José Laércio do Egito - F.R.C.
A VOH existe desde o antigo Egito, transmitindo
os ensinamentos de Thoth.
Aquilo que atualmente é denominado
“Hermetismo” ou “Ciências Herméticas” compreende um campo de conhecimento muito
vasto. A cada dia, vemos “Ordens e Sociedades herméticas”; ouvimos falar de
“conhecimentos herméticos”. À primeira vista, o leigo acredita que a palavra
“hermética”, presente em inúmeras instituições, significa “oculto”, “secreto”,
“misterioso”, “velado”. Mas não é este o sentido. Aquilo que é ensinado como
“Hermetismo” possui raízes tão antigas, cujo início exato é impossível de ser
datado. Acreditamos que, na verdade, trata-se do registro de todos os
conhecimentos que a Humanidade vem acumulando, ciclo após ciclo de civilização,
mesmo muito antes da Atlântida.
Na atualidade, o Hermetismo é o conglomerado de conhecimentos
que determinadas organizações possuem, ou dizem possuir, cujas origens são
atribuídas a Hermes Trismegisto. Na verdade, Hermes Trismegisto, considerado um
deus do Panteão da antiga Grécia, recebeu o mérito de ser o autor daqueles
conhecimentos, mas o que ocorre é que foram trazidos até o atual ciclo de
civilização, no antigo Egito, por Thoth, também considerado um deus, mas pela
antiga civilização egípcia. Como a origem dos conhecimentos herméticos data de
alguns milhares de anos, é natural que, durante tão longo tempo, tenham
ocorrido grandes transformações, tanto no que diz respeito a aspectos
institucionais, quanto no contexto dos próprios ensinos. Disto, resultou um
grande número instituições que, no passado, assim como no presente, tem-se
intitulado “Ordem hermética”. Reconhecemos que os conhecimentos e a
estruturação de algumas são efetivamente oriundos das Escolas de Mistérios do
antigo Egito. A este respeito, sabemos que o termo “Ordem” só apareceu depois
da decadência da civilização egípcia, quando grupos de estudiosos deram nomes
às instituições que transmitiam os conhecimentos deixados por Thoth. Ao mesmo
tempo, estes ensinamentos continuaram a ser restritos aos seus adeptos. Com
efeito, quando as Ordens foram instituídas, os ensinamentos passaram a ser
velados, em decorrência das perseguições que os mesmos sofriam. Estas
perseguições eram promovidas por algo que é conhecido pelos nomes de “Conjura
do Silêncio”[1], “Terceiro Interesse”[2] ou “Obscurantismo”. Mas não há
segredo no que tange aos ensinos da Filosofia Hermética, apesar de existirem
algumas reservas. Portanto, o sentido de “oculto”, de “secreto”, de
“misterioso” ou de “velado” vem desde as Escolas de Mistérios.
Como vimos acima, o Hermetismo cobre um vasto campo de
conhecimento, sendo, portanto, muito abrangente, por compreender, em última
análise, o somatório de saberes milenares da Humanidade. No atual ciclo de
civilização, podemos afirmar que existem duas fontes básicas do conhecimento
místico-filosófico: Hermetismo e Vedanta. O Hermetismo é a base de todo o
misticismo ocidental, enquanto a Vedanta é a base do misticismo oriental. Não
há doutrina místico-filosófica oriental que não tenha como base, direta ou
indireta, os ensinamentos vedânticos. No Ocidente, nenhuma doutrina
místico-filosófica pode dizer que não possui o Hermetismo como base, seja ela a
Alquimia, a Cabala, a Magia, a Maçonaria, o Rosacrucianismo e muitas outras,
que são, portanto, direta ou indiretamente, oriundas do Hermetismo. Falamos de
duas fontes básicas, mas vale salientar que, na verdade, possuem uma mesma
origem, apenas uma parte entrou neste ciclo de civilização através dos Vedas,
na Índia, e a outra através de Thoth, no antigo Egito. Atualmente, vemos um
reencontro entre as duas fontes, pois já é bem grande o sincretismo entre as
doutrinas místico-filosóficas orientais e as ocidentais.
