Há evidencias cientificas que
confirmam que o cérebro reage milésimos de segundos antes dos eventos
ocorrerem, criando assim os fenómenos de prontidão psíquica e fisiológica que o
ser humano ativa, enquanto ação/reação perante os eventos.
Conclui-se assim, para que
determinada reação seja desencadeada pelo corpo e ocorra no momento em que ela
é necessária, precisa que antes o cérebro tenha “adivinhado” a necessidade da
ação, antes de ter ocorrido, ou seja, o cérebro precisa “prever” os milésimos
de segundos seguintes (futuro), pois a ordem que ele dispara aos órgãos que
deverão intervir, precisa desse décalage
de antecipação para que a reação ocorra no momento exato à necessidade do
evento. É esta a versão da ciência ortodoxa.
A ciência até hoje não conseguiu
justificar o fenómeno, apenas conseguindo regista-lo e confirmar a sua
ocorrência. Se acrescida a esta constatação, a visão milenar das ciências
esotéricas e os seus conhecimentos arcanos, é possível desbloquear estes
aparentes paradoxos gerados pela incapacidade de conseguir compreender e dar
coerência efetiva a estas constatações.
Aparentemente o que a ciência
reconhece é contraditório sob a perspetiva cientifica, pois para que tal
ocorra, significa afirmar que o cérebro prevê o futuro, conseguindo saber o que
será necessário ordenar aos órgãos, alguns instantes antes, para assim a ordem
ser dada a tempo desses órgãos reagirem sincronizados com o acontecimento para
que são chamados a responder. Então a ciência está a afirmar que o cérebro
percebe o futuro, sem que o ser humano seja consciente desse fato?!
Só pode ser assim, pois o ser
humano, não se dá conta desta ação, ele apenas age perante o acontecimento /
evento. Mas para que a resposta seja simultânea ao evento, tem que ser prevista
instantes antes, certo?! É a ciência ortodoxa que o afirma, não o hermetismo. Esta
constatação gera um paradoxo. Como pode o cérebro ter acesso a esta informação,
quando o ser humano, do ponto de vista da consciência, não se dá conta de tal
antecipação, ou seja, não é consciente dela?!
Será que o cérebro vê o futuro? Como isso
ocorre, sem que nos possamos dar conta? A estas perguntas, a física quântica
ainda não conseguiu responder. Basta ler o livro escrito por William Arntz,
Betsy Chasse e Mark Vicente – “Afinal, o que sabemos nós?”, onde eles explicam
esta encruzilhada em que a física quântica se encontra, sem que dela saibam
sair, apontado apenas algumas possibilidade quando se chama à física quântica
as visões de alguns místicos e mestre das ciências esotéricas.
Muitos confundem, julgando que o
hermetismo, à semelhança de outras correntes esotéricas, trata de forma
idêntica, áreas temáticas como a cabala, alquimia, filosofia, magia, etc. Na
verdade é um erro, quando se vê o estudo milenar dos conhecimentos herméticos
dessa forma, pois seu o estudo, investigação e desenvolvimento é em muito, a
base do atual método cientifico ortodoxo, visto na sua base, assentarem os
mesmo princípios de orientação, pesquisa, constatação e comprovação cientifica.
Assim, apresentaremos aqui uma
abordagem da ciência hermética, relativa aos seus estudos e pesquisa mais
desenvolvidos nesta matéria. Alguns deles nunca, até hoje, trazidos de forma
desvelada aos não-iniciados nos mistérios que tais conhecimentos envolvem.
Desta forma, iremos dar uma ajuda ao ramo da ciência irmã (física quântica),
para trazer uma nova visão aos paradigmas existentes, a saber:
Na linguagem científica do estudo
hermético, conclui-se, à semelhança da física quântica que há uma certeza – é verdadeira
a afirmação da física quântica, o cérebro tem que conseguir antecipar o evento,
antes dos órgãos que estarão envolvidos, devam responder. Pois existe um
instante de tempo, necessário para a ordem do cérebro chegar a esses órgãos.
Mas, no entendimento da visão hermética, está a ser cometido um erro. A física
quântica e aqui toda a ciência conhecida da humanidade, deixa escapar um fato
importante, uma possibilidade que gera o erro, esta prende-se com o fato de se pensar
que a ação / evento que tem que ser respondida pelos órgãos, ocorre no
presente. Este é o verdadeiro erro que gera a encruzilhada.
Como?! – Perguntará o leitor. -
Está a insinuar que o que percebemos por realidade, não ocorrer no presente?!
Sim, é isso mesmo. Tudo o que o
ser humano tem ciência, tudo o que entendemos por realidade, quando ocorre de
fato, não nos damos conta dela, apenas a percebemos, apenas temos consciência dela,
no mínimo, alguns instantes depois.
