quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Movimentos no tempo e no espaço.




Sob o ponto de vista das ciências esotéricas, o movimento é uma condição fundamental para que o tempo e o espaço existam, consequentemente para a existência do ser neste plano físico. Quando pensamos em movimento, vem de imediato à nossa mente a acção que pressupõe ir no espaço de um ponto a outro neste mundo tridimensional e neste caso o ser entende unicamente o movimento como a acção necessária que leva algo de um ponto a outro no espaço e no plano tridimensional. Este raciocínio é correcto quanto à parte do significado de movimento enquanto condição da existência deste plano, mas para que este plano exista, para que o mundo que conhecemos exista, outra condição para alem do espaço, tem que existir e essa é o tempo.
Este ultimo, o ser entende-o sob a forma cronológica, em que o que designamos como ponto de referencia é o ponto em que estamos cientes e que designamos de presente. A partir daí para estruturar de forma a garantir à nossa mente analógica uma lógica, é necessário criar referencias para antes e depois desse ponto presente, assim surge o processo cronológico. Para a mente do ser, este processo, funciona por comparação embora que de forma involuntária, tudo o que não está no presente, mas que se torna ciente para o ser é passado e isto faz-se por analogia de forma inconsciente e involuntária. Tudo o que para o ser e para a sua mente não é susceptível de ser comparado por não ter havido até ai um ponto de referencia anterior é decidido, aqui também de forma inconsciente e involuntária, pela mente, como futuro. Aqui se perceber para quem queira reflectir sobre o assunto, o facto de ser comum julgar que o que pensamos ser o futuro, não ser possível conhecer antes de se tornar presente. 
Estas interpretações erradas surgem pelo desconhecimento de como o tempo funciona na verdade e de como ele é visto ilusoriamente pela mente do ser. Parte do erro face ao seu entendimento surge logo pelo facto do ser achar que o tempo tem movimento, ou seja, pensa-se de forma errada que é o tempo de se movimenta, assim sendo para o ser, o tempo passa por nós. Na verdade não é assim, pois somos nós que nos deslocamos no tempo, através da nossa consciência, afloramo-la, ganhamos ciência num determinado ponto do tempo e fazendo isto sucessivas vezes de forma inconsciente, criamos ilusoriamente a crença que nos leva a sentir que o tempo de move, sendo na verdade a nossa consciência que se move no tempo, pois este é estático, quer quanto ao movimento, quer quanto à dimensionalidade dos seus eventos.
Para dar um exemplo de forma a perceber este movimento. Imagine-se o tempo como uma película | fita de um filme, cada fotograma dessa película | fita são um ponto a que quando estamos dentro dele designamos de presente, todos os fotogramas que já vivenciamos independente de estarem do lado esquerdo ou direito desse que designamos por presente, são os que consideramos passado, pois já os temos como referencia na nossa memoria e todos os que ainda não visitamos, mas que estão lá, são o que consideramos futuro porque sabemos que existem, mas não temos conhecimento do que contêm, nem das suas possibilidades.
Desta imagem que damos como exemplo, facilmente percebemos que é a nossa consciência, através do afloramento da nossa percepção num determinado ponto da fita | película que se move e não a película | fita em si. Mas também para alem de ficar claro que o tempo em si é estático, fica claro também que ele existe em simultâneo e nele estão plasmados todos os acontecimentos do que julgamos ser o passado, presente e futuro. Unicamente devido ao estado perceptivo do ser na actual condição não tendo o dom da simultaneidade, não consegue estar presente em todos os pontos dos eventos presentes no tempo, daí a sua  necessidade de movimentar a sua consciência de ponto em ponto, ficando a ilusão de que existem o passado, presente e futuro, assim como também a ilusão que é o tempo que se move, passando por nós. Quando na verdade o tempo é só um, estático e contem todos os eventos possíveis do mundo Imanente que ocorrem em simultâneo e permanentemente.

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