De acordo com o que afirmamos acima,
desde muito tempo existem instituições que se intitulam “Sociedades ou Ordens
herméticas”. Muitas delas trazem ensinamentos autênticos, embora algumas
atribuam o nome “hermética” a conceitos de grupos ou “meras fantasias”. Entre
as organizações autênticas, citamos, por exemplo, a Venerável Ordem
Hermética [VOH]. Sobre esta Ordem, trata-se de um ramo do
Hermetismo cujo objetivo é transmitir conhecimentos milenares, segundo foi
ensinado por Thoth na Atlântida e no antigo Egito, porém, fazendo uso de
linguagem não-velada, com conceitos expressos em terminologia atual, em
consonância com a ciência moderna e com a época atual. Além disso, trata-se de
uma instituição cujo objetivo não visa a qualquer lucro financeiro, não tem por
objetivo “fazer proselitismo”. Desta forma, é uma Ordem caracterizada por não
possuir associados oficiais, diretoria, sedes sociais, bens materiais,
mensalidades, taxas de quaisquer tipos e ritualística místico-simbólica. No
plano material, a VOH atua através do estímulo psíquico à formação de
grupos de estudo[3], relativamente autônomos, orientados por discípulos mais
experientes e que não se intitulam “mestres”. Quando muito, podem ser
considerados respeitáveis Instrutores.
O Fogo é um dos símbolos da Ordem.
A VOH possui uma direção
orientadora de nível internacional com representação em alguns países,
trabalhando discretamente e visando, em especial, à divulgação de efetivos
conhecimentos milenares, através de uma metodologia capaz de atender àqueles
que sentem necessidade de certos conhecimentos tradicionais. No ápice da Ordem,
mas ao nível não-material, há Três Iniciados. A seguir, um grupo com Doze
membros e, em terceiro plano, um “conselho”, composto por 72 membros. Na
verdade, a atuação desses membros objetiva apenas à adaptação dos ensinos
herméticos à época, sem qualquer modificação do conhecimento básico, pois a
verdadeira via de acesso às verdades herméticas não se faz através de
“Instrutores”, mas através da Egrégora[4] da Ordem. Nenhum Instrutor possui
qualquer prerrogativa de ingerência nas experiências dos discípulos, nenhum
título ele pode conceder a quem quer que seja. Na verdade, possui, como função
principal, transmitir os conhecimentos básicos da VOH, por meio dos quais
o próprio discípulo se torna apto a estabelecer uma ligação psíquica com a
Egrégora da Ordem. É o discípulo quem amplia e aprofunda o seu próprio nível de
percepção, para receber o conhecimento da Eterna Fonte Cristalina do Saber
Cósmico.
Como já ressaltamos, os estudos do Hermetismo são muito amplos,
abrangendo muitos ramos do conhecimento, como, por exemplo, a Filosofia, a
Teologia, a Astronomia, a Alquimia, a Magia, a Cosmologia, a Medicina e a
Metafísica. Na realidade, os escritos herméticos autênticos, transmitidos por
Thoth, superam a casa dos 100.000 papiros. No antigo Egito, parte desse
conhecimento era de domínio público, mas havia uma parte reservada aos
Iniciados das Escolas de Mistério. Com o decorrer do tempo, aquilo que era do
domínio público era progressivamente eliminado, de modo que um elevado número
de documentos foi destruído, propositalmente, pela Conjura do Silêncio,
certamente assediada pelo Terceiro Interesse. Contudo, o conteúdo daquilo que
havia sido guardado pelas Escolas de Mistério foi, em grande parte, preservado
e, nos dias atuais, faz parte dos acervos de algumas Ordens místicas
tradicionais. A este respeito, a Tradição nos informa que as Tabuas de
Esmeralda[5], assim como os papiros correspondentes a cada uma das Doze Câmaras
Secretas, ainda existem e estão guardadas soterradas sob o Templo da
Esfinge[6], no Egito.
Do que expusemos, vemos, portanto,
que, durante séculos, algumas organizações tornaram-se depositárias dos
conhecimentos herméticos, os quais vieram a constituir a base dos seus
ensinamentos. Efetivamente, existem diversas Ordens dedicadas aos estudos
herméticos e que atuam separadamente, no que diz respeito aos objetivos
específicos. Por exemplo, determinada Ordem se concentra mais sobre a Cabala.
Outras, sobre a Magia, a Alquimia ou a metafísica,
assim por diante. Senão impossível, pelo menos pouco prático uma só Organização
dedicar-se à totalidade do colossal volume de ensinamentos e informações
deixados por Thoth. As Ordens herméticas autênticas, guardiãs dos segredos
arcanos, as quais se dedicam aos aspectos cosmogônico e filosófico do
Hermetismo, classificam e distribuem os seus ensinamentos em níveis denominados
“Câmaras”, da mesma forma como era feito no antigo Templo da Esfinge.
Simbolicamente, as Câmaras representam tanto o desenvolvimento espiritual da
pessoa quanto o nível de conhecimento acessível a todos os que tenham a precisa
dedicação.
Em estudos futuros[7], falaremos dos
seres habitantes das Câmaras. Veremos que, por exemplo, a Décima Primeira
Câmara corresponde aos Mensageiros Divinos, Avatares, Patriarcas e Iniciadores.
