sábado, 30 de maio de 2015

Refletindo sobre as obrigações da solidariedade humana.


Lutar por um mundo melhor, não se faz só em datas especiais que servem para relembrar, a diferença se faz sim, mas pelas ações diárias e permanentes.

Nunca é tarde para começar a ajudar e nunca é suficiente com o que já foi feito, por isso, se nunca se uniu a causas de entreajuda social e humanitária, sua ajuda será sempre preciosa, se já o faz, nunca deixe de fazer e nunca desista.

Enquanto existir desigualdade, originada nas injustiças causadas pela avareza de alguns seres humanos, haverá sempre necessidade de um exército de seres humanos que com a sua entrega à humanidade e bondade incondicional, combatam esses efeitos devastadores que esses poucos sem escrúpulos, provocam no mundo para realizar seus interesses.

? De que lado você quer estar?

Sim porque só é possível estar num dos quatro lados, no grupos dos que contribuem para acentuar esses desigualdades e injustiças, no grupo dos que podem mas nada fazem, no grupo das vítimas desses efeitos e depois aqueles que diariamente se preocupam e lutam por um mundo melhor e mais justo para todos.

? O que é um mundo mais justo?

Um mundo onde o fato do local geográfico e social do nascimento não seja como uma lotaria que dita se o ser humano viverá com direitos ou se pelo contrario, viverá condenado, apenas pelo fato da região onde nasce, família ou da cor de pele.

Eu sonho e luto por um mundo, que um dia, mesmo que ainda longínquo, existirá. Onde o ser humano nasça e cresça com iguais condições e possibilidades. Onde o merecimento pelo esforço e dedicação seja a única condição a cumprir para poder ter direitos.

?Porque devemos preocupar-nos e dedicar tanto de nossas vidas à missão de dar aos restantes seres humanos, as condições que por sorte encontramos, só porque nascemos numa sociedade privilegiada?

Eu não saberei responder por si, apenas posso responder pelo que eu me sinto obrigado a tal ato e em tempo permanente. Todos os dias, acordo e penso a sorte que tive e o que tem sido para mim uma vida de sorte pelo fato do universo me tem proporcionado tudo a que tenho acesso. Em cada momento de reflexão diária, coloco-me na posição do que seria a minha vida se pelo contrário, essas condições nunca se tivessem manifestado.   

Imagine que o universo, a matriz criadora, Deus, ou o nome que lhe quiser dar, mas imagine como seria a sua vida se tivesse nascido, num país extremamente pobre, num contexto social onde seria impossível sequer você estar a ler o que escrevo, pois não teria acesso a internet ou sequer saberia ler.

Sendo crente ou não crente, sendo um ser que as “circunstancias” lhe proporcionaram tudo o que tem, não acha que o fato de lhe ter sido concedido, poderá ser uma espécie de “teste” da capacidade que você tem de doar e o objetivo é perceber o que cada um faz quando a “sorte” lhe entrega o poder de fazer?!

Tem a certeza que você não estará a caminhar para chumbar no teste que a vida lhe colocou?!

Mas mesmo assim existem aqueles que o fazem não porque se sentem na obrigação de devolver o que a vida lhes doou, através das ações e missões em prol dos nossos semelhantes que não tiveram as mesmas condições no ato do nascimento.

Faça outro exercício de consciência, sei que também é um ponto de vista egoísta, mas serve para o despertar da consciência humanitária e solidária que adormecer no ceio da humanidade que detém o poder-de-fazer, e o desperdiça permanentemente. Mesmo que não acredite na reencarnação, faça o exercício como mero exercício teórico e filosófico, pois ajuda. Imagine que é comprovado inequivocamente que a reencarnação existe e que eu, você e todos os outros, regressamos noutras vidas e em condições diferentes. Nascimentos que nos levam a estar em contextos sociais diferentes. Consegue imaginar?!

Isso seria algo que não seria controlado pelos interesses sociais do ser humano, mas por leis divinas ou universais (chame o que quiser, em função da sua crença). Imagine que em qualquer dessas encarnações você iria, pelo ato do nascimento, estar em condições bem adversas pelo fato de ter nascido num contexto de desigualdade social e económica.

Qual pensa que será a melhor forma de garantir que nas próximas vidas que você venha a ter ou se preferir pensar, naqueles que nascerão nessas condições, viverão fora dessa condenação que é a loteria do nascimento, gerada pela desigualdade que o mundo ter na atualidade como matriz?!

Qualquer que seja o argumento que escolha, dentro dos que eu descrevi aqui, ou de tantos outros que existem, desde que você não desperte para o erro de pensar que a problemática da desigualdade social é algo que não o afeta a si, num ato de desinteresse e não querer nem pensar em algo que inevitavelmente um dia o afetará, direta ou indiretamente, se estará condenando, como um aluno que passa o tempo sem se preocupar nos efeitos que sabe serem inevitáveis.

Veja que aqueles que estão sem condições de aceder ao “poder-de-fazer”, aqueles que vivem em condições de ser ajudados e não de ajudar, esses certamente não terão que provar nada ao nível da solidariedade humana. Mas é o seu caso? Aqui também só existem dois grupos, os que estão sendo testados e cursando o curso do treinamento da “sabedoria” onde os aparentes direitos e privilégios com que vivemos, não são simples direitos sem deveres obrigatórios, mas sim, são na verdade parte do teste para aprender a sabedoria de usar o “poder-de-fazer” que a vida concede como “material escolar”.

Se não parar para refletir, e a partir daí, fazer a mudança consciente na forma como dirige o poder realizador que a vida lhe concedeu, em detrimento, não do que você pode fazer por si, mas do dever que tem de fazer pelos outros. Talvez esteja a condenar-se a ser colocado na lista de reprovados, pelo curso que é colocado a todos nós, no ato que é pouco entendido pelo ser humano e que muitos lhe chamam sorte ou azar.

“AC”

Sem comentários:

Enviar um comentário