quarta-feira, 13 de abril de 2011

A Simultaneidade e a mente

Um ser Humano sem memórias voluntárias, viveria como um ser vegetal que só tem memórias involuntárias, pois estas últimas, só lhe permitem manter os processos vitais à vida (respirar, o bater do coração, funcionamento dos rins, fígado, etc.), sendo até mesmo os movimentos físicos, andar, correr, etc., processos aprendidos através da observação / comparação. A partir da, observação, repetição e da assimilação – memorização, o ser Humano aprende a utilizar toda uma serie de funções físico motoras, intelectuais, etc. – treinando e ordenando a sua execução aos órgãos correspondentes.

Sob o ponto de vista mental, também é desta forma que o ser Humano cria as suas memórias voluntárias e por sua vez, desenvolve o seu ego. Sendo assim, pode-se afirmar que o que fazemos de facto no que designamos pelo acto de pensar, nada é mais do que associar estereótipos, modelos, padrões, conceitos, ideias, etc. do nosso entorno, sendo o pensamento a formatação da informação recebida por forma a dar-lhe uma linguagem individualizada. Este processo de individualização da nossa mente, cria a ilusão de que aquilo que dignamos por pensamento é algo genuinamente nosso, e não algo colectivo que a mente formata para uma linguagem interna através do pensamento, recorrendo a uma base de memórias individual.

Podemos concluir que este processo – criação de memórias - nada mais é do que uma visualização e comparação de acontecimentos similares, observados e arquivados na base de memórias individual, sendo aqui a visualização o cerne da questão, quando se trata de falar sobre o princípio da simultaneidade no que ao estado mental se refere.

A mente Humana, no actual estado evolutivo, torna o princípio da simultaneidade inviável, visto ela precisar de recorrer à criação do tempo cronológico para produzir o pensamento, isto é, precisa de criar o passado e dentro deste o conceito de antes e depois, onde se situa a memória em si, comparada, percebida e assimilada. Para perceber melhor esta afirmação, tentarei utilizar a numerologia como suporte, a saber:

Fase 1 – Acontecimento primordial aquele que é intemporal, mas imperceptível para a mente no actual estado.

Fase 2 – O contraste do 1, o que é percebido pela mente de forma inconsciente, mas fica gravado na sua base de memórias.

Fase 3 - O acontecimento repetido e comparado com o que estava guardado nas memorias (o 2 mental).

Fase 4 – O resultado do pensamento propriamente dito, aquilo que a mente assinala como sendo seu, após ter comparado, incrementa ao resultado da comparação entre o 2 e o 3 as características do seu ego, individualizando-o assim, parecendo-lhe que este é de facto uma memória genuinamente sua.

A necessidade da criação do tempo cronológico dá-se devido à incapacidade que a mente tem de perceber determinado acontecimento primordial (o 1 mental), só quando surge o seu contraste (o 2 mental) é que se torna perceptível para a mente. Sendo o acontecimento percebido (o 3 metal) e o (4 mental) o resultado da formatação que o nosso ego faz do acontecimento em si (do 2 mental) como da mescla e comparação que faz com o acontecimento percebido no (3 mental). Então só se a mente, percebesse o UM, poderia ser discutível se é possível ou não a simultaneidade da mente. Pois a mente neste estado precisa sempre que o mesmo fenómeno se repita, como contraste do primordial, e outras tantas vezes, para o perceber, comparar e assimilar, sendo que para si – mente, o dois, é o primeiro no seu nível de consciência.

Então a necessidade de colocar por ordem cronologia nem sequer é voluntária para a mente, mas sim uma necessidade involuntária, devida à sua limitação de perceber o acontecimento primordial.

Para a mente Humana a criação do tempo, só acontece porque ela necessita de, estando diante de um acontecimento (o 3 mental), identificar, através do acesso à sua base de memórias, quando gravou o contraste (o 2 mental), desse acontecimento. Assim sendo só é possível à mente humana a simultaneidade se/e quando ela consiga ver o UM.

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