Chama-me
a atenção o tema, porque trata sobre algo que transcende aquilo que o tornou
famoso – o suposto amor de um nonagenário pela sua companheira de 75 anos de
jornada. Aquilo que ninguém percebe estar no centro desta sua saudade, amor e
também nesta forma de homenagem – o desconhecimento sobre a finitude do
fenómeno que é a vida. Isto porque relegamos sempre para mais tarde, o ter que
nos relacionar com esse ato temporal que é a vida.
A
nossa incapacidade de perceber a vida, está profundamente relacionada com a
nossa óbvia relação com a morte. Porque socialmente nos invalidaram da
capacidade de perceber o ciclo da existência, essa mesma incapacidade, gerará
sempre fenómenos destes. A saudade e o sofrimento, serão sempre eternos
companheiros do ser humano que teime em não mergulhar em si mesmo e num ato
sincero de profunda busca, se esforce por desmistificar o ciclo da existência humana,
onde uma breve parte dele, ocorre no que percebemos como – nascimento, vida e
morte.
Para
todos (as) impreparados (as) para este ato que é o fenómeno da vida, estas
minhas palavras soarão absurdas, mas é claro que sim….!
O
mesmo sentimento que gera o medo disfarçado na expressão “…nas que absurdas
palavras…que frieza…..devemos ter saudades sim….”
Eu
digo: Sim devemos deixar-nos levar pelo medo que se oculta nessas expressões e
comportamentos tidos por códigos sociais que todos seguem sem questionar e
deles retirar os seus frutos – sofrimento constante, devido à falta de
entendimento pleno.
Não
pretendo negar o amor e a união dos seres enquanto vivem a experiência que é a
vida, também não pretendo afirmar que esse sentimento não deva ser perpetuado,
apenas digo que enquanto vivemos esta vida, devemos aprender tudo sobre ela, absolutamente
tudo.
“AC”
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