sexta-feira, 3 de maio de 2013

Consciência e Energia


A humanidade em geral, pensa que para percebermos o Universo, Deus e a si própria, deverá começar, cada um, por se conhecer a si próprio. Eu já pensei assim, até ao dia em que percebi o paradoxo. Existe uma expressão que define bem aquilo que pode ser a imagem correta e transversal aos vários entendimentos, tanto o religioso, como o cientifico ortodoxo, ou o esotérico – “Somos feitos à imagem de Deus” ou também nas ciências isotéricas, neste caso o Hermetismo – “O que está em cima é como o que está em baixo”, ou ainda como nas ciências ortodoxas – “Através do estudo e observação do nível micro, podemos entender os níveis quântico e macro”.
Estas são todas expressões corretas que na verdade afirmam a mesma coisa, trazendo uma única verdade. A diferença, está unicamente na forma como percebemos, ou seja, do nível de entendimento que temos e da linguagem que usamos para expressarmos esse nível de perceção.
Para aprender como se pode ter entendimento correto sobre a existência, devemos pois refazer a ideia que primeiro precisamos conhecer-nos a nós, para só depois perceber o Universo e o seu Creador. É fundamental entender determinados fenómenos, independentemente deles estarem aparentemente relacionados com o Creador, com o Universo manifesto/Imanifesto ou com o próprio Homem. Devemos ir tendo perceção do conjunto e não perceber primeiro o Homem, só depois o Universo e Deus. Vamos ver mais claramente todo o conjunto à medida de vamos tendo maior grau de perceção. Então para perceber melhor o instrumento que nos dá perceção da existência, a mente, também devemos perceber o Universo, Deus e a relação que a mente individual tem com ambos. 
Se até aqui demos alguns passos no sentido de obter maior entendimento do que é o sistema complexo que gera a sensação de existência enquanto seres individuais que somos, será necessário perceber os temas de maior relevância nessa manifestação que designamos – existência. Assim de uma forma simples afirmaríamos que para percebermos que existe um Universo, temos que existir e dar-nos conta isso. Já para que esse Universo e nós próprios existamos, algo ou alguém teve que CREAR ambos – o ser e o Universo.
Vamos usar com base, os conhecimentos Herméticos, para ilustrar e consciencializar o tema. Nos estudos e nas escolas Herméticas, todo o estudante, inicia pelo estudo dos Princípios Herméticos ou leis Universais. Muitas correntes esotéricas, distorcem estas leis quando descrevem como sendo as leis em si, quando na realidade o que elas descrevem, são na verdade desdobramentos delas, ou até, puros equívocos. Não nos esqueçamos do que já aqui afirmamos – tudo no Universo manifesto, está condicionado a desdobramentos sétuplos, assim, por vezes estamos a relacionar algo que está longe do que julgamos ser a origem porque é consequência de um ou sucessivos desdobramentos.
As leis Universais ou Princípios Herméticos, explicam toda a existência, toda a manifestação para quem os consegue perceber. O problema é que as interpretações e entendimento deles, são insuficientes ou até absolutamente incorretos e nisso resulta a inexistência de efeitos positivos para quem os estuda. Existe uma edição que descreve estas leis / Princípios Herméticos, escrito pelo que se pensa terem sido um alto estudante, com o pseudónimo de “três iniciados” – O Caibalion ou Kybalion.
Não vou aqui fazer descrições exotéricas sobre o entendimento e significado que todos apresentam sobre as Leis Universais ou Principios Herméticos, mas é importante perceber que a existencia do Universo tal como o conhecemos e mesmo os planos mais sutis que não conseguimos perceber, mas que existem, dependem dessas Leis. Se elas não se manifestassem, não haveria manisfestação alguma, nem da materia, nem da propria mente ou se preferirmos do proprio espírito.
Quando se fala em leis da fisica, por exemplo, já estamos a olhar para desdobramentos das se7e primeiras Leis ou Principios Herméticos. Enenderemos melhor isso no desenvolvimento destes temas. Muitos estudantes desconhecem, o fato de junto a estes se7e Principios Herméticos ou Leis Universais, existiram um conjunto de cinco condições complementares. Estas cinco condições, não sendo Leis em si, são a base para que essas Leis ou Principios se possam manisfestar.
