposta satisfatória se não percebermos primeiro o motivo mais profundo, pelo qual o ser humano faz tal pergunta e dai talvez perceber que tal pergunta deve originar, ela própria, não uma resposta concreta, mas sim servir para gerar o próprio modus vivendi de cada ser humano, em cada momento, de cada etapa da sua vida.

Só assim da pergunta, se tornará um verdadeiro instrumento ao serviço do nosso crescimento pessoal, humano e espiritual. Tal como uma criança, nós adultos, devemos abandonar o medo de nos esvaziarmos das certezas que adquirimos e que teimamos em manter como verdades absolutas. Devemos compreender o truque contido na mestria de aprender permanentemente, tal como fazem das crianças, o melhor mestre da arte de aprender, ao constantemente colocarem em causa tudo, através da constante insatisfação contida na expressão dos “porquês”, e dessa atitude, revelar a coragem necessária do desapego ao conhecimento adquirido, mostrando-nos assim, preparados para perceber novos níveis duma mesma realidade, no processo que chamamos - viver.  

Então a incapacidade de obter uma resposta satisfatória, quando a humanidade faz a pergunta – “Qual o sentido da vida?”, não está na pergunta em si, mas sim, no que se espera da resposta. Na verdade o ser humano, quando faz a pergunta, procura que tudo lhe seja relevado e que dessa resposta, lhe seja possível satisfazer toda a sua ignorância, sem que exista um esforço constante para perceber que há várias respostas e várias fases da pergunta, nas várias fases da vida.

Sim, porque ao fazer uma pergunta que supostamente contem de todas as respostas, o que estamos a fazer, é criar a expectativa de ter todas as respostas para a existência, sem que para isso, nos tenhamos esforçado, por ir adquirindo os conhecimentos intermédios que nos podem levar a perceber passo-a-passo todo o processo que é aquilo que chamamos - vida. A isto poderíamos chamar o processo de crescimento espiritual e intelectual humano.

Esperar a resposta conciliadora de toda a nossa ignorância, sem que nada tenha sido feito para desenvolver as competências que levam ao entendimento passo-a-passo, é o maior ato de acídia em que o ser humano se vê mergulhado. Tão ridículo que nem uma criança pensaria em comete-lo, no seu processo de desenvolvimento, tal coisa, equivaleria à imagem de uma criança de 5 anos, perguntar o mesmo. No entanto, sabemos que as crianças na idade dos “porquês”, de forma inata, reduzem a grande pergunta à simplificação, usando exatamente o método do desdobramento de algo mais complexo, pelo método de etapas.

Sempre que a um problema não percebemos uma solução, sempre que a uma pergunta não temos condição para a resposta, devemos reduzi-la, ou seja, dividi-la em vários conjuntos, de forma a assim poder partir para uma solução passo-a-passo, por etapas. Assim se desenvolve o processo de aprendizagem na idade dos porquês. Por isso deveremos aprender com as crianças.  
Isso é inato no ser humano, desde o seu nascimento, e permite nos primeiros anos de vida, enormes avanços de desenvolvimento, então, não se entende porque deixamos de usar algo que nos traz tantos benefícios e que se mostra o método de aprendizagem mais eficaz, cheio de resultados efetivos?

Se olharmos para tal método, usado por todos enquanto crianças, percebemos que o que está errado, não é a pergunta que fazemos enquanto humanidade, mas a expectativa do que pretendemos obter com ela. Se reaprendermos o sábio sistema dos porquês utilizado pelas crianças, será possível iniciar o processo que nos levará a que cada dia, tal pergunta permita uma plenitude de satisfação na resposta obtida, pois saberemos que são etapas. Então o importante é perceber que temos que fazer muitas vezes a mesma pergunta, alias, devemos fazer todos os dias a mesma pergunta e perante tal pergunta, apenas esperar que ela sirva o impulso que nos leva a compreender mais um pouco todo o processo que é a vida.

Tal qual uma criança que faz as perguntas, depois experimenta sensações, cheiros, sons, emoções, percebendo que é um eterno aprendiz vivendo um processo de aprendizagem, um cientista que coloca a pergunta, e de uma forma ou de outra, procura experimentar as possibilidades face à pergunta, obtendo assim na resposta um “certo ou errado” e daí passar à constatação seguinte. No laboratório experimental que é a vida, a pergunta derradeira - “Qual o sentido da própria vida?”, na verdade é apenas e só o mecanismo catalisador do próprio sentido oculto da vida – EXPERIMENTAR, para através dela, ganhar mais consciência. Este é o verdadeiro sentido da evolução espiritual, ou se pretendermos, o sentido da vida.   
Cada vez que obtemos a nossa resposta à pergunta, é possível perceber, em cada momento, qual o nosso nível de evolução espiritual, ou se pretendermos, qual a nossa fase, no entendimento da resposta à tal pergunta – “Qual o sentido da vida?”.

Para que tal pergunta seja um instrumento de crescimento espiritual e humano, ela deve ser despida da capa que transporta. Devemos fazer uma pergunta, direta a nós próprios, onde estará implícita a resposta coletiva à pergunta inicial, assim no monólogo existencial, a pergunta correta, seria – “?Quando a minha vida terminar, o que deverei ter feito, para que ela tenha feito sentido?”.