Este é um dos sentidos das Câmaras: indicar o grau de ampliação cosmoperceptiva
do ser. Contudo, em outro sentido, indicam, em caráter simbólico, os Doze
níveis de conhecimentos esotéricos. Por exemplo, uma das Câmaras diz respeito
aos conhecimentos de “Cabala”. Outra, de “Alquimia” ou “Magia”, assim por
diante. Além disso, ressaltamos que, no sentido de “grau espiritual”, as
Câmaras se sucedem, mas, no sentido de “conhecimento esotérico”, não é assim,
pois a pessoa pode adquiri-lo sem que tenha aprendido o das demais Câmaras.
Para um bom entendimento, é significativo que a pessoa tenha um conhecimento
geral da temática básica de todas as Câmaras, mas não é exigido que tome o
conhecimento de uma Câmara para poder passar para a seguinte. Na verdade, isto
seria impossível, devido à notável amplitude do Hermetismo. A rigor, o estudo
das Câmaras está mais diretamente ligado à inclinação pessoal, de modo que uma
pessoa pode interessar-se mais pelos assuntos de uma Câmara do que pelos de
outra. Na VOH, as Câmara assemelham-se aos Graus de outras Organizações, como,
por exemplo, a AMORC[8], a Golden Dawn[9] e a Maçonaria. Logo, em
determinadas linhas herméticas, os ensinamentos são distribuídos em doze níveis,
que indicam o grau de estudo hermético alcançado pela pessoa.
Já ressaltamos que a palavra
“hermética” é freqüentemente empregada para indicar “segredo”, mas, na verdade,
os ensinamentos herméticos não são essencialmente sigilosos. O único sentido
aplicável ao conhecimento hermético é o de “respeitável” ou “reservado”, visto
que alguns ensinamentos podem abalar a compreensão de alguma pessoa que não
esteja preparada para entendê-los e assimilá-los. Com efeito, determinados
ensinamentos herméticos podem desestabilizar e violentar psiquicamente o
estudante inadequado para estes estudos. Por isso, é desejável que, antes de
tomar ciência destes assuntos, a pessoa adquira, inicialmente, um preciso
embasamento, a fim de não se sentir violentada mentalmente pela natureza do que
é afirmado ou que, por outro lado, por não entendê-los, os desrespeite, os
vulgarize ou ridicularize as pessoas que os aceitam. Assim, a pessoa pode se
sentir agredida mentalmente por determinados assuntos estudados no Hermetismo,
quando ainda não está preparada para absorvê-los. Contudo, isto não ocorre
quando se trata de alguém que tenha um nível mental suficientemente preparado para
penetrar no mérito daquilo que é ensinado.
Para que o estudante possa entender
certos assuntos herméticos, é preciso que já tenha atingido certo desenvolvimento
psíquico, o que é conseguido através dos métodos usados pela Ordem. Revelar
conhecimentos intempestivamente faz com que a pessoa não medite, não raciocine
sobre eles, não busque a compreensão devida, não analise detalhadamente os
diversos ângulos de um tema. No Hermetismo, a análise detalhada sobre um
assunto amplia sobremaneira o entendimento, o que promove, por assim dizer, um
desenvolvimento psíquico necessário para a absorção de conhecimentos ainda mais
elevados. Por esta razão é que os ramos herméticos autênticos dão preferência
ao ensino do tipo “dedutivo” [auto-reflexivo], enquanto que a maioria das
organizações de cunho esotérico usa mais o método “indutivo”
[descritivo-expositor]. No Hermetismo, a pessoa “tem que ir tirando por si
mesma as conclusões”, descobrindo por si mesma a verdade, chegando às suas
próprias “conclusões”. Isto envolve um trabalho de paulatino amadurecimento
psíquico pessoal diante do conhecimento tradicional e sabemos que a revelação
direta de um conhecimento pode bloquear esta capacidade. Tendo recebido
diretamente o ensinamento, em sem qualquer análise pessoal diante do mesmo, a
pessoa dele toma ciência imediatamente. Por conseguinte, tenderá a não examinar
detidamente o assunto, cuja conseqüência mais considerável é a perda do olhar
analítico maduro sobre o tema. Assim, a compreensão e a efetiva internalização
de questões herméticas mais avançadas podem tornar-se mais distantes.
Na realidade, a maior parte dos
ensinos da VOH não está escrita em livros e outros documentos,
pois são conhecimentos integrantes daEgrégora da Ordem. Neste caso, é a
própria pessoa que, ao ligar-se com a Egrégora, recebe-os diretamente,
geralmente por inspiração intuitiva. A Ordem ensina uma série de princípios,
mas não costuma revelar diretamente certos conhecimentos elevados, pois isto
faz parte da busca pessoal, que é intransmissível e intrínseca.
