domingo, 19 de junho de 2011

O jugo do ser - as limitações impostas pela percepção.

A forma mais simples da mente limitada do ser entender Deus, é através da imagem que se pode considerar a mais aproximada de DEUS.

Diz a Cabalá que DEUS criou o Universo ou como se diz nas ciências esotéricas o Mundo Imanente, para se poder ver a si próprio. Pois se Deus é único e infinito, para alem dele, antes da criação, nada mais existia, então, mesmo que ELE quisesse não se conseguiria ver e como Infinito que é no Seu Mundo – Mundo Transcendente, nada pode estar para alem dele, então ele teve que criar “Espelhos” – Mundo Imanente (O nosso Universo e como diz a teoria de Supercordas e Teoria M, os outros universos paralelos), sendo que todos eles no esoterismo pertencem ao Mundo Imanente.

Este conjunto de Espelhos que são o Mundo Imanente, mesmo assim não conseguem, mesmo que parcialmente, mostrar um fragmento exacto do reflexo do SER que é DEUS. Pois como qualquer espelho, têm limitações e imperfeições, reflectindo de forma ténue o que de facto é parte da imagem real. Isto para alem do facto de DEUS ser Infinito e o conjunto de “espelhos” que os reflectem, são finitos, por isso, só reflectem uma parte – finita da sua verdadeira imagem.

No entanto, esta é a melhor forma para explicar, aquilo que as religiões não conseguem, de forma simples explicar aos crentes, quando afirmam que somos feitos à imagem de DEUS. Mas não somos só nós - seres humanos, mas sim tudo o que existe, mesmo o que as nossas limitadas percepções não conseguem captar e que existe neste Mundo Imanente. Tudo isso junto, todos os universos creados e em todos os planos (planos significando ao nível da hierarquia Imanente - creado por DEUS: Mundo físico e os mundos espirituais – todos eles estão fora do que se pode designar o Mundo de DEUS – Mundo Transcendente), somos, todas as coisas, seres e fenómenos dos universos creados, um reflexo de DEUS – do PODER SUPERIOR.

Então quem quiser entender DEUS por uma imagem, terá que imaginar que ele é para alem de tudo o que é na nossa limitada concepção dos Universos, TUDO isso e TUDO o que para nós é inimaginável.

Assim como toda a matéria, orgânica e inorgânica, tem um determinado nível de ciência ou de informação se pretender, como é afirmado pela física quântica. O ser humano, concretamente, tem também um nível de informação, mas devido ao seu grau de desenvolvimento, o seu nível de percepção é também mais complexo do que os seres do mundo animal ou os seres inorgânicos. Então podemos afirmar, sob o ponto de vista do ser – observador que só vemos, percebemos, damos conta, temos ciência do que o nosso nível perceptivo somos capazes de captar/de perceber. O que percebemos, vemos, sentimos, etc., depende do nosso nível de desenvolvimento perceptivo e é isso que forma o universo aos nossos olhos – o nosso universo, a nossa verdade e realidade. No entanto, devemos estar cientes que para alem do nosso nível perceptivo, existem coisas, fenómenos, dimensões, planos, etc. que não se fazem presentes pelas nossas limitações perceptivas, mas que existem, mesmo não existindo para nós, pois, para o ser só existe o que para ele é percebido e isso depende do seu nível perceptivo.

A limitação perceptiva do ser é criada pela mente como forma de dar e preservar a individualidade, através do ego – instrumento usado pela mente para proteger a sua individualidade enquanto ser, sendo os mesmos mecanismos que a preservam que inversamente aumentam as limitações quanto às capacidades de perceber a totalidade da CREAÇÃO – Mundo Imanente.

As grandes diferenças entre os vários planos ou níveis espirituais, para entender melhor, entre o mundo físico em que vivemos e os planos espirituais, sendo que esses outros planos, não incluem o mundo de DEUS – Mundo Transcendente, são a maior libertação do ser (espírito) face aos mecanismos que limitam a percepção. Quanto mais elevado é o estado espiritual, menores são os limites perceptivos. Como exemplo, um ser que espiritualmente esteja no topo da hierarquia do mundo Imanente – os que as religiões designam de anjos, têm uma imagem de DEUS que nenhum ser humano consegue entender devido às sua limitações perceptivas, mas mesmo assim, até esses seres não têm acesso a DEUS ou a uma perfeita imagem do que ELE é ou representa. Têm isso sim, uma melhor percepção, mas nunca a real percepção. Quando nos referimos à percepção de DEUS, também nos referimos aos restantes planos perceptivos, quanto mais elevada a hierarquia do ser (espírito), maior a sua percepção do mundo Imanente, mas nenhum destes seres, tem acesso ao plano Transcendente, enquanto ser do plano Imanente. Isto mostra bem o quão longe se encontra DEUS, ou seja, o quão distante, para o nosso entendimento, estamos de DEUS, mas não nos podemos esquecer que o inverso não é verdade, pois para DEUS é fácil estar perto de nós, pois nós somos, para ELE, um dos seu inúmeros reflexos. O Infinito percebe o finito, mas o finito e a sua percepção limitada são incapazes de perceber o INFINITO, apenas percebem pequenas partes, ínfimas partes desse Infinito.

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