Desta forma, ela, torna-se o verdadeiro exercício de aprendizagem no dia-a-dia. À medida que o ser humano se aperfeiçoa, à medida que amadurece espiritual e humanamente, a resposta à pergunta, modifica-se. Essa modificação, essa resposta de cada momento, representar a imagem do que cada um de nós é de fato e o seu verdadeiro estado de consciência.

A resposta universal à pergunta – “Qual o sentido da vida?”, é na verdade possível. Existe de fato e está contida na expressão que melhor define a existência de um sentido para a vida, a cada momento em que fazemos a pergunta.

AC

sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Reflexão sobre o cérebro, a mente e o espirito.

Há evidencias cientificas que confirmam que o cérebro reage milésimos de segundos antes dos eventos ocorrerem, criando assim os fenómenos de prontidão psíquica e fisiológica que o ser humano ativa, enquanto ação/reação perante os eventos.
Conclui-se assim, para que determinada reação seja desencadeada pelo corpo e ocorra no momento em que ela é necessária, precisa que antes o cérebro tenha “adivinhado” a necessidade da ação, antes de ter ocorrido, ou seja, o cérebro precisa “prever” os milésimos de segundos seguintes (futuro), pois a ordem que ele dispara aos órgãos que deverão intervir, precisa desse décalage de antecipação para que a reação ocorra no momento exato à necessidade do evento. É esta a versão da ciência ortodoxa.
A ciência até hoje não conseguiu justificar o fenómeno, apenas conseguindo regista-lo e confirmar a sua ocorrência. Se acrescida a esta constatação, a visão milenar das ciências esotéricas e os seus conhecimentos arcanos, é possível desbloquear estes aparentes paradoxos gerados pela incapacidade de conseguir compreender e dar coerência efetiva a estas constatações.  
Aparentemente o que a ciência reconhece é contraditório sob a perspetiva cientifica, pois para que tal ocorra, significa afirmar que o cérebro prevê o futuro, conseguindo saber o que será necessário ordenar aos órgãos, alguns instantes antes, para assim a ordem ser dada a tempo desses órgãos reagirem sincronizados com o acontecimento para que são chamados a responder. Então a ciência está a afirmar que o cérebro percebe o futuro, sem que o ser humano seja consciente desse fato?!
Só pode ser assim, pois o ser humano, não se dá conta desta ação, ele apenas age perante o acontecimento / evento. Mas para que a resposta seja simultânea ao evento, tem que ser prevista instantes antes, certo?! É a ciência ortodoxa que o afirma, não o hermetismo. Esta constatação gera um paradoxo. Como pode o cérebro ter acesso a esta informação, quando o ser humano, do ponto de vista da consciência, não se dá conta de tal antecipação, ou seja, não é consciente dela?!
 Será que o cérebro vê o futuro? Como isso ocorre, sem que nos possamos dar conta? A estas perguntas, a física quântica ainda não conseguiu responder. Basta ler o livro escrito por William Arntz, Betsy Chasse e Mark Vicente – “Afinal, o que sabemos nós?”, onde eles explicam esta encruzilhada em que a física quântica se encontra, sem que dela saibam sair, apontado apenas algumas possibilidade quando se chama à física quântica as visões de alguns místicos e mestre das ciências esotéricas.
Muitos confundem, julgando que o hermetismo, à semelhança de outras correntes esotéricas, trata de forma idêntica, áreas temáticas como a cabala, alquimia, filosofia, magia, etc. Na verdade é um erro, quando se vê o estudo milenar dos conhecimentos herméticos dessa forma, pois seu o estudo, investigação e desenvolvimento é em muito, a base do atual método cientifico ortodoxo, visto na sua base, assentarem os mesmo princípios de orientação, pesquisa, constatação e comprovação cientifica.
Assim, apresentaremos aqui uma abordagem da ciência hermética, relativa aos seus estudos e pesquisa mais desenvolvidos nesta matéria. Alguns deles nunca, até hoje, trazidos de forma desvelada aos não-iniciados nos mistérios que tais conhecimentos envolvem. Desta forma, iremos dar uma ajuda ao ramo da ciência irmã (física quântica), para trazer uma nova visão aos paradigmas existentes, a saber:
Na linguagem científica do estudo hermético, conclui-se, à semelhança da física quântica que há uma certeza – é verdadeira a afirmação da física quântica, o cérebro tem que conseguir antecipar o evento, antes dos órgãos que estarão envolvidos, devam responder. Pois existe um instante de tempo, necessário para a ordem do cérebro chegar a esses órgãos. Mas, no entendimento da visão hermética, está a ser cometido um erro. A física quântica e aqui toda a ciência conhecida da humanidade, deixa escapar um fato importante, uma possibilidade que gera o erro, esta prende-se com o fato de se pensar que a ação / evento que tem que ser respondida pelos órgãos, ocorre no presente. Este é o verdadeiro erro que gera a encruzilhada.
Como?! – Perguntará o leitor. - Está a insinuar que o que percebemos por realidade, não ocorrer no presente?!
Sim, é isso mesmo. Tudo o que o ser humano tem ciência, tudo o que entendemos por realidade, quando ocorre de fato, não nos damos conta dela, apenas a percebemos, apenas temos consciência dela, no mínimo, alguns instantes depois.