Cada estudante possui o seu repertório moral, ético, religioso, filosófico,
artístico, político e científico. Possui a sua própria percepção sobre o
Universo, a qual, aliás, é basicamente dinâmica e instável, assim como aquele
repertório. A VOH transmite um manancial apreciável de informações,
mas deixa uma grande margem de indagações sem resposta, para que a pessoa pense
os temas, chegando às suas próprias conclusões. Nenhum “grau” é concedido pelo
Instrutor hermético da Ordem, nenhum “título”, nenhum “símbolo”, nenhuma
“palavra de poder”, nenhuma “admissão aos conhecimentos plenos de uma
determinada Câmara”, pois tudo isto está registrado na Egrégora e é disponível
para qualquer um, desde que tenha o conhecimento de como ligar-se aos
registros. Portanto, o sentido de “segredo” não existe no Hermetismo, mas sim o
de “reserva”. Existe apenas a recomendação para reservar os ensinos, para
administrá-los de forma a mais criteriosa possível, a fim de não prejudicar o
acesso da pessoa à Egrégora. A não ser por isto, não é exigido qualquer “sigilo
especial”, excetuando-se um restrito número de ensinamentos, como aqueles que
envolvem, por exemplo, a Magia[10]. Desejaremos ensinar àquele que dispuser de
vontade, aplicação e tempo para os estudos desta natureza. Não sendo por isto,
não vemos nenhuma importância em falar de assuntos de qualquer das Câmaras para
uma pessoa cujo objetivo seja apenas “informativo” e não formativo, no que diz
respeito ao objetivo de caminhar na senda do desenvolvimento espiritual
direcionado para determinada área do saber hermético.
Em nossas monografias, abordaremos
um imenso número de conhecimentos herméticos, distribuídos em Doze Câmaras, mas
queremos dizer que a maior parte daquilo que dissermos diz respeito aoaspecto
filosófico do Hermetismo. Não traduzirá, portanto, o aspecto prático
operativo ou mágico. A quase totalidade dos conhecimentos sobre os quais temos
redigido não era revelada diretamente no passado, não por ser “segredo
intrínseco”, mas por envolver perigos para a quem falasse sobre tais assuntos.
Durante muito tempo, bastaria um desses temas que redigimos para o Tribunal da
Inquisição condenar uma pessoa ao martírio da fogueira, mas, como o nível de
percepção de muitas nações e religiões amainou, tem sido permitida, então, a
divulgação dessa temática, através de muitas pessoas suficientemente
habilitadas para isto, em determinadas localidades do planeta. Mesmo que nos
dias atuais haja menos perigos em falar de certos assuntos, ainda assim, no
sentido prático, alguns ramos do conhecimento hermético precisam ser mantidos
bem guardados. Certas informações devem ser restritas. Por isto, ao falar ou
escrever sobre eles, deve ser usada uma forma de linguagem velada. Isto
acontece quando se trata de conhecimentos dos quais possam advir prejuízos de
diversos tipos quando mal empregados, como acontece, por exemplo, com a
Alquimia e com a Magia.
INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
Visto que diversos busca-dores têm
indagado sobre a VOH, além do que já dissemos, exporemos mais algumas
informações sobre a Ordem.
Como já dissemos, os ensinos
esotéricos chegaram à Humanidade a partir de duas vertentes: a primeira deu
origem aos Vedas. A segunda originou a civilização egípcia, cujo primeiro
Mestre foi Thoth, a quem, posteriormente, os gregos associaram a
“Hermes”. Como a cultura ocidental foi fortemente influenciada pala Grécia, os
ensinamentos de Thoth passaram, então, a ser denominados “Ensinos Herméticos”.
Ressaltamos também que é natural que uma tradição como a hermética, com muitos
séculos de existência, tenha sofrido grandes transformações, muitas das
quais resultantes de interpretações impróprias. Contudo, a par das ingerências
humanas, a sabedoria deixada por Thoth permaneceu e tem permanecido ciosamente
guardada pelos descendentes dos Sacerdotes do Olho de Hórus. A este respeito,
muitos crêem que os ensinos ficaram totalmente perdidos, mas não é assim.