Tal conceito, pode até violentar
o entendimento ortodoxo, pois se correto, altera por completo a forma como entendemos
o tempo e aquilo que percebemos como realidade presente, passado e futuro.
Claro! Mas é isso que tantos iniciados dominando as ciências esotéricas
afirmam, sem que o resto da humanidade perceba de fato. Nada do que percebemos,
nada do que vivemos, acontece no presente. Tudo, absolutamente tudo, tem lugar
no passado. Nunca aquilo que pensamos ser a realidade, o presente e o que
sentimos, é tido no presente. O presente ocorre sem que seja percebido pela
consciência, mas o nosso sistema de sensores, regista-o e o cérebro processa-o,
no verdadeiro presente. Aqueles instantes antes, de termos consciência disso,
esse é o verdadeiro presente.
O que estou a afirmar é que, o
que temos como realidade, já ocorreu instantes antes, de quando nos damos conta.
Por isso e na verdade, o que o cérebro faz não é nada de extraordinário, pois
não prevê qualquer futuro, apenas recebe dos sensores responsáveis pelas
perceções e regista em tempo real (no momento em que ocorre de fato).
Então por quê tal evento se torna
consciencializável para o ser humano, só, instantes depois?
Para aceder ao conhecimento que
contem tal resposta, precisamos entender como se processam os fenómenos que
geram aquilo que entendemos como realidade. Devemos começar por distinguir os
processos fisiológicos, no que ao cérebro se refere, dos processos da mente, no
que aos processos de consciência, se deve entende. Ambos são necessários para
que o ser humano tenha a experiencia da existência e nela do que se entende por
realidade (o nosso “aparente” presente).
Os processos mais densos, mais
fisiológicos, ligam os órgãos que recebem as informações do exterior do ser
humano (os cinco sentidos), ao órgão que processa toda esta informação (o
cérebro, órgão físico). Todos estes mecanismos, ocorrem num complexo conjunto
de processos de caracter fisiológico perfeito. Este conjunto é o mais poderoso
computador que alguma vez já existiu, mas todos estes processos não geram por
si a consciência. O cérebro faz de forma maravilhosa o processamento de todos
os dados recolhidos e cria a rede de neurónios que poderemos designar por
memórias (simples, conexas, superficiais, intermédias e profundas), o mesmo é
dizer - a nossa base (banco) de dados interna.
Mas como se dá a consciência e o
que é ela?
Como se processa e o que tem que
ocorrer para o ser humano ter acesso ao que entendemos por consciência que nos
leva a considerar-nos existir e a fazer parte dessa tal realidade?
Responderia – O pensamento.
É aquilo que designamos por
pensamento que serve de instrumento para que ocorra o processo de “de nos
darmos conta = termos consciência de”. Mas o que é o pensamento? Pensamento é a
forma de movimento usada pela mente, a forma como ela se move dentro dos
processos mais densos, quando usa o órgão cérebro para aceder à base de dados
interna (o conjunto de memórias constituídas por todos os dados recebidos e
armazenados, através da constituição das redes de neurónios).
Então importa aqui também
distinguir e compreender o que representa a mente, visto estar a afirmar que o
pensamento é o instrumento que a mente usa para se movimentar, dentro dos
processos mais densos, dentro do sistema cerebral, para ter acesso aos registos
das perceções externas do mundo físico que estão guardados em memória.
Então o que é a mente? –
Perguntará o leitor.
O hermetismo afirma e ensina que
esse fenómeno que se designa por mente, é algo que está para além do cérebro.
Assim olharemos para a mente como um algo mais sutil e para o cérebro como um
órgão fisiológico, sendo este último, aquele que materializa aquilo que podemos
chamar de movimentos mais densos da mente – pensamentos, mas também os
movimentos mais sutis - intuição. Materializar aqui significa, trazer para uma
compreensão da linguagem humana todo o conjunto de sensações e perceções que o
fenómeno mente capta, e para que se torne entendível, na perspetiva do
intelecto humano, precisa ser convertido em algo com significado para a
compreensão (=consciência da realidade).
Essa compreensão (=consciência da
realidade = consciência no nível da tridimensionalidade) é feita através dos
vários conjuntos de redes de neurónios e das diversas conexões que podem ser
feitas entre esses inúmeros neurónios, gerando assim infinitas associações que
vão das mais básicas para a mais complexas, mas sempre a partir da estruturação
e conexão de segmentos de neurónios, em que cada um representa uma sensação,
uma experiencia, uma ideia humana básica.
Por exemplo, quando aprendemos
uma cor (azul), no cérebro, cria-se um nerónio que assume esse registo, sempre
que aprendemos sobre as diversas tonalidades de azul, a cada nova tonalidade, a
cada escala de nova perceção, gera-se um novo neurónio. Para os sons, cheiros,
letras, sons, imagens, movimentos, etc., para cada perceção, do mais básico
concetual humano, o cérebro tem que o ter como um registo e para isso gera um
neurónio específico para tal.