Tal conceito, pode até violentar o entendimento ortodoxo, pois se correto, altera por completo a forma como entendemos o tempo e aquilo que percebemos como realidade presente, passado e futuro. Claro! Mas é isso que tantos iniciados dominando as ciências esotéricas afirmam, sem que o resto da humanidade perceba de fato. Nada do que percebemos, nada do que vivemos, acontece no presente. Tudo, absolutamente tudo, tem lugar no passado. Nunca aquilo que pensamos ser a realidade, o presente e o que sentimos, é tido no presente. O presente ocorre sem que seja percebido pela consciência, mas o nosso sistema de sensores, regista-o e o cérebro processa-o, no verdadeiro presente. Aqueles instantes antes, de termos consciência disso, esse é o verdadeiro presente.
O que estou a afirmar é que, o que temos como realidade, já ocorreu instantes antes, de quando nos damos conta. Por isso e na verdade, o que o cérebro faz não é nada de extraordinário, pois não prevê qualquer futuro, apenas recebe dos sensores responsáveis pelas perceções e regista em tempo real (no momento em que ocorre de fato).
Então por quê tal evento se torna consciencializável para o ser humano, só, instantes depois?
Para aceder ao conhecimento que contem tal resposta, precisamos entender como se processam os fenómenos que geram aquilo que entendemos como realidade. Devemos começar por distinguir os processos fisiológicos, no que ao cérebro se refere, dos processos da mente, no que aos processos de consciência, se deve entende. Ambos são necessários para que o ser humano tenha a experiencia da existência e nela do que se entende por realidade (o nosso “aparente” presente).
Os processos mais densos, mais fisiológicos, ligam os órgãos que recebem as informações do exterior do ser humano (os cinco sentidos), ao órgão que processa toda esta informação (o cérebro, órgão físico). Todos estes mecanismos, ocorrem num complexo conjunto de processos de caracter fisiológico perfeito. Este conjunto é o mais poderoso computador que alguma vez já existiu, mas todos estes processos não geram por si a consciência. O cérebro faz de forma maravilhosa o processamento de todos os dados recolhidos e cria a rede de neurónios que poderemos designar por memórias (simples, conexas, superficiais, intermédias e profundas), o mesmo é dizer - a nossa base (banco) de dados interna.
Mas como se dá a consciência e o que é ela?
Como se processa e o que tem que ocorrer para o ser humano ter acesso ao que entendemos por consciência que nos leva a considerar-nos existir e a fazer parte dessa tal realidade?   
Responderia – O pensamento.
É aquilo que designamos por pensamento que serve de instrumento para que ocorra o processo de “de nos darmos conta = termos consciência de”. Mas o que é o pensamento? Pensamento é a forma de movimento usada pela mente, a forma como ela se move dentro dos processos mais densos, quando usa o órgão cérebro para aceder à base de dados interna (o conjunto de memórias constituídas por todos os dados recebidos e armazenados, através da constituição das redes de neurónios).
Então importa aqui também distinguir e compreender o que representa a mente, visto estar a afirmar que o pensamento é o instrumento que a mente usa para se movimentar, dentro dos processos mais densos, dentro do sistema cerebral, para ter acesso aos registos das perceções externas do mundo físico que estão guardados em memória.
Então o que é a mente? – Perguntará o leitor.
O hermetismo afirma e ensina que esse fenómeno que se designa por mente, é algo que está para além do cérebro. Assim olharemos para a mente como um algo mais sutil e para o cérebro como um órgão fisiológico, sendo este último, aquele que materializa aquilo que podemos chamar de movimentos mais densos da mente – pensamentos, mas também os movimentos mais sutis - intuição. Materializar aqui significa, trazer para uma compreensão da linguagem humana todo o conjunto de sensações e perceções que o fenómeno mente capta, e para que se torne entendível, na perspetiva do intelecto humano, precisa ser convertido em algo com significado para a compreensão (=consciência da realidade).
Essa compreensão (=consciência da realidade = consciência no nível da tridimensionalidade) é feita através dos vários conjuntos de redes de neurónios e das diversas conexões que podem ser feitas entre esses inúmeros neurónios, gerando assim infinitas associações que vão das mais básicas para a mais complexas, mas sempre a partir da estruturação e conexão de segmentos de neurónios, em que cada um representa uma sensação, uma experiencia, uma ideia humana básica.
Por exemplo, quando aprendemos uma cor (azul), no cérebro, cria-se um nerónio que assume esse registo, sempre que aprendemos sobre as diversas tonalidades de azul, a cada nova tonalidade, a cada escala de nova perceção, gera-se um novo neurónio. Para os sons, cheiros, letras, sons, imagens, movimentos, etc., para cada perceção, do mais básico concetual humano, o cérebro tem que o ter como um registo e para isso gera um neurónio específico para tal.
Para conceitos mais complexos, ele inicia um processo de associações de vários neurónios básicos existentes, perceções já registadas, gerando assim através de conexões entre certos nerónios, uma rede que ativada, cria um conjunto logico que, por si, representa um conceito ou ideia mais complexa.
Por exemplo, uma laranja (fruto). A imagem de uma laranja, junta numa só rede que interconecta vários neurónios que, por si, tem uma representação bem genérica, mas que quando associados, entre si, e ligados num processo encadeado e logico, geram toda a perceção do fruto laranja. Cor (laranja), textura da casca, experiência do tato ao retirar a sua casca, textura interior, sabor, cheiro, grau de doçura, acidez, etc.