Parte dos ensinamentos de Thoth foi
preservada e é exposta por determinadas organizações autênticas, entre as quais
a VOH, cujo objetivo é o de ensinar aquilo que Thoth deixou, mas
utilizando uma terminologia atual, comparando os ensinos egípcios antigos com
as modernas descobertas e teorias da Ciência. Sabendo-se que a
institucionalização oficial das organizações, através do tempo, acaba por
tornar os ensinos alterados segundo os mais diversos tipos de interesse,
a VOH assumiu uma posição diferente: prefere preservar os ensinos de
forma menos vulnerável e adaptável às modificações estruturais da sociedade e
ao desenvolvimento dos distintos ramos da ciência moderna, especialmente a
Astrofísica e a Mecânica Quântica. Por esta e outras razões, certos Mentores
Herméticos vêm inspirando algumas pessoas espalhadas por todos os continentes
para auxiliarem neste trabalho.
A primeira cautela da VOH é a
não-constituição de organizações administrativas em seu nome[11]. Os
ensinos da Ordem são transmitidos por Instrutores através de vários meios de
comunicação, como, por exemplo, a internet, mas sem que haja uma regência
central oficial. Na realidade, existe uma Regência, mas ela não é exercida por
seres humanos encarnados no planeta Terra. Como já destacamos nesta monografia,
existe uma orientação filosófica constituída por OS TRÊS INICIADOS. Em patamar
abaixo, existe o Grupo dos Doze, cujo papel é orientar formas de levar o
conhecimento à Humanidade. Periodicamente, este grupo se reúne, apenas para
decidir sobre questões administrativas oficiosas. Ou seja, este Grupo não se
reúne para discutir e opinar sobre a doutrina. A este respeito, ressaltamos que
o nome "Venerável Ordem Hermética" foi escolhido como título nos países
de língua portuguesa. Na verdade, foi escolhido o Latim, mas, nesta língua, as
letras iniciais do nome da Ordem correspondem às mesmas das do português. Além
disso, o Grupo dos Doze é auxiliado pelo Grupo dos Setenta e Dois, encarregados
de orientar os Instrutores, nos sentido de esclarecimento de dúvidas.
Objetivando a
não-institucionalização, a VOH recomenda não haver qualquer ônus
financeiro para os membros. Nem mesmo contribuição destinada ao pagamento de
aluguel de local para as reuniões, pois isso implica em pagamento de taxas ou
mensalidades, as quais requerem um tesoureiro e, finalmente, uma diretoria[12].
Daí, um passo para “disputas por cargos”. A Ordem recomenda que as reuniões
sejam realizadas, por exemplo, na casa de algum membro, preferencialmente em um
local que não implique a cobrança de mensalidades. Se não houver um local
assim, as reuniões podem até mesmo ser efetivadas em uma praia, em um sítio,
debaixo de uma árvore, nas margens de um rio, etc. Além disso, a VOH não
dá carta de autorização a qualquer pessoa para falar oficialmente por ela, mas,
ao mesmo tempo, concede o direito de qualquer estudante ensinar [até mesmo um
discípulo que esteja iniciando os estudos] e levar os ensinamentos a outras
pessoas que tenham o desejo sincero de aprender. Diante disso, alguém poderia
indagar: “E se a pessoa adulterar os ensinamentos?” A Ordem responde: “se o que
é transmitido não corresponde ao que deve ser ensinado, o máximo que pode
ocorrer é a pessoa não conseguir estabelecer o contato com a Egrégora da Ordem,
de modo que este canal de percepção não se abrirá. Jamais
a VOH contestará qualquer pessoa ou organização que se diga “sua
representante”. O resulta do aprendizado é a resposta.
Quando os discípulos alcançam
necessário grau de compreensão, passam a receber ensinos diretamente, por
afloramento de idéias, por sonhos ou por outros meios de percepção. Em dado
momento da caminhada, o estudante pode ver [perceber] o
símbolo[13] representativo da Ordem. Este símbolo se faz presente quando necessário
e, dizemos ainda, é uma grande dádiva. Receber o símbolo
da VOH significa que o estudante passou do nível de “discípulo” para
o de membro do Ciclo Interno da Ordem. Trata-se de algo muito
importante, pois auxilia em todas as decisões que não tenham razões claras para
ocorrerem. A percepção do símbolo não significa esforço algum. Trata-se da
sintonia psíquica da pessoa com a Ordem. Alguém que já tenha tido alguma
ligação com a Egrégora em outras encarnações, pode recebê-lo até mesma antes de
assumir a condição de discípulo. Há pessoas que passam muitos anos paras
recebê-lo e há outras que, numa determinada encarnação, não o recebem, mesmo
que ligadas aos ensinos herméticos. Quando acontece de a pessoa perceber o
símbolo, não cabe dúvida, pois ele se apresenta com clareza e se repete de
forma constante, até que a pessoa se dê conta de que se trata do símbolo
sagrado da VOH. Afirmamos que existem centenas de símbolos
herméticos, mas estamos falando dos símbolos mais representativos da Ordem.