Para conceitos mais complexos,
ele inicia um processo de associações de vários neurónios básicos existentes,
perceções já registadas, gerando assim através de conexões entre certos
nerónios, uma rede que ativada, cria um conjunto logico que, por si, representa
um conceito ou ideia mais complexa.
Por exemplo, uma laranja (fruto).
A imagem de uma laranja, junta numa só rede que interconecta vários neurónios
que, por si, tem uma representação bem genérica, mas que quando associados,
entre si, e ligados num processo encadeado e logico, geram toda a perceção do
fruto laranja. Cor (laranja), textura da casca, experiência do tato ao retirar
a sua casca, textura interior, sabor, cheiro, grau de doçura, acidez, etc.
Para um conceito cerebral do que
pode representar a imagem dum fruto como a laranja, por muito simples que seja
para o processo cerebral, quando comprado com outras concetualizações humanas,
mas só um processo destes, obriga a que o cérebro tenha constituídos um enorme
conjunto e complexa rede de nerónios, que juntos geram toda a perceção do que é
uma laranja, o que representa, como se sente, sabe, etc., para os sentidos do
ser humano, que por sua vez, geram aquilo que podemos entender a base de dados
(informação disponível sobre) onde a mente através do pensamento poderá aceder
para assim gerar, enquanto nível de consciência da laranja.
O pensamento é o instrumento de
que a mente se serve para ler os registos que estão armazenados nas nossas
memórias (redes de neurónios). Vamos dar um exemplo alegórico como forma de
simplificar o entendimento básico sobre os processos e seus órgãos. Imagine um
computador, aquilo que é todo o hardware,
podemos entende-lo como o nosso corpo físico e todos os sistemas
neurofisiológicos que o fazem funcionar.
Agora vamos falar sobre os softwares – o sistema operativo, aqui
seria o ego, o conjunto de instrumentos que juntos fazem funcionar, de forma
básica, todo o hardware e
simultaneamente, suportam os restantes softwares que serão instalados. O disco
rígido seria a nossa capacidade de registar e tudo o que nele esteja contido,
serão as nossas memórias. Aqui o pensamento estaria representado pelo
movimento, e a agulha que lê a informação contida no disco rígido.
A tela (ecrã) e tudo o que nela
se apresenta, o que surge como perceção no momento, é aquilo que entendemos
como tempo presente (realidade). Sendo o conjunto de informações registadas no
disco rígido as nossas memórias, são também o que entendemos por passado, pelo
conjunto de eventos/acontecimentos que já tivemos perceção e daí foram
registados enquanto tal.
O software a que designamos por navegador de internet (browser), representa a intuição. Toda a
informação que existe na internet, ou seja, toda a internet, representa aquilo
a que se pode designar de Consciência Cósmica, onde pré-existem todos os
eventos e todas as ocorrências/possibilidades. Aqui o Hermetismo denomina de
ETERNO AGORA e a física quântica designa de CAMPO.
O conjunto de suportes, a partir
dos quais o nosso disco pode receber informação, para além do ETERNO AGORA, são
então os suportes físicos como DVD´s, CD´s, pen-drive´s, cartões de memórias e intrarredes.
Estes, representam o conjunto de suportes a partir dos quais constituímos
dia-a-dia o nosso suporte de memórias internas. Eles equivalem os conhecimentos/informações
adquiridas durante a nossa educação académica, social e cultural. Na verdade o
seu conjunto termina por fazer parte e constituir, uma parte importante do modo
como o nosso sistema operativo (ego) funcionará.
Mais tarde usaremos estes
exemplos como forma de ilustrar parte dos processos complexos que a mente, no
seu conjunto, origina. Mas então como funciona a mente, como nos damos conta,
como temos cons-ciência?
Para tentar auxiliar o
entendimento sobre a forma como registamos e como percebemos o mundo que temos
como existência, vamos socorrer-nos no hermetismo, das suas disciplinas, neste
caso, da Numerologia Pitagórica. A mente, no atual estado em que o ser humano
se encontra, estado encarnado neste plano físico da tridimensionalidade, ela é
incapaz de relacionar mais que um acontecimento/evento ao mesmo tempo. A mente
humana, no atual estado, não consegue percecionar em simultaneidade, aquilo a
que as religiões denominam, de certa forma, por Omnipresença, ou seja,
conseguir estar ou perceber vários eventos ou espaços-tempos simultaneamente.
