sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Reflexão sobre Transcendente, Imanente, Infinito e Limite.


 A melhor forma de caracterizar o NADA, é com o que o ser humano entende por antagonismo de tudo o que é por si consciencializável, imaginável ou até inimaginável – o NÃO. Tudo o que esteja fora deste conceito será certamente parte do  CREADO, parte da Imanência, mesmo que  aparentemente nos pareça TRANSCENDENCIA.

Se assim não for, chegaremos a conclusões erradas quanto às grandes questões que o Hermetismo tem vindo a levantar e a tentar responder;
?Quem é DEUS, onde começa o Mundo Transcendente e termina o Imanente? ?O que os LIMITA? Como foi CREADO o Mundo Imanente? Com que propósito? O que caracterizam os níveis da Imanência? Entre muitas outras questões…

Se a principal característica do MUNDO DE DEUS e do PROPRIO  não for o antagonismo do que julgamos ser tudo o consciencializável, imaginável e inimaginável, então nunca estas perguntas terão todas e em simultâneo das suas devidas respostas.

Foi ensinado, até aos dias de hoje que a característica do Infinito, o Ilimitado é uma das faces do Mundo Transcendente, mas na verdade, estes, são os LIMITES, mas ainda dentro do Mundo Imanente, embora que dos quais não temos capacidade para perceber o seu fim, ou seja, sendo o conceito de Ilimitado algo pertencente ao CREADO, unicamente confundimos com uma característica do Transcendente, porque a nossa limitada percepção não consegue perceber o seu LIMITE  e isso leva-nos ao erro de pensar que para resolver tal questão de limitação, devemos coloca-lo fora do nosso alcance. Esta seria uma forma cómoda de resolver algo de difícil entendimento ou até de impossível entendimento para o limitado estado perceptivo do ser . Mas vejamos.  Se o Infinito fosse de fato característico do Transcendente ele não existiria, certo?!! Não existiria para a nossa percepção. Então, como poderíamos ter percepção dele?!! Mas temos. Temos percepção de muitas coisas, quase tudo que para o ser é entendido como infinito, é simultaneamente consciencializável. Então não pode ser Transcendente, apenas não conseguimos consciencializar o seu LIMITE e por isso decidimos chamar a isso infinito. Mas tem fim, só não temos percepção dele.

Para perceber a exposição do tema, deveremos iniciar pela questão do LIMITE. ?O que limita tudo? ?Onde está o LIMITE entre o Mundo Transcendente e o Imanente? Os que os LIMITA? ? o que Limita / separa os vários planos do Mundo Imanente? ?O que origina a descontinuidade, tornando o Mundo Imanente no que temos como tal?

Pois a resposta para todas e muitas outras perguntas está na VIBRAÇÃO, é ela que separa os dois estados PRIMORDIAIS: o NADA do TODO. Assim sendo o primeiro movimento, ocorrer pela VIBRAÇÃO PRIMORDIAL, aquela que originou o TODO e só ai, no estado do TODO, na presença da primeira  Vibração se situa o que entendemos por parte do estado Transcendente que para o ser é apenas entendível | imaginável. Então o elemento limitante de todos os estados, de todos o níveis, planos existenciais, quer seja da designada Transcendência ou Imanência  é a vibração. Assim sendo devemos reflectir sobre o que é de fato característica da vibração, até que estado de subtileza ela nos leva.

Tudo o que vibra é característica do Mundo Imanente e tudo o que não vibra é pertencente ao Transcendente.

 Está é uma afirmação correcta, mas devemos questionar e reflectir sobre a subtileza da vibração onde ela acaba, ou seja, aqui também sobre o seu LIMITE. Será que ela é finita ou infinita? Sendo que para melhor entender esta reflexão devemos entender como infinito, tudo que foge à nossa capacidade de lhe encontrar o LIMITE. Então, a vibração tem LIMITE?  Se tudo o que vibra é parte e característica do Mundo Imanente e o LIMITE da vibração pode estar fora da nossa capacidade de percebe-la, então, mesmo sendo ela limitada,  para nós, pode-nos parecer ilimitada, pois não percebemos aonde ela termina. Bem no fundo é este mesmo o estado actual do entendimento e é este o motivo porque se cometem muitos erros no estudo Hermético sobre alguns estados vibratórios. Vejamos um exemplo que consideramos de forma errónea como estado e característica do Transcendente;

O amor – muitos afirmam que o amor é uma característica do Transcendente, por isso não vibra. Mas na verdade vibra, se não vibrasse, não seria não só imperceptível, como não existiria de facto. Para entender o que é o amor no estado do Transcendente, recordamos que no inicio desta reflexão falamos da chave para caracterizar o Transcendente – o NÃO, então, o amor quando em estado de Transcendente, torna-se NÃO- AMOR. Já quando ele é percebido, como amor, ou mesmo não o sendo ainda percebido, está já no estado Imanente, independentemente do seu grau elevado de vibração, nos vários níveis de subtileza, mas sendo amor, já não é parte do NADA, pois para ser parte do NADA, estaria em estado de NÃO- AMOR .

Por isso o ódio e o amor, nunca conseguirão ser o mesmo, no estado Imanente, pois só no estado de NADA, podemos ter potencialidades diferentes UNAS, sempre que se dá a vibração, dá-se o limite, a fragmentação que separa os diferentes níveis vibratórios e assim cria coisas, condições, sentimentos, estados diferentes, gerando o que entendemos por pólos, enquanto observamos ou sentimos esse algo ou evento.

No verdadeiro estado Transcendente, no estado do NADA, tudo, absolutamente tudo está em estado NÃO. Esta é a melhor imagem para entender os atributos do estado da Transcendência e não cometer erros ao pensar NELE como infinito ou sem limites.

É pois pela vibração que tudo no TODO existe e pela NÃO-vibração que o NADA é o verdadeiro e único plano Transcendente.  

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