sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Quem guarda as chaves das tuas grades Humanidade??!!...


“Quase sempre aquilo que vemos nos outros, é na verdade, um reflexo do que somos.” AC


A humanidade vive prisioneira de vários paradoxos, mas em nenhum deles, ela própria está isenta de culpa. Em bom rigor, todos esses que a mantêm refém, são na verdade, criados e mantidos por si. Então do que nos queixamos, se vivemos eventos que nos desagradam, mas criados pelas consequências das nossas próprias ações?!...
As sociedades sofrem devido ao egoísmo dos que tudo têm e em nada se preocupam com os que menos têm. Afirmamos e concordamos ser isto que faz toda a diferença e de fato faz. Mas qualquer um de nós, mesmo aqueles que se consideram prejudicados face aos que mais têm, alguma vez pararam para refletir sobre todos os outros seres humanos que vivem no mundo com muito menos do que nós?!! Então não é paradoxal, acusarmos aqueles que têm mais do que nós de nada fazerem, quando desde sempre existiram muitos seres humanos lutando por sobreviver e na verdade nós nunca pensamos neles ou em prestar qualquer ajuda?! Como podemos criticar outros de algo que nós também fazemos e por incrível que pareça, por vezes nem temos consciência disso.
Vivemos sofrendo inúmeras injustiças, criadas com base em preconceitos sociais. Quem nunca sofreu dessas injustiças preconceituosas? Na sua maioria, todas elas são criados por códigos, incutidos desde o nosso nascimento. Então criamos códigos de moral e ética, de certo e errado, de bom e mal, como forma de condicionarmos comportamentos menos adequados na humanidade. Paradoxalmente estes tornam-se  prisões, terminando por se tornar naquilo a que denominamos preconceitos. Sempre e desde que esses conceitos éticos, estejam em desacordo com os nossos interesses pessoais, chamamos-lhes - preconceitos. Quando educamos os nossos filhos, quando exigimos dos que nos rodeiam comportamentos ditos éticos ou morais, somos nós os primeiros responsáveis pela criação dos códigos que levam aos comportamentos preconceituosos, pois esses códigos servem a ambas as perspetivas, só dependendo da forma como o interesse da humanidade os possa ver em cada caso e em cada momento.
Toda a nossa existência tem como base o medo. Temos medo do futuro, devido à incerteza do que ele nos reserva e esta incerteza tem por base o fato de não ter controlo absoluto sobre todos os eventos. Sofremos no presente com esse medo do futuro, sem sequer perceber que todas as respostas à resolução desses medos, se encontram no passado. Tememos tudo porque criamos expetativas para o futuro sem entendermos que as ações vividas no que vemos como passado, geraram os medos de muitos outros e que as ações desses muitos outros, irão gerar a origem das nossas próprias incertezas face ao futuro. Temos medo, porque não controlamos o resultado dos eventos futuros e não o controlamos porque não entendemos que todos os outros participam da construção desse nosso futuro. Cada um de nós cria só parte desse futuro, mas todos juntos, definimos o futuro de cada um e isso aterroriza-nos. Pois todos decidem sobre o nosso futuro e nós aparentemente participamos só em parte nele, esquecendo que influenciamos uma parte do futuro de toda a humanidade.     
Somos cocriadores dos eventos que geram mais tarde todos os nossos sofrimentos. Unicamente temos dificuldade em perceber esta única realidade, porque enquanto destinatários dos efeitos que ajudamos a criar, preferimos não acreditar que o futuro de todos é feito por cada um de nós e que daquilo que cada um faz, dependemos todos.

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