Sob
o ponto de vista das ciências esotéricas, o movimento é uma condição
fundamental para que o tempo e o espaço existam, consequentemente para a
existência do ser neste plano físico. Quando pensamos em movimento, vem de imediato
à nossa mente a acção que pressupõe ir no espaço de um ponto a outro neste
mundo tridimensional e neste caso o ser entende unicamente o movimento como a
acção necessária que leva algo de um ponto a outro no espaço e no plano
tridimensional. Este raciocínio é correcto quanto à parte do significado de
movimento enquanto condição da existência deste plano, mas para que este plano
exista, para que o mundo que conhecemos exista, outra condição para alem do
espaço, tem que existir e essa é o tempo.
Este
ultimo, o ser entende-o sob a forma cronológica, em que o que designamos como
ponto de referencia é o ponto em que estamos cientes e que designamos de
presente. A partir daí para estruturar de forma a garantir à nossa mente
analógica uma lógica, é necessário criar referencias para antes e depois desse
ponto presente, assim surge o processo cronológico. Para a mente do ser, este
processo, funciona por comparação embora que de forma involuntária, tudo o que
não está no presente, mas que se torna ciente para o ser é passado e isto
faz-se por analogia de forma inconsciente e involuntária. Tudo o que para o ser
e para a sua mente não é susceptível de ser comparado por não ter havido até ai
um ponto de referencia anterior é decidido, aqui também de forma inconsciente e
involuntária, pela mente, como futuro. Aqui se perceber para quem queira
reflectir sobre o assunto, o facto de ser comum julgar que o que pensamos ser o
futuro, não ser possível conhecer antes de se tornar presente.
Estas
interpretações erradas surgem pelo desconhecimento de como o tempo funciona na
verdade e de como ele é visto ilusoriamente pela mente do ser. Parte do erro
face ao seu entendimento surge logo pelo facto do ser achar que o tempo tem movimento,
ou seja, pensa-se de forma errada que é o tempo de se movimenta, assim sendo
para o ser, o tempo passa por nós. Na verdade não é assim, pois somos nós que
nos deslocamos no tempo, através da nossa consciência, afloramo-la, ganhamos
ciência num determinado ponto do tempo e fazendo isto sucessivas vezes de forma
inconsciente, criamos ilusoriamente a crença que nos leva a sentir que o tempo
de move, sendo na verdade a nossa consciência que se move no tempo, pois este é
estático, quer quanto ao movimento, quer quanto à dimensionalidade dos seus
eventos.
Para
dar um exemplo de forma a perceber este movimento. Imagine-se o tempo como uma
película | fita de um filme, cada fotograma dessa película | fita são um ponto
a que quando estamos dentro dele designamos de presente, todos os fotogramas que
já vivenciamos independente de estarem do lado esquerdo ou direito desse que
designamos por presente, são os que consideramos passado, pois já os temos como
referencia na nossa memoria e todos os que ainda não visitamos, mas que estão
lá, são o que consideramos futuro porque sabemos que existem, mas não temos
conhecimento do que contêm, nem das suas possibilidades.
Desta
imagem que damos como exemplo, facilmente percebemos que é a nossa consciência,
através do afloramento da nossa percepção num determinado ponto da fita |
película que se move e não a película | fita em si. Mas também para alem de ficar
claro que o tempo em si é estático, fica claro também que ele existe em simultâneo
e nele estão plasmados todos os acontecimentos do que julgamos ser o passado,
presente e futuro. Unicamente devido ao estado perceptivo do ser na actual
condição não tendo o dom da simultaneidade, não consegue estar presente em
todos os pontos dos eventos presentes no tempo, daí a sua necessidade de movimentar a sua consciência
de ponto em ponto, ficando a ilusão de que existem o passado, presente e futuro, assim como também a ilusão que é o tempo que se move, passando por nós. Quando na verdade o tempo
é só um, estático e contem todos os eventos possíveis do mundo Imanente que
ocorrem em simultâneo e permanentemente.
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