A esta incapacidade, a física
quântica identifica, não como tal, mas afirma que na dimensão quântica, existem
todas a potencialidades do surgimento do evento, até ao momento em que o
observador, observa. Ai dá-se a materialização no plano da tridimensionalidade,
apenas de uma das possibilidades existentes. Na realidade a física quântica,
não percebendo ainda, está a afirmar, isso mesmo: “…estando presentes todas as
possibilidades, de um evento, na presença da consciência limitada à
tridimensionalidade, apenas se consciencializa uma possibilidade do evento, de
cada vez”.
O aparente limite para a
simultaneidade, está imposto pela necessidade de materialização das perceções
recebidas, na tela/ecrã que temos como perceção do tempo presente (realidade).
Isto só se consegue efetuar através do pensamento e aqui reside o limite, o
pensamento, a agulha de leitura da informação que está registada no disco
rígido, só lê uma quantidade limitadíssima da área do disco rígido, quase que
poderíamos afirmar na linguagem informática – dado a dado (bit a bit) de cada
vez. É o pensamento que gera a aparente incapacidade de perceber mais que um
evento em simultâneo, quando na verdade, a mente consegue perceber em
simultaneidade, mas não os consegue materializar na tela (ecrã) mental
(perceção que temos como momento presente=realidade), registando assim nas
memórias, para depois aceder, ou seja o pensamento ler, um a um.
Vamos dar um exemplo para perceber
melhor este processo. A agulha (leitor) que lê o disco rígido (nossas
memórias), só consegue ler um dado de informação de cada vez, o que surge na
tela/ecrã do computador é o que percebemos como momento presente (realidade).
Na verdade esse momento presente é composto por um conjunto de dados a que a
agulha (pensamento) consegue aceder e agrupar num outro sistema onde durante
breves instantes consegue manter vários dados juntos e organizados de forma a
mostra-los na tela/ecrã, gerando assim a imagem que se apresenta nessa
tela/ecrã (momento presente=realidade). A este sistema que cria uma imagem com
base em alguns dados capturados pelo pensamento e usando os recursos do ego
(software operativo), poderemos designar memória virtual ou temporária.
A perceção que temos como momento
presente é na verdade isto mesmo – uma memória temporária que regista durante
uns breves segundos um conjunto de dados/imagens/informações que representam
aquilo que compreendemos como existindo no momento presente (realidade). Porque
esta memória virtual é de duração breve, o pensamento, atualiza-a
permanentemente e isso termina por gerar aquilo que percebemos como decurso do
tempo (ação que cria a ilusão de movimento, do passado para o futuro=ilusão do
presente).
Assim é indispensável fixar que
qualquer que seja o grau de desenvolvimento de um ser humano, sem exceção,
temos uma limitação que é imposta pelo estado em que se materializa a mente,
naquilo a que muitos afirmam ser o sistema cerebral. Desde que estejamos a
falar de uma mente projetada num corpo físico (encarnada), esta estará sempre
limitada, sendo incapaz de atingir o estado a que o hermetismo designa de
simultaneidade e que as religiões designariam de Omnipresença.
Outra limitação importante ou
característica que devemos estar cientes, se pretendemos entender o fenómeno
complexo que é a mente, é o fato dela, quando materializada, neste estado mais
denso que entendemos pelo sistema cérebro-mental, ser incapaz de perceber um
evento/condição que não tenha como referencia um seu oposto. Na verdade o que
estou a afirmar é que a mente só se dá conta de parte do que de fato existe,
pois ela só consegue perceber/registar aquilo que tem um oposto, um
contraste/uma escala. Sei que pode parecer complexo para quem se depara pela
primeira vez com tal tema, mas vamos pedir a Pitágoras que nos ajude com um
exemplo:
Imagine uma condição térmica de
30 graus centigrados e a ela vamos designar por – estado 1 (UM). Agora imagine
que não haveria no universo qualquer outro grau de temperatura, todo o
universo, estava a 30 graus centígrados. Nesta condição 1 (UM), embora houvesse
a temperatura, o ser humano, não tinha cons-ciência dela, pois era impercebível,
não havia outro grau para que a mente humana conseguisse identifica-la como
algo existente.
Então pense agora na
possibilidade de passar a haver uma outra condição, 25 graus centígrados, a ela
designaremos por - estado 2 (DOIS). Só com esta condição a mente passaria a ser
capaz de efetuar o registo, por comparação, da condição 1, com o surgimento da
condição 2. O registo, ou cons-ciência destas duas, é materializado mentalmente
por - estado 3 (TRÊS) que gera a condição que entendemos por temperatura ou
sensação térmica (consciência de).