Já ressaltamos nesta monografia que
os ensinos ministrados pela VOH são distribuídos em Doze Câmaras. O
tempo de estudo de cada Câmara varia de Instrutor para Instrutor. No nosso caso
pessoal[14], que já vimos ministrando palestras herméticas há mais de três anos,
o objetivo da Primeira Câmara, cuja duração é de quinze meses, consiste no
desenvolvimento dos Princípios Herméticos Clássicos e de mais alguns; na
compreensão dos sete níveis de como o Poder Superior se manifesta; no
conhecimento dos números de ZERO a DOZE; mais conhecimentos básicos sobre Thoth
e do seu diálogo com Pimandro. Em relação à duração de cada nível de estudos,
as Câmaras da Segunda à Oitava possuem a duração de dezoito meses e as Câmaras
da Nona à Décima Segunda possuem a duração de doze meses. Salientamos também
que a VOH não envia ou apresenta lições oficiais. Aos
Instrutores, a Ordem estabelece a meta a ser atingida pelo discípulo, não
importando a maneira como o façam. Textualmente, os escritos de determinado
Instrutor podem ser bem diferentes de outro, mas a base e a meta são uma só.
Os discípulos podem reunir-se para o
estudo da matéria. Mesmo alguma pessoa que não seja discípula de algum curso
hermético pode participar. Apenas recomendamos um bom critério de escolha.
Qualquer discípulo pode ter o seu grupo de estudos, procurando seguir o que lhe
estiver sendo transmitido. Quando surgir alguma dúvida, recomenda-se consultar
o Instrutor. Não há pelo que temer. Se houver sinceridade de propósito, se a
intencionalidade for válida, a própria Egrégora da VOH se fará
presente sob a forma de inspiração. Contudo, desconfiem de um
Instrutor que disser que aquilo que ensina é a “verdade efetiva” e que outras
organizações religiosas ou filosóficas “são falsas”. Aquele que assim proceder,
não entendeu a base doutrinária do Hermetismo, cujo Primeiro Princípio afirma
que O UNIVERSO É MENTAL. Isto quer dizer que tudo é ilusão. A
proposta fundamental da VOH é libertar o ser do jugo da mente,
tornando-se ciente de Quem realmente É. O conteúdo das monografias
da VOH segue uma linha hermética tradicional e autêntica, como já
destacamos. Nesse sentido, expomos, abaixo, as principais fontes a partir das
quais temos redigido os temas oferecidos. 1) Cerca de 7000 obras
místico-filosóficas e científicas sobre os temas apresentados; Transcrições de
palestras proferidas pelo Instrutor José Laércio do Egito, em seu grupo de
estudos herméticos, no estado de Pernambuco, Brasil; 2) Reflexões e comentários
suplementares do Instrutor José Laércio do Egito; 3) Reflexões e comentários do
Instrutor Marcelo Santiago, que mantém um grupo de estudos herméticos na cidade
do Rio de Janeiro, Brasil; 4) Conexões psíquicas com a Egrégora da Ordem e
orientações de alguns Mestres; 5) Ensinamentos de Ordens Iniciáticas; 6)
Deduções lógicas fonte intuitiva; 7) Perguntas de busca-dores em
grupos de estudo.
Para clareza adicional a respeito
daquelas fontes, expomos, a seguir, as principais finalidades da existência
da VOH: 1) Formar Egrégora positiva e correlata aos ensinamentos
transmitidos; 2) Contribuir para a formação de grupos de estudo; 3) Oferecer a
pessoas interessadas e sinceras, em terminologia clara, determinados
ensinamentos místicos, os quais existem apenas, geralmente, em linguagem
velada; 4) Ministrar palestras para grupos de estudo; comparar ensinamentos de
diferentes Ordens místicas, evidenciando que, na maioria das vezes, as
divergências existentes dizem respeito tão somente à terminologia de cada uma,
visto que, em essência, as organizações autênticas são semelhantes; 5) Mostrar
que existem grandes verdades em certas doutrinas religiosas, assim como mostrar
que grandes Iniciadores foram seres divinamente assessorados, tais como Jesus,
Buda, Maomé, Lao Tsé, Confúcio e outros Mestres; 6) Estabelecer comparações
entre a ciência oficial e determinados temas herméticos.