A estas condições, algumas Ordens autenticas definem, a sua busca, descoberta e entendimento como o final do primeiro grau que o estudante deve atingir para se considerar apto a continuar para os niveis seguintes.  Por isso se designam de condições ocultas, visto estas terem que ser descobertas por cada estudante e não devem ser ensinadas diretamente, para que o entendimento pleno sobre elas surja pela profunda introspeção de cada estudante e não pela indicação, como acontece com os se7e Principios Herméticos.
Sem identificar e entender estas Condições Complementares aos Se7e Principios Herméticos, torna-se muito dificil ter pleno entendimento sobre o Universo, Deus e nós próprios. Interessaria pois, para entender plenamente o que aqui apresentarei, iniciar o estudo sobre esses Princípios e Condições Ocultas, para isso o Busca-dor (a) deverá procurar uma Ordem ou Escola autentica que os ensinem.
Importa entender que essas se7e Leis/Princípios e cin5o Condições Complementares, influenciam tudo, absolutamente tudo, o que está manifesto, quer o que conseguimos perceber como o que está em estado impercetível para nós, aqui entenda-se, para a mente no atual estado.  
A mente projeta-se desde o seu estado mais elevado, até ao seu estado mais denso. Seguindo a linha de entendimento Hermético que já descrevi aqui, também a mente desdobra-se em múltiplos sétuplos ou se preferirmos, vai baixando de vibração, desde o seu estado mais sutil, enquanto CONSCIÊNCIA CÓSMICA, até ao estado mais denso em que se apresenta como manifestação cérebro-mental. Na cabala estes dois extremos designam-se por Kether (o estado mais sutil) e Malkut (o estado em que a mente se apresenta como sistema cérebro-mental).
A estes estados, podemos definir, como estados de consciência, sendo Kether o estado pleno de Omnisciência, potencia, presença das religiões e Malkut o outro extremo, onde nos encontramos enquanto mentes encarnadas, num corpo físico, limitadas ao conjunto de condições que aqui tentaremos estudar.
Para entender a mente, desde o seu estado em Kether, será necessário perceber outros conceitos que regra geral são confundidos. Muitos ou quase todos nós, falamos em espírito e alma, mas terminamos por confundir absolutamente estes dois. A maioria, julga serem a mesma coisa e mesmo nessa conceção, nem compreendemos o que são um e outro, como são constituídos e como se apresentam.
A alma e espírito são coisas diferentes, enquando a alma é matéria (energia) num estado ou em vários estados de vibração mais sutis que o corpo físico, o espírito é CONSCIÊNCIA | MENTE. Mas para percebermos melhor esta afirmação vamos primeiro tentar entender a diferença entre as duas primeiras condições da existência, para isso usaremos o exemplo de Pitágoras que já aqui apresentei - condição 1, 2 e 3. Vejamos, no Universo, ou se preferirem, no Mundo Imanente (tudo o que está Creado, mesmo que na condição 1 Pitagórica, condição em que a mente não consegue perceber), apenas existem duas essências manifestadas – consciência e energia. O Hermetismo milenar, designa-os de RA e MA, as religiões chamam-nos de PAI e FILHO, Pitágoras de 1 e 2.
Na ciência exotérica poderemos generalizar, uniformizando, o que afirma a física de partículas e a quântica, traduzido nas afirmações de Albert Einstein e Peter Higgs – Albert Einstein, disse: “No Universo, tudo é energia…” e Higgs, completaria:  “…mas para a materialização dessa matéria/energia, algo ou algum querer, teve que se fazer presente…”. No caso de Higgs, a partícula de deus, ou ainda como afirmam as teorias quânticas – “…para algo existir como tal, tem que se fazer presente o observador”, aqui observador, como nos exemplos anteriores, significa algo ou alguém cons-ciente.
Na verdade tanto RA na definição do Hermetismo, PAI na definição da religião, 1 na definição Pitagórica, Higgs na partícula de deus e a física quântica no termo “observador”, referem-se todos aos mesmo – Um estado de consciência | Mente que exerce o QUERER sobre o Vazio Quântico (Estado Imanifesto da Energia/Matéria), gerando a matéria/energia no estado manifesto. Temos pois, duas essências na matriz da CREAÇÃO – Consciência ou Mente e Energia ou matéria. Todas as expressões anteriores, tentam afirmar isso mesmo. Nestas duas únicas condições primordiais temos de um lado o espírito que é em essência a própria CONSCIÊNCIA | MENTE e no outro a energia nos seus vários estados vibratórios, onde se encontra tudo o que existe no Universo | Mundo Imanente, incluindo os vários corpos que serve o espírito – alma e corpo físico.