Assim é possível perceber que a
temperatura, só é consciencializável para a mente humana, porque existe mais
que uma ocorrência do fenómeno, ou seja, porque se repete em graus diferentes,
é possível para a mente, perceber o fenómeno em si. Em bom rigor, podemos
afirmar, tudo o que está na condição 1 (UM), embora exista no Universo Creado,
não é percebida pela mente humana, porque apenas registamos tudo o que se
manifesta dualisticamente, polarizando-se. Vivemos um estado mental limitado
pela dualidade, ou se preferirem, condicionados à LEI UNIVERSAL que o
Hermetismo designa de Polaridade.
Aqui também se percebe que tudo o
que representa o Universo percebido, tudo que se manifesta como percetível para
a mente humana tem que está em condição trina, estado 3 (três). Assim
afirmamos, sem entendermos plenamente que o Universo é de características e
essencialmente tridimensional. Na verdade o que é tridimensional é a nossa
capacidade de percecionar e assim, apenas temos ciência do que se apresenta na
condição 3 (três) / tridimensionalmente.
Muito do que se manifesta no
Universo, não conseguimos ter perceção, basta para isso entender que sem haver
polarização/desdobramento de um determinado evento ou condição, a limitação a
que a mente humana está relegada, não permite a sua perceção. Muito do que são
até os fenómenos designados de paranormais ou a matéria escura da ciência
ortodoxa, derivam desta limitação, como iremos verificando no contexto e a luz
deste novo conhecimento.
Voltando à Numerologia
Pitagórica, para nos ajudar a perceber a mente, podemos concluir que tudo
aquilo que temos perceção como existência, só acontece quando se desdobra,
quando se polariza e daí gera uma outra condição ou escala, permitindo à mente
identifica-las e assim ter consciência do que é gerado. No exemplo da
temperatura, só com o surgimento da condição de 25 graus centígrados (estado
2), é possível, à mente, ter consciência do que é a temperatura. Podemos
afirmar que para a mente humana, tudo é percebido e acontece desta forma.
Vamos deixar aqui um desafio para
reflexão, caso concorde com esta linha de entendimento hermético. Não haverá
tantos eventos, fenómenos e condições no Universo que estando presentes, pelo
simples fato de termos uma limitação na condição mental, devido à
tridimensionalidade em que se manifesta a cons-ciência, apenas temos perceção
de uma parte do que é toda a existência, gerando aquilo que é para nós a
realidade? Mas é nossa realidade possivelmente bem diferente da realidade para
uma consciência que esteja fora dos limites que este fenómeno da
tridimensionalidade impõe.
Resumindo, temos então que aquilo
que é a mente, no estado físico representado pelo sistema que gera a perceção
da existência (sistema cerebral-mental), apresenta duas características que,
por si, nos tornam reféns da maneira como vivemos e vemos a existência e como
surge a realidade. Apenas conseguimos perceber e ter presente um único evento
de cada vez e só temos perceção dos eventos que se polarizam/desdobram e se
apresentam tridimensionalmente no espaço-tempo.
Isto não significa que as
limitações da mente ou se preferirmos, o estado mais denso em que se manifesta
a mente, como sistema sutil de consciencialização do espírito, fiquem somente
por aqui. Ainda dentro dos aspetos mais relevantes a ter em conta como
principais mecanismos de limitação da mente, devemos ter como referência o que comummente
se compreende por ego. Este não é influenciado, nem influencia, diretamente as
duas primeiras, mas é fundamental na forma como olhamos o mundo, principalmente
na forma como nos vemos e vivemos nele.
Até aqui abordamos ligeiramente o
tema da mente e unicamente, na perspetiva em que as suas limitações influenciam
a forma como a consciência se manifesta. Estas condições, são inerentes ao
atual estado físico em que ela se projeta, ou se preferirem, são condições
associáveis ao estado físico (três dimensões do espaço-tempo) em que existimos,
significando que estas duas condições são iguais e permanentes para (quase) todos
os seres, enquanto estivermos e vivermos na tridimensionalidade. Existe no
entanto um outro conjunto de condições limitantes para o sistema cérebro-mental
que tendo na base princípios idênticos para o seu funcionamento para todos os
seres, difere na forma como se apresenta e esta diferenciação, afeta a forma
como percebemos a realidade. Estamos a falar do que a humanidade entende por ego.
Embora o ego influencie a forma
como o ser depende da mente e esta se manifesta, por si, ele não é uma
característica fisiológico, nem da mente, apenas induz o modo em que nos
manifestamos, enquanto diferentes seres, pois é este que diferencia a modo como
avaliamos a tal realidade. Por si só, o ego, é o fenómeno que origina as
diferenças percetivas entre os seres humanos. Enquanto as duas primeiras
características que aqui apresentamos, representam os mecanismos que geram o
limite a partir do qual a mente funciona, significando isso que todos estamos
condicionados a elas de forma idêntica, já o ego, representa no seu todo, o
sistema que gera a individualidade, a diferença ou o prisma em que cada um vê /
percebe a realidade.