Para um conceito cerebral do que pode representar a imagem dum fruto como a laranja, por muito simples que seja para o processo cerebral, quando comprado com outras concetualizações humanas, mas só um processo destes, obriga a que o cérebro tenha constituídos um enorme conjunto e complexa rede de nerónios, que juntos geram toda a perceção do que é uma laranja, o que representa, como se sente, sabe, etc., para os sentidos do ser humano, que por sua vez, geram aquilo que podemos entender a base de dados (informação disponível sobre) onde a mente através do pensamento poderá aceder para assim gerar, enquanto nível de consciência da laranja. 
O pensamento é o instrumento de que a mente se serve para ler os registos que estão armazenados nas nossas memórias (redes de neurónios). Vamos dar um exemplo alegórico como forma de simplificar o entendimento básico sobre os processos e seus órgãos. Imagine um computador, aquilo que é todo o hardware, podemos entende-lo como o nosso corpo físico e todos os sistemas neurofisiológicos que o fazem funcionar.
Agora vamos falar sobre os softwares – o sistema operativo, aqui seria o ego, o conjunto de instrumentos que juntos fazem funcionar, de forma básica, todo o hardware e simultaneamente, suportam os restantes softwares que serão instalados. O disco rígido seria a nossa capacidade de registar e tudo o que nele esteja contido, serão as nossas memórias. Aqui o pensamento estaria representado pelo movimento, e a agulha que lê a informação contida no disco rígido.
A tela (ecrã) e tudo o que nela se apresenta, o que surge como perceção no momento, é aquilo que entendemos como tempo presente (realidade). Sendo o conjunto de informações registadas no disco rígido as nossas memórias, são também o que entendemos por passado, pelo conjunto de eventos/acontecimentos que já tivemos perceção e daí foram registados enquanto tal.
O software a que designamos por navegador de internet (browser), representa a intuição. Toda a informação que existe na internet, ou seja, toda a internet, representa aquilo a que se pode designar de Consciência Cósmica, onde pré-existem todos os eventos e todas as ocorrências/possibilidades. Aqui o Hermetismo denomina de ETERNO AGORA e a física quântica designa de CAMPO. 
O conjunto de suportes, a partir dos quais o nosso disco pode receber informação, para além do ETERNO AGORA, são então os suportes físicos como DVD´s, CD´s, pen-drive´s, cartões de memórias e intrarredes. Estes, representam o conjunto de suportes a partir dos quais constituímos dia-a-dia o nosso suporte de memórias internas. Eles equivalem os conhecimentos/informações adquiridas durante a nossa educação académica, social e cultural. Na verdade o seu conjunto termina por fazer parte e constituir, uma parte importante do modo como o nosso sistema operativo (ego) funcionará. 
Mais tarde usaremos estes exemplos como forma de ilustrar parte dos processos complexos que a mente, no seu conjunto, origina. Mas então como funciona a mente, como nos damos conta, como temos cons-ciência?
Para tentar auxiliar o entendimento sobre a forma como registamos e como percebemos o mundo que temos como existência, vamos socorrer-nos no hermetismo, das suas disciplinas, neste caso, da Numerologia Pitagórica. A mente, no atual estado em que o ser humano se encontra, estado encarnado neste plano físico da tridimensionalidade, ela é incapaz de relacionar mais que um acontecimento/evento ao mesmo tempo. A mente humana, no atual estado, não consegue percecionar em simultaneidade, aquilo a que as religiões denominam, de certa forma, por Omnipresença, ou seja, conseguir estar ou perceber vários eventos ou espaços-tempos simultaneamente.
A esta incapacidade, a física quântica identifica, não como tal, mas afirma que na dimensão quântica, existem todas a potencialidades do surgimento do evento, até ao momento em que o observador, observa. Ai dá-se a materialização no plano da tridimensionalidade, apenas de uma das possibilidades existentes. Na realidade a física quântica, não percebendo ainda, está a afirmar, isso mesmo: “…estando presentes todas as possibilidades, de um evento, na presença da consciência limitada à tridimensionalidade, apenas se consciencializa uma possibilidade do evento, de cada vez”.
O aparente limite para a simultaneidade, está imposto pela necessidade de materialização das perceções recebidas, na tela/ecrã que temos como perceção do tempo presente (realidade). Isto só se consegue efetuar através do pensamento e aqui reside o limite, o pensamento, a agulha de leitura da informação que está registada no disco rígido, só lê uma quantidade limitadíssima da área do disco rígido, quase que poderíamos afirmar na linguagem informática – dado a dado (bit a bit) de cada vez. É o pensamento que gera a aparente incapacidade de perceber mais que um evento em simultâneo, quando na verdade, a mente consegue perceber em simultaneidade, mas não os consegue materializar na tela (ecrã) mental (perceção que temos como momento presente=realidade), registando assim nas memórias, para depois aceder, ou seja o pensamento ler, um a um.
