sábado, 2 de julho de 2011

A percepção, o seu limite e movimentos.

De forma errada, nos estudos e reflexões Herméticas, sobre o tema da percepção e o seu limite, chega-se a pensar que com o devido estudo e treino, os níveis que o ser humano poderia atingir são quase ilimitados. Enquanto ser encarnado, o nosso potencial de desenvolvimento da percepção está limitado e não é tão extraordinário como se quer fazer crer ao nível esotérico.

Por exemplo, nenhum ser encarnado é capaz de se deslocar até ao próximo plano espiritual superior, sem que se provoque o desligamento carnal ou seja, sem que se provoque a morte física e assim se dê a separação natural do espírito com o seu corpo físico. Só por si, isto demonstra bem o quão limitado é o nosso potencial perceptivo, devido às limitações do nosso actual estado.

Existem no entanto, um enorme conjunto de aptidões que os vários níveis perceptivos possibilitam ao ser encarnado, todos eles, sempre dentro do designado Mundo Imanente e dentro deste, não nos planos espirituais superiores. O facto é que a complexidade do Mundo Imanente e o seu desconhecimento, por muitos, leva a que quase sempre se confunda experiencias e percepções, levando a pensar que determinada experiencias foi tida junto de seres espirituais de outros planos ou que até, por muitos pensado e afirmado que contactaram directamente entes que já partiram deste mundo ou até mesmo com o PODER SUPERIOR - DEUS. Para que se crie tal confusão, basta que o ser menos experimentado, vivencie uma qualquer experiência mais fora do comum, levando-o a pensar ser esse o acontecimento mor que o plano Imanente pode proporcionar.

Um ser mais conhecedor, sabe, porque já experimentou, o que significa, vivenciar fenómenos de deslocação da percepção como: ver acontecimentos ditos futuros ou premonições, vivenciar outros planos ou experiencias em mundos paralelos ou vivenciar o futuro e o passado de um determinado fenómeno. Nada disto o leva a maravilhar-se ou a julgar-se extraordinário, pois ele sabe que o que ele faz é deslocar o seu nível de percepção dentro da única fonte de imensurável conhecimento que existe e que é comum a todo o Mundo Imanente, mesmo aos diferentes planos espirituais – a CONSCIÊNCIA.

Para tais deslocações, cada um desenvolve em particular, técnicas próprias que melhor resultam com os seus métodos e as suas necessidades. Muitos usam os sonhos como meio por excelência para vivenciar todos estes fenómenos. Eu em particular habituei-me a usar os sonhos somente como portal para acesso a outros mundos paralelos e ai vivenciar as experiencias desses mundos em que podemos aflorar o nosso nível perceptivo.

Sempre que pretendo atingir deslocações para planos fora da descontinuidade do espaço-tempo do mundo físico em que vivemos, faço-o utilizando a meditação em estado de vigília, por vezes potencializado pelo suporte dos cristais, contemplação ou através do método de despertar, a designada pré-vigília.

Todas as dúvidas, confusões e más interpretações feitas sobre os designados fenómenos paranormais, acontecem devido à falta de conhecimento dos próprios, pois a este nível não é possível a delegação a outrem da análise e interpretação de uma percepção, sensação, intuição, ou dos vários tipos de sonhos, isto ao nível esotérico. Qualquer descrição que se tente fazer, será sempre limitada e incapaz de reflectir a experiencia vivida, muito pior ainda, quando outro alguém, encarregue da interpretação o tentar fazer, adultera-a ainda mais, impossibilitando por completo qualquer possível aproximação de um reflexo, face ao vivenciado. Assim pois, o único e possível caminho para alguma compreensão, interpretação e desenvolvimento dos diversos níveis de percepção é o desenvolvimento do seu entendimento por meio do conhecimento e estudo das ciências Herméticas por forma a sermos cada vez mais capazes de lidar e adentrar com normalidade nos vários níveis espirituais que nos estão vedados porque nos afastamos deles quando nos tornamos seres físicos e enquanto tal, nos direccionamos para o plano material abandonando o equilíbrio natural que seria o caminho do meio – nem tanto só material, nem tanto só espiritual.

