Segundo a Kabala ou o autêntico conhecimento esotérico do Gnosticismo,
existem tantos planos (mundos) inferiores, quantos mundos superiores. Olhando
para a representação esquemática que está expressa na Arvore da Vida da
hierarquia humana, poderíamos imaginar a Arvore da Vida dos planos inferiores,
como sendo a imagem que um espelho refletiria na Arvore Original. Onde todas as
condições existem, de certa forma, inversa.
Na verdade é essa a melhor imagem que se pode ter, em linguagem humana,
do que é e representam os palácios da impureza ou mundos inferiores (mundos
Kellipoticos) que os cabalistas, alquimistas, magos e altos iniciados das
escolas de mistérios afirmam existir.
Considerando que o nosso Malkut representaria para outros seres, noutros
níveis de evolução, o seu plano (mundo) Kether, significando que todas as
qualidades que consideramos buscar no nosso Kether, seriam as mesmas que esses
outros seres procurariam atingir ao alcançar, aquilo que representa as
qualidades intrínsecas e presentes no nosso Malkut.
Nesta ultima afirmação, não pretendemos dizer que esses seres, procuram
vir a estabelecer-se neste mundo tridimensional, mas sim que eles procuram encontrar-se
nesse mesmo estado de consciência em que se encontram os seres que habitam a
tridimensionalidade, e assim beneficiar das suas qualidades.
Na verdade um ser que evolui numa Arvore da Vida que representa mundos
absolutamente opostos aos nossos, ele iniciar-se num mundo em que o
espaço-tempo quase não existe, mas por motivos opostos aos nossos, em que o
mesmo espaço-tempo quase não existe, no nosso KETHER.
Enquanto no nosso KETHER o ser-espirito, ao atingi-lo, se expande de tal
forma que sua consciência ocupa todo o espaço e por isso está em todo o tempo
possível, representado isto a real sensação descrita no termo OMNIPRESENÇA. Já
os seres que evoluem nos planos Kellipoticos, iniciam-se no mundo da sua Arvore
da Vida, onde o movimento é algo também nulo, mas aqui, a não-existência de
espaço-tempo é pelos motivos opostos aos que representam a total libertação do
nosso KETHER, e aqui representam o total aprisionamento do ser que ai tem
existência.
Esse nível ou plano, é algo tão indescritível, que a mente humana é
incapaz de perceber o horror que representaria tal nível de aprisionamento,
onde a consciência existe, mas tudo está eternamente parado, suspenso e sem
qualquer possibilidade de movimento. Os próprios pensamentos e movimentos da
consciência são, algo quase impossível de existir, qualquer ação é
horrivelmente difícil de se realizar.
Lembre-se que neste mundo o tempo-espaço quase não existe, mas pelos
motivos opostos em que o mesmo tempo-espaço não existe em KETHER. Enquanto aqui
o movimento quase não existe por inexistir o movimento, em KETHER, o movimento
é algo transcendente para a mente humana, pelo fato do ser-espirito, existir em
todo o espaço e dai resultar a simultaneidade de espaço-tempo-movimento
(OMNIPRESENÇA) do seu estado de consciência, por isso a liberdade total e
absoluta em oposição ao aprisionamento total e absoluto da condição desse mundo
primordial dos planos inferiores.
Quando um ser de 3ª dimensão (ser humano encarnado ou em corpo astral) entra
num destes mundos Kellipoticos, normalmente acede aos planos mais próximos do
nosso Malkut, e aqui este primeiro plano que ainda se aparenta em
dimensionalidade com o nosso Malkut, apresenta várias diferenças que sob o
ponto de vista físico-dimensional são quase imperfectíveis mas que sob a
perspetiva da mente (consciência) apresentam diferenças bem significativas.
Afirma o axioma Hermético – “Assim como é em cima é embaixo”. Por isso
para perceber o primeiro plano Kellipotico, poderemos olhar para a semelhança plástico-mental
que ele tem em relação aos planos etéreos dos nossos planos do nosso segundo
mundo. Ou seja, embora, aparentemente este seja um mundo que apresenta aparência
tridimensional, ela só existe, resultado da construção mental dos seres que
nele interagem e habitam. Na verdade é essa elevada plasticidade que apresenta a
aparente tridimensionalidade, o que significa que todos os cenários que parecem
existir, apenas se sustêm resultado da vontade dessas consciências.
Isto é válido para ambos os mundos, das duas Arvores da Vida, tanto para
os nossos planos etéreos como para o primeiro e segundo planos Kellipoticos,
pois eles equivalem em sentido oposto aos nossos planos etéreos (etéreo
superior=segundo plano Kellipotico e etéreo inferior=primeiro plano
Kellipotico). As diferenças entre os planos equivalentes são representadas
apenas pela oposição à forma como se estabelece a LEI do MOVIMENTO e por sua
vez, essa manifestação da LEI, altera de forma absoluta todas as restantes
condições expressas nas restantes fragmentações da LEI.
Recorde-se que não é aceitável que nestes planos ou mundos Kellipoticos,
os seres-espíritos da nossa hierarquia (humana), possam existir, ou melhor, é
desaconselhável e não-natural que um ser-espirito humano baixe para tais planos
ou estados vibracionais. Não sendo natural e não fazendo parte sequer dos
mundos a que devemos aceder na matriz que nos é destinada, não significa que
alguns não terminem, por várias circunstâncias, por ficar aprisionados nesses
planos.
Desde magos negros, estudantes cabalistas pouco experimentados, e tantos
outros, até os simples e incautos buscadores que, levianamente manuseando
procedimentos das ciências sagradas, acabam por entrar nos “portais” de acesso
a estes planos e terminam por ficar aprisionados e viver os horrores que estes
planos representam para uma mente/consciência da hierarquia humana. Muitos
deles, são assediados e influenciados por seres destes planos que assim podem
usar suas consciências e suas qualidades como instrumentos, para seu benefício
pessoal.