Vamos dar um exemplo para perceber melhor este processo. A agulha (leitor) que lê o disco rígido (nossas memórias), só consegue ler um dado de informação de cada vez, o que surge na tela/ecrã do computador é o que percebemos como momento presente (realidade). Na verdade esse momento presente é composto por um conjunto de dados a que a agulha (pensamento) consegue aceder e agrupar num outro sistema onde durante breves instantes consegue manter vários dados juntos e organizados de forma a mostra-los na tela/ecrã, gerando assim a imagem que se apresenta nessa tela/ecrã (momento presente=realidade). A este sistema que cria uma imagem com base em alguns dados capturados pelo pensamento e usando os recursos do ego (software operativo), poderemos designar memória virtual ou temporária.
A perceção que temos como momento presente é na verdade isto mesmo – uma memória temporária que regista durante uns breves segundos um conjunto de dados/imagens/informações que representam aquilo que compreendemos como existindo no momento presente (realidade). Porque esta memória virtual é de duração breve, o pensamento, atualiza-a permanentemente e isso termina por gerar aquilo que percebemos como decurso do tempo (ação que cria a ilusão de movimento, do passado para o futuro=ilusão do presente).
Assim é indispensável fixar que qualquer que seja o grau de desenvolvimento de um ser humano, sem exceção, temos uma limitação que é imposta pelo estado em que se materializa a mente, naquilo a que muitos afirmam ser o sistema cerebral. Desde que estejamos a falar de uma mente projetada num corpo físico (encarnada), esta estará sempre limitada, sendo incapaz de atingir o estado a que o hermetismo designa de simultaneidade e que as religiões designariam de Omnipresença.  
Outra limitação importante ou característica que devemos estar cientes, se pretendemos entender o fenómeno complexo que é a mente, é o fato dela, quando materializada, neste estado mais denso que entendemos pelo sistema cérebro-mental, ser incapaz de perceber um evento/condição que não tenha como referencia um seu oposto. Na verdade o que estou a afirmar é que a mente só se dá conta de parte do que de fato existe, pois ela só consegue perceber/registar aquilo que tem um oposto, um contraste/uma escala. Sei que pode parecer complexo para quem se depara pela primeira vez com tal tema, mas vamos pedir a Pitágoras que nos ajude com um exemplo:
Imagine uma condição térmica de 30 graus centigrados e a ela vamos designar por – estado 1 (UM). Agora imagine que não haveria no universo qualquer outro grau de temperatura, todo o universo, estava a 30 graus centígrados. Nesta condição 1 (UM), embora houvesse a temperatura, o ser humano, não tinha cons-ciência dela, pois era impercebível, não havia outro grau para que a mente humana conseguisse identifica-la como algo existente.
Então pense agora na possibilidade de passar a haver uma outra condição, 25 graus centígrados, a ela designaremos por - estado 2 (DOIS). Só com esta condição a mente passaria a ser capaz de efetuar o registo, por comparação, da condição 1, com o surgimento da condição 2. O registo, ou cons-ciência destas duas, é materializado mentalmente por - estado 3 (TRÊS) que gera a condição que entendemos por temperatura ou sensação térmica (consciência de).
Assim é possível perceber que a temperatura, só é consciencializável para a mente humana, porque existe mais que uma ocorrência do fenómeno, ou seja, porque se repete em graus diferentes, é possível para a mente, perceber o fenómeno em si. Em bom rigor, podemos afirmar, tudo o que está na condição 1 (UM), embora exista no Universo Creado, não é percebida pela mente humana, porque apenas registamos tudo o que se manifesta dualisticamente, polarizando-se. Vivemos um estado mental limitado pela dualidade, ou se preferirem, condicionados à LEI UNIVERSAL que o Hermetismo designa de Polaridade.
Aqui também se percebe que tudo o que representa o Universo percebido, tudo que se manifesta como percetível para a mente humana tem que está em condição trina, estado 3 (três). Assim afirmamos, sem entendermos plenamente que o Universo é de características e essencialmente tridimensional. Na verdade o que é tridimensional é a nossa capacidade de percecionar e assim, apenas temos ciência do que se apresenta na condição 3 (três) / tridimensionalmente.
Muito do que se manifesta no Universo, não conseguimos ter perceção, basta para isso entender que sem haver polarização/desdobramento de um determinado evento ou condição, a limitação a que a mente humana está relegada, não permite a sua perceção. Muito do que são até os fenómenos designados de paranormais ou a matéria escura da ciência ortodoxa, derivam desta limitação, como iremos verificando no contexto e a luz deste novo conhecimento.
Voltando à Numerologia Pitagórica, para nos ajudar a perceber a mente, podemos concluir que tudo aquilo que temos perceção como existência, só acontece quando se desdobra, quando se polariza e daí gera uma outra condição ou escala, permitindo à mente identifica-las e assim ter consciência do que é gerado. No exemplo da temperatura, só com o surgimento da condição de 25 graus centígrados (estado 2), é possível, à mente, ter consciência do que é a temperatura. Podemos afirmar que para a mente humana, tudo é percebido e acontece desta forma.
Vamos deixar aqui um desafio para reflexão, caso concorde com esta linha de entendimento hermético. Não haverá tantos eventos, fenómenos e condições no Universo que estando presentes, pelo simples fato de termos uma limitação na condição mental, devido à tridimensionalidade em que se manifesta a cons-ciência, apenas temos perceção de uma parte do que é toda a existência, gerando aquilo que é para nós a realidade? Mas é nossa realidade possivelmente bem diferente da realidade para uma consciência que esteja fora dos limites que este fenómeno da tridimensionalidade impõe.