Como esclarecimentos suplementares,
informamos que, inicialmente, os temas escritos não haviam sido submetidos a
uma revisão gramatical precisa, visto que eram oferecidos praticamente como
eram redigidos ou gravados durante as palestras herméticas do Instrutor José
Laércio do Egito. Entretanto, recentemente, por iniciativa de alguns
Instrutores, como, por exemplo, Marcelo Santiago, muitos temas herméticos
da VOH têm sido revisados e reorganizados, de modo a se adequarem à
norma culta padrão da língua portuguesa. Quanto ao conteúdo místico dos temas,
não tem havido e não haverá qualquer alteração. Eventualmente, algumas notas ou
partes estruturais dos textos são inseridas ou reorganizadas, mas este trabalho
não comprometerá a essência hermética dos ensinamentos transmitidos. Este
trabalho de revisão gramatical deverá levar ainda alguns anos para ser
“concluído”. A este respeito, ressaltamos que quase todas as monografias da
Primeira Câmara da VOH já foram submetidas a uma primeira revisão
lingüística geral. A cada ano, passarão por novas revisões, para que se tornem
cada vez mais adequadas à norma culta padrão da língua portuguesa.
Nas monografias herméticas, usamos o
verbo crear em lugar de “criar”, porquanto possuem sentidos
místico-filosóficos distintos. “Crear” é empregado no sentido de
“gerar”; “criar”, na acepção de “cuidar”. Por exemplo, a mulher gera [gesta] o
filho, “crea”, e, depois, o “cria”. Além disso, em nossas monografias,
existe grande volume de informações ocultas, segundo os sistemas
clássicos de criptografia cabalística, assim como os de outras organizações.
Por esse motivo, existem muitas palavras “grifadas”, em “negrito”, em “itálico”,
em “maiúsculas”, onde não caberiam, segundo a norma culta oficial, os destaques em
questão. Aeste respeito, sabemos que pessoas ligadas a alguns movimentos
tradicionais entenderão perfeitamente o sentido oculto daquelas palavras
destacadas... Em muitas monografias, existem, ainda, desenhos esímbolos com significações
místicas específicas. Em determinados momentos, os parágrafos, períodos e
frases parecem “incompletos”, “repetidos” ou “não obedecendo a uma correta
distribuição textual”. Na realidade, isso representa uma forma velada
de escrita. Um parágrafo “mal dividido” num tema pode ter a sua
continuidade num outro tema, segundo uma ordem numérica que o Estudante
meticuloso descobre nos próprios assuntos tratados. Por esta razão, em alguns
casos, não há uma ordem de redação estritamente ligada à lógica lingüística da
coesão e da coerência textuais, pois isto anularia grande parte do que existe
criptografado pelo nosso sistema redacional. Existem também determinadas combinações
de símbolos, que, mesmo não sendo diretamente percebidos pelo Estudante,
possuem, ainda assim, relevanteação psíquica sobre a mente.
Muitas daquelas combinações visam à efetivação de iniciações a nível psíquico,
cujos efeitos se farão sentir de vários modos. Cada vez que a leitura de um
tema é repetida, surge um novo patamar de compreensão, de modo que recomendamos
que alguns sejam lidos várias vezes. Desta forma, a compreensão da pessoa, por
certo, será ampliada e refinada, de modo que revelações antes não percebidas se
farão, então, sentir. As monografias da Ordem possuem grande número de palavras
de poder. Por isso, recomendamos que o estudante leia os temas com a
devida atenção. Sugerimos a leitura de um tema de cada vez e, trata-se apenas
de uma recomendação, não mais que dois por dia.
Estas monografias podem ser lidas
como “se fossem um livro”, ou seja, lidas “de uma vez”. Mas isto apenas fornece
uma idéia de conjunto, pois o aproveitamento integral apenas se fará sentir
caso seja efetuada uma leitura meticulosa de cada tema, de cada idéia exposta,
de cada parágrafo e mesmo de cada palavra e símbolo. Por esta razão, as
monografias, em sua quase totalidade, não são longas, geralmente compreendendo
de 5 a 7 páginas. Por um lado, isto tem como finalidade não cansar o leitor, de
não sobrecarregar a sua mente, mas, por outro lado, tem como finalidade fazer
com que as palavras de poder, os símbolos e outros elementos possam atuar de
modo preciso na mente, a fim de que certos resultados psíquicos venham a
manifestar-se.
O vasto acervo de monografias
da VOH configura um trabalho que diversas pequenas organizações estão
estimulando a ser feito com os acervos de escritos herméticos, os quais, até
bem pouco tempo, eram guardados sigilosamente. É chegado o momento de certas
verdades místicas voltarem à tona, facultando a creação de uma
egrégora protetora daqueles que tentam escapar do materialismo dominante e da
influência escravista da mente. Por esta razão, esse acervo é relativamente
livre. Até certo ponto, as monografias estão liberadas para distribuição entre
pessoas sinceramente interessadas nos assuntos tratados. O intuito
da VOH não é o de formar “seitas”, “ordens”, “sociedades” ou qualquer
forma de proselitismo que tenha como finalidade “ganhos pecuniários”. Muitas
monografias não visam a ensinamentos especiais, mas sim situar as pessoas
dentro do assunto. Por exemplo, quando falamos de Cabala e de outros
sistemas, não estamos querendo ensiná-los ou mesmo trazer aprofundamento sobre
esses tópicos, pois isso já existe eficientemente em diversas obras válidas.