O experimentalismo cabalista e mágico que os altos iniciados Herméticos
conhecem, permite-nos descrever apenas os primeiros planos Kellipoticos a que nos
referimos aqui, embora seja possível com base na sua matriz e no próprio
esquema que é a Arvore da Vida, perceber e projetar como serão os restantes
mundos Kellipoticos, em função da forma como as LEIS atuam nestes primeiros.
Mas é seguro afirmar que nunca nenhum ser de 3ª dimensão, tenha acedido para
além dos dois primeiros planos Kellipoticos.
Mesmo para explorar o primeiro mundo Kellipotico, faz-se necessário que
o ser de 3ª dimensão tenha um profundo domínio da mente e todos os seus
processos, visto qualquer descontrolo sobre os processos mentais que no mundo
físico, quase nada representam e nos planos etéreos, apenas representam breves
e desagradáveis experiencias, aqui, um simples movimento negativo da mente,
pode representar sua total e eterna condenação a esse estado de consciência e
sofrimento.
Qualquer ser-esprito que preserve medos e “fantasmas”, por mais
profundos e adormecidos que esses “fantasmas”, possam permanecer, a condição em
que as LEIS se manifestam nestes planos Kellipoticos, levam obrigatoriamente a
que toda e qualquer polaridade se altere e assim tudo o que aparentava ser
harmonia e absoluto controlo, passa a manifestar-se aqui como apenas, a outra
polaridade, que existe de fato, como caus e horrores incomensuráveis.
Para ser seguro ao ser-espirito de 3ª dimensão aceder a uma experiência
nestes dois planos é necessário que nele exista, não apenas o equilíbrio
através do controlo da LEI da polaridade. Este, tem que viver num estado de
absoluta nulidade e não de neutralidade dos seus medos e fantasmas. Caso não
tenha a certeza do seu absoluto domínio dos medos e fantasmas através da sua
absoluta nulidade, o ser deve evitar aceder a estes planos, pois ao fazê-lo,
garantidamente estará a condenar-se eternamente, pois ficará ai aprisionado,
até que o seu espirito-consciência se extinga.
Não há salvação para aquele que entrou nestes mundos, num estado de desequilíbrio
ou até de neutralidade. Aqui realiza-se a condenação ao fogo eterno do inferno que
tanto falam as religiões. O fogo, está representado pelo medo que cada um de
nós transporta como um fantasma que vive sem ser visto dentro de todo o
ser-espirito, mascarado nas várias peles que o “eu” (EGO) assume.
Apenas seres de 4ª e 5ª dimensão poderiam tentar resgatar alguém
aprisionado nestes planos e mesmo assim, não seria garantido que esse ser de
4ª/5ª dimensão tivesse êxito em seu prepósito, pois para isso, seria necessário
que o candidato ao resgate, tivesse percebido os motivos que o aprisionavam e
deles, se conseguisse livrar, através da sua absoluta anulação. Aqui realiza-se
a imagem da salvação que foi atribuída a Jesus quando se afirma que desceu ao
inferno para resgatar santos que aqui estavam aprisionados.
Existe um umbral que representa um intervalo entre os dois mundos e
neste umbral, pré-existem as condições de ambos os mundos, mas para os seres de
3ª dimensão, apenas se percebem as projeções mentais inerentes à
tridimensionalidade do nosso mundo, no entanto, já pré-existem características
que representam a forma como atuam as LEIS nesse outro primeiro plano
Kellipotico.
Neste umbral, e do lado tridimensional, ou seja, do lado do portal que
liga o nosso mundo ao primeiro mundo Kellipotico, ainda é possível ao ser menos
experimentado que entra nele, poder sair. Embora as hipóteses sejam pequenas,
pois a maior probabilidade é a morte física e ai, descarnando neste umbral, o
ser-espirito humano, seria atraído de imediato para esse primeiro mundo
Kellipotico e em definitivo, dar-se-ia o seu eterno aprisionamento.
Referir ao estudante / buscador(a) que a descrição que fazemos não
pretende afirmar que estes mundos sejam negativos ou positivos, mas apenas
dizemos que eles são extremamente nefastos para seres de nossa hierarquia. Isto
não significa que os seres que vivem nestas dimensões sejam nefastos, porque
para eles, estes planos representam a natural matriz evolutiva de sua
hierarquia e isso deve ser entendido e respeitado.
Como afirma o hermetismo, o bem e mal são conceitos relativos à nossa limitada
condição de ignorância e devemos ter o devido cuidado ao aplicarmos auto-juizos.
Assim como para o ser humano, o ambiente subaquático é não-natural e até pode
mostrar-se nefasto, se nele entramos sem a devida preparação (equipamento para
respirar), não podemos afirmar que por esse fato, todo e qualquer ser que vive nesse
mundo, seja um ser negativo ou maléfico.
Recorde-se que “ASSIM COMO É EM CIMA É EMBAIXO.
A evolução é algo bem diferente para os diferentes seres que existem nos
variadíssimos mundos, das variadíssimas Arvores da Vida que existem, nos
infinitos universos, e todos, absolutamente todos, são parte da CREAÇÃO. Todos
temos como último e derradeiro objetivo, voltar a ser parte íntegra do INEFÁVEL
(DEUS). Recordemos permanentemente que
os julgamentos apenas são fenómenos necessários aos seres obrigados às leis da
dualidade e inerentes às suas limitações percetivas.
LUZ PARA TODOS, HERMETISMO PARA
TODOS.
.´.A.´.C.´.
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