Resumindo, temos então que aquilo que é a mente, no estado físico representado pelo sistema que gera a perceção da existência (sistema cerebral-mental), apresenta duas características que, por si, nos tornam reféns da maneira como vivemos e vemos a existência e como surge a realidade. Apenas conseguimos perceber e ter presente um único evento de cada vez e só temos perceção dos eventos que se polarizam/desdobram e se apresentam tridimensionalmente no espaço-tempo.
Isto não significa que as limitações da mente ou se preferirmos, o estado mais denso em que se manifesta a mente, como sistema sutil de consciencialização do espírito, fiquem somente por aqui. Ainda dentro dos aspetos mais relevantes a ter em conta como principais mecanismos de limitação da mente, devemos ter como referência o que comummente se compreende por ego. Este não é influenciado, nem influencia, diretamente as duas primeiras, mas é fundamental na forma como olhamos o mundo, principalmente na forma como nos vemos e vivemos nele.
Até aqui abordamos ligeiramente o tema da mente e unicamente, na perspetiva em que as suas limitações influenciam a forma como a consciência se manifesta. Estas condições, são inerentes ao atual estado físico em que ela se projeta, ou se preferirem, são condições associáveis ao estado físico (três dimensões do espaço-tempo) em que existimos, significando que estas duas condições são iguais e permanentes para (quase) todos os seres, enquanto estivermos e vivermos na tridimensionalidade. Existe no entanto um outro conjunto de condições limitantes para o sistema cérebro-mental que tendo na base princípios idênticos para o seu funcionamento para todos os seres, difere na forma como se apresenta e esta diferenciação, afeta a forma como percebemos a realidade. Estamos a falar do que a humanidade entende por ego.
Embora o ego influencie a forma como o ser depende da mente e esta se manifesta, por si, ele não é uma característica fisiológico, nem da mente, apenas induz o modo em que nos manifestamos, enquanto diferentes seres, pois é este que diferencia a modo como avaliamos a tal realidade. Por si só, o ego, é o fenómeno que origina as diferenças percetivas entre os seres humanos. Enquanto as duas primeiras características que aqui apresentamos, representam os mecanismos que geram o limite a partir do qual a mente funciona, significando isso que todos estamos condicionados a elas de forma idêntica, já o ego, representa no seu todo, o sistema que gera a individualidade, a diferença ou o prisma em que cada um vê / percebe a realidade.
Enquanto as duas primeiras são constituídas como condições inerentes aos planos da existência tridimensional, o ego surge como condição suscitável de diferenciação entre os seres, assim como passível de maior ou menor eliminação por cada um. Embora o ego não seja propriamente a mente ou parte dela, ele cria todo o conjunto de condicionantes para que a mente se apresente no seu estado mais ciente e daí se possa originar uma visão mais ou menos clara.
Para entender melhor o ego vou mostrar uma imagem análoga ao exemplo que estou a usar, por forma a auxiliar a compreensão. Imagine que aquilo que consideramos ego é uma caixa, onde nós estamos dentro. Essa caixa está totalmente vazia, estando unicamente preenchida por cada ser, individualmente e em cada caixa. Todos os seres humanos em estado encarnado, estão dentro da sua própria caixa. Ela, tendo seis lados, esses lados são completamente opacos e a caixa completamente estanque. Em todas as caixas (egos), apenas existem seis pequenos orifícios que permitem perceber o exterior – cinco destes, representam os sentidos físicos (audição, visão, olfato, tato e paladar), o sexto sentido representa aquilo que designamos por intuição.
A matéria pela qual é constituída a caixa, é igual para todas as caixas e aqui poderemos fazer a analogia destas com as duas condições limitantes que descrevemos anteriormente, concretamente; forma analógica em que a mente funciona e a sua limitação face à simultaneidade. Os orifícios estão cobertos por ligeiras camadas, translucidas. A matéria de que são constituídas estas camadas que cobrem os orifícios, são feitas de um conjunto de ingredientes (códigos sociais, regras, ética, conceitos, leis do homem, costumes, etc.), nem todas as camadas destes orifícios, das várias caixas, têm os mesmos ingredientes, nas mesmas quantidades e proporções, por isso a densidade por que esses orifícios, nas caixas, são constituídas (conjuntos dos códigos), determinam a sua translucidez, posicionamento e formato dos seis orifícios (seis sentidos). Assim após estar completamente constituído a caixa de cada um, é a densidade com que as camadas que cobrem os orifícios dessa caixa foram constituídas que determina a perceção do mundo exterior, da realidade percebida, que cada um irá ter.
Já em adultos, quando a nossa caixa está completamente constituída, é possível melhorar a perceção que temos do mundo exterior, para isso, precisamos trabalhar a formatação dos códigos que constituem a matéria que forma a menor translucidez dos orifícios da nossa caixa e só isso permite que possamos alterar a visão para o exterior.
Aqui também é importante perceber bem o que é intuição e perceção, visto, serem dois mecanismos fundamentais no funcionamento da mente. Perceção, na imagem do exemplo da caixa, é todo o conjunto de sensações que conseguimos obter do mundo exterior a partir da totalidade dos seis orifícios. Já intuição, é unicamente o que resulta da perceção do sexto orifício, ou seja, é em si um sentido.