Assim podemos afirmar que a alma é na verdade o útero da consciência | mente | espírito, sendo ela (alma) um corpo etéreo, tem em si a característica da plasticidade que lhe permite alterar a sua vibração à medida que o espírito | mente | consciência precisa de descer no nível vibratório, servindo assim de corpo primordial que acompanha o espírito desde a sua individualização até à fase de encarnação, onde a própria alma interpenetra o corpo físico, contento dentro de si a Mente | Espírito | Consciência. Desde logo podemos entender que sendo a alma algo bastante sutil, ela não é na verdade o espírito, mas sim um corpo que o protege desde a sua individualização | separação da MENTE do TODO | do tal estado UM.
Então podemos pensar que apenas existem duas condições matriciais que originam tudo o que existe – a Consciência | Mente | RA | 1 e a Energia | Matéria | MA | 2, a partir delas tudo se desdobra em múltiplos sétuplos, sendo esses desdobramentos que criam a enorme diversidade e a aparente diferenciação entre tudo o que existe. Também se pode designar esses desdobramentos por descidas dos níveis vibracionais em vários graus, também estes em escalas múltiplas e sétuplas.
Então a mente é na verdade o próprio espírito, é isso que afirmo, sendo a alma, um corpo mais etéreo que acompanha o espírito desde o primeiro momento, quando ele se separou do TODO | da CONSCIÊNCIA UNA. Assim ao falar em mente, agora poderemos começar a entender porque afirma o Hermetismo que tudo é MENTE, pois sem que exista quem exerça o estado de consciência, numa poderá existir nada manifesto, assim como afirmam Higgs, a física quântica ou Einstein – “Sem observador, não existe nada para ser observado, portanto, não se realiza a existência”. Confuso?! Vamos trabalhar com base num exemplo.
Lembra-se do que existia antes de ter consciência de existir como ser?! Então, agora poderia pensar – “Mas o Universo era uma realidade para os outros que tinha consciência de existirem ”. Eu respondo – Talvez. Mas então imagine que não havia ninguém, capaz de se dar conta de existir. Neste caso o que existiria como mundo Creado, como Universo?! Nada, pois não haveria nenhum tipo de consciência para se dar conta dessa existência | Universo. Como afirma a física quântica – Não havendo observador, não se faz presente a coisa Creada | a matéria | a energia. Na verdade isto não é um paradoxo, mas sim, algo mal-entendido até hoje pela humanidade.
Deixo aqui um desafio em jeito de reflexão, agora imagine tudo o que existe mas que a mente humana, por limite seu, não consegue perceber como existindo, poderíamos imaginar então que se não conseguimos observar, na verdade é porque não existe, pelo menos para nós, mas pode existir em potencial. Ai está o NADA Hermético, o VAZIO Quântico, onde tudo pré-existe em potencial, apenas se faz necessário a mente capaz de o conseguir observar ou se preferirem, de o conseguir materializar/realizar enquanto matéria/energia consciencializável.
Vamos mais longe ainda, toda a existência para si é apenas tudo o que os seus sentidos já conseguiram vivenciar e registar, certo?! Então pense no passado, quando não havia o acesso à informação sobre o mundo/o planeta terra, sobre a sua geografia, povos, climas etc. Ou imagine uma tribo que viva isolada do mundo na atualidade, num estado de informação como a que o ser humano vivia nessa idade pré-histórica. O que seria, para esses seres, a existência | o Universo? Agora imagine que existem seres ou raças tão evoluídas tecnologicamente e/ou espiritualmente (aqui significando ao nível mais esotérico da mente), que para esses seres, os limites de consciencialização, os limites do que para eles é o Universo estará para alem do que é para nós possível imaginar.
Na verdade poderemos afirmar que o Universo é constituído de possibilidades infinitas e que o único LIMITE a ele atribuído, está na nossa capacidade de o observar.

In: A arte da libertação – Hermetismo para todos.
PARTE II – Os se7e dias da Creação. Capitulo III – 1º dia – Consciência e Energia

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