Enquanto as duas primeiras são
constituídas como condições inerentes aos planos da existência tridimensional,
o ego surge como condição suscitável de diferenciação entre os seres, assim
como passível de maior ou menor eliminação por cada um. Embora o ego não seja
propriamente a mente ou parte dela, ele cria todo o conjunto de condicionantes
para que a mente se apresente no seu estado mais ciente e daí se possa originar
uma visão mais ou menos clara.
Para entender melhor o ego vou
mostrar uma imagem análoga ao exemplo que estou a usar, por forma a auxiliar a
compreensão. Imagine que aquilo que consideramos ego é uma caixa, onde nós
estamos dentro. Essa caixa está totalmente vazia, estando unicamente preenchida
por cada ser, individualmente e em cada caixa. Todos os seres humanos em estado
encarnado, estão dentro da sua própria caixa. Ela, tendo seis lados, esses
lados são completamente opacos e a caixa completamente estanque. Em todas as
caixas (egos), apenas existem seis pequenos orifícios que permitem perceber o
exterior – cinco destes, representam os sentidos físicos (audição, visão,
olfato, tato e paladar), o sexto sentido representa aquilo que designamos por
intuição.
A matéria pela qual é constituída
a caixa, é igual para todas as caixas e aqui poderemos fazer a analogia destas
com as duas condições limitantes que descrevemos anteriormente, concretamente;
forma analógica em que a mente funciona e a sua limitação face à
simultaneidade. Os orifícios estão cobertos por ligeiras camadas, translucidas.
A matéria de que são constituídas estas camadas que cobrem os orifícios, são
feitas de um conjunto de ingredientes (códigos sociais, regras, ética,
conceitos, leis do homem, costumes, etc.), nem todas as camadas destes
orifícios, das várias caixas, têm os mesmos ingredientes, nas mesmas
quantidades e proporções, por isso a densidade por que esses orifícios, nas
caixas, são constituídas (conjuntos dos códigos), determinam a sua translucidez,
posicionamento e formato dos seis orifícios (seis sentidos). Assim após estar
completamente constituído a caixa de cada um, é a densidade com que as camadas
que cobrem os orifícios dessa caixa foram constituídas que determina a perceção
do mundo exterior, da realidade percebida, que cada um irá ter.
Já em adultos, quando a nossa
caixa está completamente constituída, é possível melhorar a perceção que temos
do mundo exterior, para isso, precisamos trabalhar a formatação dos códigos que
constituem a matéria que forma a menor translucidez dos orifícios da nossa
caixa e só isso permite que possamos alterar a visão para o exterior.
Aqui também é importante perceber
bem o que é intuição e perceção, visto, serem dois mecanismos fundamentais no
funcionamento da mente. Perceção, na imagem do exemplo da caixa, é todo o
conjunto de sensações que conseguimos obter do mundo exterior a partir da
totalidade dos seis orifícios. Já intuição, é unicamente o que resulta da
perceção do sexto orifício, ou seja, é em si um sentido.
Enquanto os cinco restantes têm
um carater mais denso, pois captam as condições que se encontram em vibrações
mais densas (físicas), o sentido intuição, capta os níveis mais sublimes das
cinco primeiras, os estados vibracionais mais elevados dos cinco sentidos. Mas
a intuição, enquanto sentido sutil, é também o instrumento de comunicação entre
os vários estados em que a mente se manifesta. Poderemos afirmar que intuição
está para o espirito, no seu estado mais puro, como o pensamento está para o
estado denso do sistema cérebro-mental, quanto à cons-ciência.
Vamos entender melhor a última
afirmação. A mente, como já referi anteriormente, é algo que está para além do
que percebemos como sistema cerebral. Este último, é apenas uma expressão da
própria mente, ou seja, a materialização da mente no estado Malkut da árvore da
vida da cabala (o universo percebido/físico). Assim a mente, existe em várias
dimensões ou planos vibracionais, estes estados em que ela se
projeta/apresenta, representam o que entendemos por estados de cons-ciência.
Assim temos que a mente em si, existe em vários estados de manifestação, desde
o estado que conhecemos enquanto seres encarnados, sistema cérebro-mental
(tridimensionalidade), até ao mais elevado estado em que ela se apresenta
plenamente liberta, como CONSCIÊNCIA CÓSMICA.
Quando se fala em Consciência
Cósmica, no hermetismo, referimo-nos à MENTE CÓSMICA, se preferirmos - a UNIÃO
de todas as MENTES, de tudo o que existe manifestado e tudo o que existe In-manifesto.
Entre o estado de consciência a que estamos condicionados enquanto seres
encarnados e este estado plano a que designamos CONSCIÊNCIA / MENTE CÓSMICA,
existem vários estados em que a mente se apresenta. O canal de comunicação que
liga os vários estados em que a mente se manifesta, designa-se por intuição ou
movimento mais sutil da cons-ciência.