Enquanto os cinco restantes têm um carater mais denso, pois captam as condições que se encontram em vibrações mais densas (físicas), o sentido intuição, capta os níveis mais sublimes das cinco primeiras, os estados vibracionais mais elevados dos cinco sentidos. Mas a intuição, enquanto sentido sutil, é também o instrumento de comunicação entre os vários estados em que a mente se manifesta. Poderemos afirmar que intuição está para o espirito, no seu estado mais puro, como o pensamento está para o estado denso do sistema cérebro-mental, quanto à cons-ciência.
Vamos entender melhor a última afirmação. A mente, como já referi anteriormente, é algo que está para além do que percebemos como sistema cerebral. Este último, é apenas uma expressão da própria mente, ou seja, a materialização da mente no estado Malkut da árvore da vida da cabala (o universo percebido/físico). Assim a mente, existe em várias dimensões ou planos vibracionais, estes estados em que ela se projeta/apresenta, representam o que entendemos por estados de cons-ciência. Assim temos que a mente em si, existe em vários estados de manifestação, desde o estado que conhecemos enquanto seres encarnados, sistema cérebro-mental (tridimensionalidade), até ao mais elevado estado em que ela se apresenta plenamente liberta, como CONSCIÊNCIA CÓSMICA.
Quando se fala em Consciência Cósmica, no hermetismo, referimo-nos à MENTE CÓSMICA, se preferirmos - a UNIÃO de todas as MENTES, de tudo o que existe manifestado e tudo o que existe In-manifesto. Entre o estado de consciência a que estamos condicionados enquanto seres encarnados e este estado plano a que designamos CONSCIÊNCIA / MENTE CÓSMICA, existem vários estados em que a mente se apresenta. O canal de comunicação que liga os vários estados em que a mente se manifesta, designa-se por intuição ou movimento mais sutil da cons-ciência.
No exemplo do computador, podemos identificar o estado de manifestação da mente mais baixo, como tudo o que resulta da capacidade de gerar informação unicamente pela informação /dados existentes dentro do computador e o estado elevado em que a mente se manifesta, a própria internet em si e tudo o que ela contem. Sendo aquilo que mantem a ligação do computador à internet, individualmente – o software navegador (browser), representa a intuição individualizada e coletivamente as linguagens de protocolos de comunicação de internet (TCP/IP, FTP, HTTP, etc.), representando a linguagem em que se organiza a informação na MENTE CÓSMICA.
Assim podemos começar a entender o porquê do hermetismo afirmar que a mente é um sistema que está muito para além do sentido que lhe damos quando nos referimos a ela como o instrumento físico-neurológico que é o sistema cerebral, pois na verdade aquilo que a humanidade entende por mente, é a sua expressão de manifestação mais densa, mais desdobrada/descontinuada. Então aquilo que confundimos com a mente, é na verdade, apenas, uma das suas formas de manifestação, a mais densa.
O hermetismo ensina que tudo o que se manifesta, aquilo que entendemos por existência, onde se inclui o que compreendemos como mente, existe manifestado em vários níveis de vibração ou se preferir, em vários níveis de desdobramento, concretamente – sete. Assim tudo o que está manifestado, existe em vários outras condições, unicamente, apenas temos perceção da sua existência, do seu nível sétuplo mais denso.
Tudo no Universo CREADO é sétuplo, absolutamente tudo. No plano físico, vejam as cores em que o branco se desdobra, são sete, aquelas que estão presentes na forma básica na natureza e visíveis ao olho humano no fenómeno que é o arco-íris. As notas musicais, são sete.
Os números são sete, agora afirmará, não, os números são uma sequência de dez (0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9) e repetido ao décimo primeiro número. Não, não é verdade. Os números manifestos, no estudo esotérico das suas características, são apenas sete, isto porque os três primeiros (1,2 e 3), são na verdade apenas um único. A Numerologia Pitagórica estuda um lado dos números que representam as características esotéricas que eles revelam.
Não iremos aqui aprofundar muito sobre o assunto, mas ainda assim, lembra-se da analogia simbólica que apresentei para revelar anteriormente a incapacidade da mente perceber parte da existência? Quando refletimos com base no exemplo que representa a polarização ou descontinuidade, através da representação do estado 1 (30 graus centígrados), do estado 2 (25 graus centígrados) e do estado 3, em que a consciencialização da mente, só aqui, perceciona, por comparação entre os dois primeiros estados, naquilo que passa a ter como sensação térmica ou temperatura.
Então, o significado esotérico, no estudo da característica e qualidade esotéricas dos números, indica-nos, nessa conclusão, que em rigor, para a mente humana e assim para o que temos como existência (realidade percebida), porque não temos como perceber as duas primeiras condições (1 e 2), apenas devemos contar a partir do número 3. Assim sob a leitura das ciências esotéricas, só existem qualidade relativas a sete números manifestáveis – 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Agora perguntará – Então e o zero? Se o 1 corresponde ao estado mais sublime de tudo o que é manifesto, mas tão sublime que a mente humana não consegue tem perceção dessa condição, o zero representa a condição INEFÁVEL da CREAÇÃO. Aquilo que os cientistas ortodoxos afirmam haver no NADA, referindo-se estes somente ao plano da matéria, ou o que a física quântica diz ser o CAMPO QUÂNTICO. Para o hermetismo é isso mesmo, designa desde há séculos por NADA / Transcendente, o ZERO da numerologia Pitagórica, o RA Egípcio.
