sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Mudamos o mundo, cada vez que mudamos um pouco de nós.

Se queremos um mundo melhor, porque não começamos por sermos parte dessa mudança. De forma egoísta e comodista, questionamos constantemente o mundo e os seus males. Vemos na TV os flagelos que vão pelo mundo e sentimos pena, pena das crianças que morrem de fome, dos corpos atrocidados pelas guerras, das injustiças sociais, da falta de solidariedade que leva às desigualdades, mas sempre que o fazemos, estamos bem cómodos na nossa sala, sentados e bem alimentados, num sofrimento descartável e momentâneo que nos leva a manter naquele instante a ilusão de que nada podemos fazer para mudar as coisas, para mudar o mundo.

É bem mais fácil, dizer para nós mesmos;” …sou demasiado insignificante para que os meus actos influenciem e operem mudanças nos problemas que o mundo tem…”, mas sentimos pena, quando vemos esses flagelos. Ao contrário, já quando o problema é connosco, nunca somos demasiado insignificantes para, pelo menos, tentar resolve-lo, mesmo que não o consiga-mos fazer, não descansamos até que algo mude. Isto demonstra bem até que ponto a nossa atitude, face ao que o ser humano entende pelos problemas dos outros e os seus problemas, é diferente e até que ponto, embora aparentemente soframos com os outros, na verdade, não nos importamos.

Para todos, é bem claro que para resolvermos os nossos problemas, precisamos de soluções e essas soluções só podem partir de nós, então se somos fundamentais para a resolução de problemas à nossa escala, porque não seremos, no mínimo, importantes, na resolução dos problemas do mundo, quando desse mesmo mundo também fazemos parte?

Se os problemas do mundo, tem origem na diversidade e multiplicidade que caracteriza a raça humana, a sua resolução terá que passar obrigatoriamente pela nossa unicidade, pois esta também está presente em todos nós. Individualmente julgamos ser necessário grandes feitos para que sejam passíveis de operar mudanças significativas no mundo, esquecendo que também a imensidade do oceano é composta por cada gota que dele fazem parte e é a qualidade e características de cada gota que no seu conjunto formam um oceano. Se numa zona do mesmo oceano, um conjunto de gotas mantiver dentro de si altos níveis de poluição, nessa zona a vida oceânica deixará de se fazer sentir , todos os seres se afastarão dessas gotas, pois elas não permitem a vida. No seu todo a vida não deixa de existir, simplesmente se translada para outras zonas do oceano, zonas onde os seus conjuntos de gotas permanecem limpas.

Ao ser humano também cabe um papel bastante mais simples do que aparentemente ele pensa ter que desempenhar na mudança do mundo. Basta que cada um, por si, entenda que o ser humano faz parte um enorme sistema Cósmico e que dele nada nem ninguém se podem separar. Assim o mundo, o nosso mundo é aquilo que cada um de nós consegue ser, ele representa pois a soma complexa do que cada ser é, então é fácil entender que para mudar o mundo, devemos primeiro começar por mudar cada um de nós e ai o mundo começará a mudar também.

Ao ser humano só se pedem duas coisas para que essa transformação se dê – mudar a si próprio e apontar o caminho aos que ainda não perceberam como se muda o mundo. Nestas duas acções, em que nenhum ser pode dizer que não dependem só de si, está o segredo da verdadeira alquimia espiritual. Basta dizer, praticar e divulgar todos os dias a frase: “Mudamos o mundo, cada vez que mudamos um pouco de nós”.

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