Se o pensamento é o instrumento da mente para aceder às memórias, o acesso à CONSCIÊNCIA deve ser feito através da intuição, pois esta ultima é o instrumento adequado para lhe aceder, embora que de forma muito limitada e até através de pequenos “flash´s”. O problema da maioria dos seres é não saberem “ouvir” a sua intuição e quando a ouvem não lhe dão credibilidade, pois esta não é controlável como o pensamento, então o ser, prefere irrelevar os afloramentos que a intuição nos proporciona em detrimento dos planos que o pensamento nos permite, levando ao engano e à falsa sensação que a intuição, não é mais que ligeiros crepúsculos desorganizados do pensamento e assim retirando-lhe qualquer importância ou credibilidade.

Nada mais errado, pois se o pensamento recolhe informação dentro do que por nós foi construído como base de memorias, obviamente quando efectuamos o acto de pensar, tudo nos parece lógico e organizado, pois esta base de dados foi construída segundo as nossas perspectivas, limitações e potenciais necessidades como ser individual. Enquanto a intuição acede a uma base de dados Cósmica – a CONSCIÊNCIA, pelas nossas enormes limitações e pela imensa complexidade desta, grande parte destes acessos a ela através da intuição, é para o ser ilógico, confuso, tenebroso, tornando-se por um motivo ou outro, incompreensível e não aceitável como algo real, ou pelo menos tão real como as experiencias que vivemos no dia-a-dia.

Na CONSCIÊNCIA, tudo está presente, tudo existe AGORA, passado, presente e futuro. Todos os fenómenos estão NELA, todos os fenómenos, todos os registos de todos os eventos. Deste plano físicos, dos seus paralelos, dos planos superiores e inferiores. Assim também se pode perceber que a única forma de aceder aos diferentes planos espirituais, o único meio de comunicação, o elo de ligação privilegiado entre planos, é de facto através do que NELA se encontra desses planos e também para os seres desses planos, é através DELA que comunicam preferencialmente com o nosso plano físico. Normalmente através dos sonhos, da intuição e muito raramente através de estados de vigília do ser encarnado.

Assim é mais fácil perceber fenómenos que para muitos parecem impossíveis e que grande parte do ser humano não acredita e até noutras situações alguns seres tentem fazer crer mais do que de facto esses fenómenos são. Até há quem diga que existem aqueles que nascem com dons, dão-se nomes de médiuns, sensitivos, espíritas, etc., e a estes atribulem-se e auto-atribuem-se capacidades que na maior parte nada mais são do que fraudes, pois normalmente quem tem essas aptidões não as divulga publicamente e muito menos faz delas meio para obtenção de dividendos. Todas estas aptidões, com maior ou menos dificuldade, podem ser desenvolvidas em todos o seres humanos, para isso, haja crer, esforço e dedicação.

O Hermetismo é a forma, por excelência, para aprender, compreender e experimentar este conjunto de aptidões que estão latentes em todo o ser. Os Princípios Herméticos, são a essência para a sua compreensão e domínio. O ser que conheça, entenda e domine os Princípios Herméticos, certamente estará habilitado na ciência do domínio da percepção e do que ela permite até ao seu limite, ao ser encarnado. As competências e conhecimentos que o Hermetismo desenvolver no ser, são pedras preciosas na hora de compreender, flash´s, sinais, símbolos e todo tipo de imagens, através das quais a nossa intuição nos traz a informação plasmada na CONSCIÊNCIA. Sem essa panóplia de conhecimentos, grande parte da informação apercebida pela intuição, não terá qualquer relevância, pois o ser não terá ciência dela e assim ela aparece como simples imagens e símbolos sem qualquer significado. Dai que normalmente para o ser comum, os sonhos são, grande parte das vezes, estranhos e incompreensíveis. Logicamente, pois ele não tem os instrumentos adequados – o conhecimento transmitido pelas ciências esotéricas, para poder filtrar essa informação e transforma-las em mensagens concretas e com significado bem real.

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