No exemplo do computador, podemos
identificar o estado de manifestação da mente mais baixo, como tudo o que
resulta da capacidade de gerar informação unicamente pela informação /dados
existentes dentro do computador e o estado elevado em que a mente se manifesta,
a própria internet em si e tudo o que ela contem. Sendo aquilo que mantem a
ligação do computador à internet, individualmente – o software navegador (browser),
representa a intuição individualizada e coletivamente as linguagens de
protocolos de comunicação de internet (TCP/IP, FTP,
HTTP, etc.), representando a linguagem em que se organiza a
informação na MENTE CÓSMICA.
Assim podemos começar a entender
o porquê do hermetismo afirmar que a mente é um sistema que está muito para
além do sentido que lhe damos quando nos referimos a ela como o instrumento
físico-neurológico que é o sistema cerebral, pois na verdade aquilo que a
humanidade entende por mente, é a sua expressão de manifestação mais densa,
mais desdobrada/descontinuada. Então aquilo que confundimos com a mente, é na
verdade, apenas, uma das suas formas de manifestação, a mais densa.
O hermetismo ensina que tudo o
que se manifesta, aquilo que entendemos por existência, onde se inclui o que
compreendemos como mente, existe manifestado em vários níveis de vibração ou se
preferir, em vários níveis de desdobramento, concretamente – sete. Assim tudo o
que está manifestado, existe em vários outras condições, unicamente, apenas
temos perceção da sua existência, do seu nível sétuplo mais denso.
Tudo no Universo CREADO é
sétuplo, absolutamente tudo. No plano físico, vejam as cores em que o branco se
desdobra, são sete, aquelas que estão presentes na forma básica na natureza e
visíveis ao olho humano no fenómeno que é o arco-íris. As notas musicais, são
sete.
Os números são sete, agora
afirmará, não, os números são uma sequência de dez (0,1,2,3,4,5,6,7,8 e 9) e
repetido ao décimo primeiro número. Não, não é verdade. Os números manifestos,
no estudo esotérico das suas características, são apenas sete, isto porque os
três primeiros (1,2 e 3), são na verdade apenas um único. A Numerologia
Pitagórica estuda um lado dos números que representam as características
esotéricas que eles revelam.
Não iremos aqui aprofundar muito
sobre o assunto, mas ainda assim, lembra-se da analogia simbólica que
apresentei para revelar anteriormente a incapacidade da mente perceber parte da
existência? Quando refletimos com base no exemplo que representa a polarização
ou descontinuidade, através da representação do estado 1 (30 graus
centígrados), do estado 2 (25 graus centígrados) e do estado 3, em que a
consciencialização da mente, só aqui, perceciona, por comparação entre os dois
primeiros estados, naquilo que passa a ter como sensação térmica ou
temperatura.
Então, o significado esotérico,
no estudo da característica e qualidade esotéricas dos números, indica-nos,
nessa conclusão, que em rigor, para a mente humana e assim para o que temos como
existência (realidade percebida), porque não temos como perceber as duas
primeiras condições (1 e 2), apenas devemos contar a partir do número 3. Assim
sob a leitura das ciências esotéricas, só existem qualidade relativas a sete
números manifestáveis – 3, 4, 5, 6, 7, 8 e 9.
Agora perguntará – Então e o
zero? Se o 1 corresponde ao estado mais sublime de tudo o que é manifesto, mas
tão sublime que a mente humana não consegue tem perceção dessa condição, o zero
representa a condição INEFÁVEL da CREAÇÃO. Aquilo que os cientistas ortodoxos
afirmam haver no NADA, referindo-se estes somente ao plano da matéria, ou o que
a física quântica diz ser o CAMPO QUÂNTICO. Para o hermetismo é isso mesmo,
designa desde há séculos por NADA / Transcendente, o ZERO da numerologia
Pitagórica, o RA Egípcio.
A aparente complexidade do que
entendemos ser a forma como se organiza o Universo, é apenas isso,
desdobramentos sétuplos. Tudo o que é de origem da manifestação, deriva de
desdobramentos sétuplos. Assim o primeiro estado dos planos da manifestação têm
uma matriz bem simples, a diversidade só ocorre porque essa primeira matriz
sétupla se desdobra, cada uma múltipla de mais sete e assim sucessivamente,
gerando infinitos desdobramentos de uma única condição na origem. Com a MENTE
CÓSMICA, acontece isso também, terminando no que temos como sistemas
cérebro-mentais, aquilo que entendemos pelas nossas mentes.