Nosso intento é o de situar as pessoas dentro do contexto, trazendo-lhes
informações simples, mas suficientes para que possam entender o que é exposto
nos temas mais avançados. Muitos assuntos objetivam mostrar as tramas que
existiram e ainda existem por detrás de muitas doutrinas.
O conteúdo contido nas monografias
não deve ser encarado como propriedade intelectual de autor definido, mas como
a materialização lingüístico-textual de parte dos ensinamentos constantes na
Egrégora da Ordem. O que importa é que o objetivo da VOH seja
atingido: livrar, paulatinamente, o ser do jugo da mente.
[1] A “Conjura do Silêncio”, ou
“Obscurantismo”, representa a associação de determinados indivíduos, próximos
ou distantes entre si e encarnados na Terra, os quais visam à interdição e à
eliminação dos ensinamentos místicos. A “Conjura” tem sido inspirada psiquicamente
por certos seres, pertencentes a outras dimensões, os quais configuram aquilo
que denominamos “Terceiro Interesse”. Este assunto será estudado na subárea
“Teoria dos Códigos”, durante a Segunda Câmara Hermética.
[2] Ainda nos dias atuais, esta
força detratora persegue e tenta eliminar os ensinos herméticos.
[3] A VOH possui grupos de
estudos em determinados países. A título de exemplo, citamos o Brasil, onde
existem alguns grupos de estudo ativos. Neste país, na cidade do Rio de
Janeiro, citamos a Ordem Centrênica, CENTRE, a qual é um dos grupos de estudo
da VOH. Este grupo é comandado pelo Instrutor Marcelo Santiago. Também no
Brasil, mais precisamente na cidade de Gravatá, estado de Pernambuco, existe
outro grupo de estudos da VOH, o qual é dirigido pelo Instrutor José Laércio do
Egito.
[4] Uma “Egrégora” é um registro
mental associado a determinado padrão de pensamentos.
[5] A Tábua da Esmeralda é
a lápide, repleta de hieróglifos e símbolos, sob a qual jazia intacto o corpo
de Thoth. Esta lápide contém as mais importantes revelações cósmicas.
[6] Muitos têm procurado o Templo
da Esfinge, sem ainda terem encontrado a sua localização física. Na verdade,
afirmamos que o Templo da Esfinge existe e é atuante, mas ao nível não-material
[astral].
[7] Estas monografias compõem o
módulo “Antropomística V” e serão abordadas na Décima Segunda Câmara.
[8] Antiga e Mística Ordem
Rosae Crucis. Ordem fundada em 1915, por Spencer Lewis [1883-1939], em Nova
York.
[9] Ou Ordem Hermética da
Aurora Dourada. Embora, em sua forma original, esta Ordem não exista
mais, continua ativa em determinados grupos de estudos correlatos.
[10] Abordada na Oitava Câmara.
[11] Esclarecemos que a Ordem
Centrênica, CENTRE, embora se fundamente nos ensinamentos da VOH , não é
representante oficial desta Ordem hermética. São, portanto, duas organizações
independentes. Apenas o CENTRE se propôs a levar os conhecimentos da
VOH. Assim, qualquer divisão didático-administrativa que o CENTRE
possui diz respeito única e exclusivamente à sua própria estrutura
organizacional.
[12] Mesma observação da “nota 8”.
[13] Ma verdade, os símbolos
indicativos são três. O primeiro deles normalmente é descoberto por dedução lógica,
mas, em sentido prático, isso não possui qualquer valor, pois será um “símbolo
mudo”. Ou seja, não passará de “mero desenho”. Quando o símbolo procura o
discípulo, ele é ativo, responde às indagações. Já é bem mais difícil chegar,
por dedução, ao segundo e dificílimo ao terceiro. Só quando o discípulo
apresenta o desenvolvimento psíquico necessário a ponto de acessar a Egrégora,
então, os símbolos indicadores, como centenas de outros, apresentam com toda a
clareza e de forma ativa. Lastimamos aqueles que forçam o intelecto a
“descobrir” os símbolos sagrados da VOH, porque, os que assim agem, nesta
ou em outra encarnação, jamais o ativarão. Não há segunda chance. Carregarão ao
longo do resto da encarnação uma “mera imagem mental”, sem qualquer valor prático.