A aparente complexidade do que entendemos ser a forma como se organiza o Universo, é apenas isso, desdobramentos sétuplos. Tudo o que é de origem da manifestação, deriva de desdobramentos sétuplos. Assim o primeiro estado dos planos da manifestação têm uma matriz bem simples, a diversidade só ocorre porque essa primeira matriz sétupla se desdobra, cada uma múltipla de mais sete e assim sucessivamente, gerando infinitos desdobramentos de uma única condição na origem. Com a MENTE CÓSMICA, acontece isso também, terminando no que temos como sistemas cérebro-mentais, aquilo que entendemos pelas nossas mentes. 
Tudo é sétuplo, os números manifestos são sete e tudo o que se manifesta, apresenta-se descontinuado numa imensidão de desdobramentos sétuplos. Todas as condições Universais, absolutamente todas, se podem reduzir à condição única mais sutil. A mente também, ou melhor, a forma como ela se apresenta.
Voltando à questão de – “…em que tempo (passado ou presente) vivemos a realidade?”. A resposta à forma como, e o porque só percebemos a realidade no passado, está na capacidade de perceber os processos que limitam o conjunto que, é todo o fenómeno de nos darmos conta, de termos consciência de sermos e existirmos nesta realidade – a mente, enquanto sistema que reúne o lado físico (cérebro) à consciência pura (espirito) e às condições em que ela se apresenta.
Essas condições, referem-se às leis do universo e à forma como essas leis condicionam as características do plano físico que conhecemos por tridimensionalidade espacial, assim como ao que resulta da tridimensionalidade temporal. São os efeitos destas condições que designamos por, condição analógica do sistema cérebro-mental e a não-simultaneidade, que reunidas, representam uma barreira à mente, levando a que ela se apresente limitada.
Os fenómenos que condicionam a perceção do tempo, na problemática que a física quântica refere, na afirmação - “…o ser humano não consegue, de forma consciente, percecionar a realidade no momento presente”, estão diretamente relacionados com os efeitos que a condição de tridimensionalidade provoca na consciência. Sem perceber com maior profundidade o que gera a tridimensionalidade, em que outras dimensões a consciência se pode manifestar e como essas condições afetam o que temos como existir, como percebemos a realidade, ou seja, como se manifesta a consciência individualizada, nunca perceberemos o porquê da ilusão do tempo (passado, presente e futuro).
Porquê a referência a conceitos de outras dimensões que não correspondem a esta em que a matéria e realidade que conhecemos se processam?
Porque para perceber como se gera aquilo que percecionamos como realidade coletiva, precisa de iniciar-se na capacidade de perceber como se origina a ilusão de tempo cronológico. Este deve ser percebido, não só, à luz da tridimensionalidade, como também da quarta e quinta dimensão. Pois o comportamento do tempo-espaço é peça fundamental para a materialização de como se gera como consciência da realidade comum e este comportamento tempo-espacial é diferente, quando exposto a diferentes dimensões. Se o tempo-espaço tem comportamentos diferentes quando exposto a dimensões diferentes e se as leis da terceira dimensão são influenciadas e influenciam as restantes, então é fundamental perceber como essa interação ocorre.
Na tridimensionalidade esse comportamento, obedece a uma sequência em que os eventos são colocados no espaço e tempo, obedecendo a movimentos nas três dimensões dos dois fatores, concretamente;
O espaço aqui obedece à lei da física do movimento – altura, largura e cumprimento ou seja, movimento lateral, cima/baixo, frente/traz. Já o tempo, comporta-se nesta dimensão obedecendo aos eixos do movimento – passado, presente e futuro. Sendo ambos dependentes um do outro, significa isto dizer que todo o movimento, todos os eventos, ações, ocorrências inerentes e interdependentes, ou seja, todo o conjunto de eventos e ações que geram a existência, depende do tempo e este depende do espaço. Aqui o movimento é feito preferencialmente por ângulos retos. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias sobre as leis de 4ª e 5ª dimensão)
Na 4ª dimensão – o tempo apenas obedece a uma sequência em que o movimento é feito no espaço-tempo em função da consciência, aquilo que se mentaliza e não aquilo que se materializa. Aqui o movimento é feito por ângulos curvos. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias sobre as leis de 4ª e 5ª dimensão)
Na 5ª dimensão – O tempo-espaço é algo moldável, onde aquilo que entendemos como passado, presente ou futuro, parecem existir no mesmo espaço. Nesta dimensão o observador, a consciência, não se move, mas sim é o espaço-tempo que se verga à consciência, independentemente de este ser um aparente passado, presente ou futuro, todos eles, independente da sua relatividade para a consciência de 3ª dimensão, existem dentro do mesmo espaço. Aqui o movimento inexiste ou seja, existe de forma não racional para o entendimento humano, pois todos os eventos se realizam num só espaço-momento. Aqui o movimento não existe para a consciência, mas sim, de forma paradigmática ao entendimento humano, a condição de movimento, aqui, é uma característica inerente à própria inexistência de espaço. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias sobre as leis de 4ª e 5ª dimensão) Ex: filme Interestelar

**Ângulos curvos = evento mental não condicionado ao espaço. Ângulos retos = evento mental condicionado ao tempo-espaço