Tudo é sétuplo, os números
manifestos são sete e tudo o que se manifesta, apresenta-se descontinuado numa
imensidão de desdobramentos sétuplos. Todas as condições Universais,
absolutamente todas, se podem reduzir à condição única mais sutil. A mente
também, ou melhor, a forma como ela se apresenta.
Voltando à questão de – “…em que
tempo (passado ou presente) vivemos a realidade?”. A resposta à forma como, e o
porque só percebemos a realidade no passado, está na capacidade de perceber os
processos que limitam o conjunto que, é todo o fenómeno de nos darmos conta, de
termos consciência de sermos e existirmos nesta realidade – a mente, enquanto
sistema que reúne o lado físico (cérebro) à consciência pura (espirito) e às
condições em que ela se apresenta.
Essas condições, referem-se às
leis do universo e à forma como essas leis condicionam as características do
plano físico que conhecemos por tridimensionalidade espacial, assim como ao que
resulta da tridimensionalidade temporal. São os efeitos destas condições que
designamos por, condição analógica do sistema cérebro-mental e a
não-simultaneidade, que reunidas, representam uma barreira à mente, levando a
que ela se apresente limitada.
Os fenómenos que condicionam a
perceção do tempo, na problemática que a física quântica refere, na afirmação -
“…o ser humano não consegue, de forma consciente, percecionar a realidade no momento
presente”, estão diretamente relacionados com os efeitos que a condição de tridimensionalidade
provoca na consciência. Sem perceber com maior profundidade o que gera a tridimensionalidade,
em que outras dimensões a consciência se pode manifestar e como essas condições
afetam o que temos como existir, como percebemos a realidade, ou seja, como se
manifesta a consciência individualizada, nunca perceberemos o porquê da ilusão
do tempo (passado, presente e futuro).
Porquê a referência a conceitos
de outras dimensões que não correspondem a esta em que a matéria e realidade
que conhecemos se processam?
Porque para perceber como se gera
aquilo que percecionamos como realidade coletiva, precisa de iniciar-se na capacidade
de perceber como se origina a ilusão de tempo cronológico. Este deve ser
percebido, não só, à luz da tridimensionalidade, como também da quarta e quinta
dimensão. Pois o comportamento do tempo-espaço é peça fundamental para a
materialização de como se gera como consciência da realidade comum e este
comportamento tempo-espacial é diferente, quando exposto a diferentes dimensões.
Se o tempo-espaço tem comportamentos diferentes quando exposto a dimensões
diferentes e se as leis da terceira dimensão são influenciadas e influenciam as
restantes, então é fundamental perceber como essa interação ocorre.
Na tridimensionalidade esse
comportamento, obedece a uma sequência em que os eventos são colocados no
espaço e tempo, obedecendo a movimentos nas três dimensões dos dois fatores,
concretamente;
O espaço aqui obedece à lei da
física do movimento – altura, largura e cumprimento ou seja, movimento lateral,
cima/baixo, frente/traz. Já o tempo, comporta-se nesta dimensão obedecendo aos
eixos do movimento – passado, presente e futuro. Sendo ambos dependentes um do
outro, significa isto dizer que todo o movimento, todos os eventos, ações,
ocorrências inerentes e interdependentes, ou seja, todo o conjunto de eventos e
ações que geram a existência, depende do tempo e este depende do espaço. Aqui o
movimento é feito preferencialmente por ângulos retos. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias
sobre as leis de 4ª e 5ª dimensão)
Na 4ª dimensão – o tempo apenas
obedece a uma sequência em que o movimento é feito no espaço-tempo em função da
consciência, aquilo que se mentaliza e não aquilo que se materializa. Aqui o
movimento é feito por ângulos curvos. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias sobre as leis de
4ª e 5ª dimensão)
Na 5ª dimensão – O tempo-espaço é
algo moldável, onde aquilo que entendemos como passado, presente ou futuro,
parecem existir no mesmo espaço. Nesta dimensão o observador, a consciência,
não se move, mas sim é o espaço-tempo que se verga à consciência,
independentemente de este ser um aparente passado, presente ou futuro, todos
eles, independente da sua relatividade para a consciência de 3ª dimensão,
existem dentro do mesmo espaço. Aqui o movimento inexiste ou seja, existe de
forma não racional para o entendimento humano, pois todos os eventos se
realizam num só espaço-momento. Aqui o movimento não existe para a consciência,
mas sim, de forma paradigmática ao entendimento humano, a condição de movimento,
aqui, é uma característica inerente à própria inexistência de espaço. *(ver desenvolvimento do tema, nas monografias
sobre as leis de 4ª e 5ª dimensão) Ex: filme Interestelar
**Ângulos curvos = evento mental não condicionado ao espaço. Ângulos
retos = evento mental condicionado ao tempo-espaço
Sem comentários:
Enviar um comentário