sexta-feira, 22 de abril de 2011

Conceito de tempo, destino e mobilidade dentro destes.

O tempo como a mente Humana o entende, tem obrigatoriamente uma conotação cronológica, devido ao facto já constatado, da mente precisar de criar pontos de referencia face aos acontecimentos ocorridos sequentemente, criando uma ordem que se definiu por cronológica, por forma a percebe-los. (…)(Ver texto Simultaneidade e a mente)

O passado, presente e futuro, só existem para a mente, é um artifício da mente ou se preferirem uma limitação, gerada por um conjunto de condições, pois de facto só existe o “agora”. Tudo está no “agora”. Devido à limitação da percepção da mente, somos incapazes de ver e estar no TODO do Universo. Falta à mente aumentar o seu nível de percepção cósmica ou se preferirem, de consciência, para que ela consiga ver e estar em mais que um tempo e local em SIMULTANEIDADE. É esta incapacidade que nos torna seres individuais com características “aparentemente” únicas, mas esta individualidade, sendo necessária para que o mundo exista como o conhecemos, também é por ela que somos e temos perspectivas fragmentadas da realidade, do tempo e do espaço.

Tudo o que a mente entende por passado e futuro, ainda existe e já existe respectivamente no presente “agora” e continuará a existir sempre, pois o tempo não existe, não transcorre, não passa. Assim sendo se o tempo não existe, o que existe no presente continuará a existir permanentemente.

O que muda de facto é o cenário onde a mente emerge a sua percepção. Vamos criar um exemplo para explicar e clarificar melhor este fundamento. Imaginemos um areal de praia em que cada grão de areia é um “cenário - o nosso universo”, a nossa realidade no que entendemos por presente. O que nós conhecemos como realidade, cenário do mundo onde vivemos, existe de facto e nele estão presentes todos os elementos constitutivos que percebemos, mais os imperceptíveis. Mas o ponto focal deste conceito, situa-se no “cenário” que designamos por realidade e tempo presente, este, é um entre ilimitados “cenários” já criados e existentes num conjunto ilimitado de possibilidades.

Quando nascemos, nascemos num desses “cenários” fruto de um conjunto de “causas” que não dependeram de nós enquanto mente presente. Mas a partir daí, movemo-nos de “cenário” em “cenário”, fruto das decisões de tomamos e das influencias que sofremos das decisões tomadas pelos que nos rodeiam. É este fenómeno de permanentemente emergir em cenários com ajustamentos dos acontecimentos a que designamos de realidade que nos cria a ilusão que o tempo decorrer, isto, mais um conjunto de efeitos provocados pelos Princípios Universais. A ilusão do decurso do tempo é pois fruto desse emergir permanente e dos efeitos que geram conjuntamente a ilusão de decurso de tempo: o dia a noite, as estações do ano, o nascimento e morte, etc., etc., que nada mais são que ciclos de vida, representados pelos Princípios do Ritmo, Polaridade e Género. Nada tendo a ver com tempo, pois como já referi, este só existe no presente, no “agora”.

Assim os efeitos que designamos por efeitos advindos dos PRINCÍPIOS, são comuns a todos os “cenários”, manifestando-se em todos eles. No entanto a mobilidade com que conseguimos efectuar a emersão de “cenário em cenário” é, para o comum dos seres Humanos limitada, por assim dizer. Conseguimos mover-nos para os “cenários” imediatamente próximos do que corresponde ao nosso actual, embora esta aparente limitação represente por si um imenso conjunto de possibilidades, mas possibilidades estas que mantêm maioritariamente as bases do “cenário” anterior. Possibilitando que o ser perceba pequenas alterações, mas na essência, mantendo a suposta coerência da ilusória realidade única e presente no tempo, reforçando assim a ideia e sensação de dias passados, devido à sucessão de pequenos acontecimentos que geram as sucessivas alterações na “nossa realidade”.

Imagine que estamos num cenário e temos uma atitude passiva em relação às causas que podem provocar alterações no cenário, mesmo assim, porque sofremos influencias de tudo e todos os que nos rodeiam, sofremos as consequências, somos influenciados pelas causas provocadas por estes. Portanto aqui também podemos desmistificar o “acaso”, “o destino”, pois este, como o tempo, não existe, existem sim consequências resultado de causas, quer sejam elas criadas por nós ou por outros, mas que influenciam indiscriminadamente quem está por perto e/ou quem se deixa influenciar por elas.

Então podemos aceitar que a mobilidade de “realidade em realidade” ou “cenário em cenário” é em situações ditas normais, provocada por causas - actos, desejos, etc., nossos ou dos que nos influenciam directa ou indirectamente e em função dessas causas, emergimos num cenário que corresponde ao conjunto exacto de consequências resultantes dessas causas. Este, é o normal decurso do que se designa por dia-a-dia na percepção do ser Humano.

Com base nesta perspectiva do que é de facto o tempo, o destino e forma como nos movemos ou como somos movidos, poderemos compreender fenómenos como: ser possível viajar no tempo, ver o que entendemos por passado, ou até mesmo ter acesso a acontecimentos do futuro. Para isso, basta o ser Humano ter os conhecimentos necessários nestes temas e facilmente de desloca, ou visualiza quer um quer outro (passado e futuro). Também é possível entender fenómenos de “déjà-vu”, sensações de medo, de simpatia, etc., perante determinada pessoa, acontecimento, etc., isto porque também durante o sono, podemos estar a vivenciar outros cenários, mas noutro nível de consciência, o que leva a concluir que podemos estar a viver uma outra vida em paralelo quando dormimos ou no mínimo certamente, alguns episódios num outro cenário que não naquele em que estamos, no que designamos presente.

A possibilidade de voltarmos a viver num cenário passado de forma normal, entenda-se – deixando que sejam os efeitos das causas e consequências que nos guiem a ele, é por estatística, no mínimo, improvável. No entanto é possível, para quem tem os conhecimentos necessários, aceder directamente a ele, mas também isso é possível para o ser experimentado - situar-se no futuro, próximo ou longínquo.

Assim sendo também podemos concluir que o que a ser Humano entende por passado, não é mais que o numero de cenários que já vivenciamos, sendo todos os outros potencialmente o que entendemos por futuro.

As fórmulas para dirigir o nosso destino ou inclusivamente para nos deslocarmos para cenários próximos ou longínquos, já vivenciados por nós (passado) ou não vivenciados (futuro), estão presentes nos PRINCÍPIOS, quem os conhece e domina, domina a arte de controlar o seu “destino”, assim como a arte de ver e presenciar o “passado e futuro”.

Para alem da luz que se pretende fazer sobre o conceito de tempo, destino e mobilidade dentro destes, a conclusão que pretendemos que se retire daqui, está bem explicita desde há séculos nos ESCRITOS, a única novidade que introduzimos aqui é a mensagem actualizada à nomenclatura contemporânea.

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