sábado, 7 de setembro de 2013

O rosto e as mascaras.



Hoje é dia de reflexão.
Não porque seja sábado, mas porque o espirito me pede, hoje é um bom dia para reflexão.
Nestes últimos anos da minha vida, longo foi o caminho que percorri. Muitos chamariam ao que eu chamo de caminho, martírio ou inferno, eu chamo apenas caminho.
Os eventos que nele ocorreram foram reflexo das minhas opções. Mesmo quando sofrendo de efeitos motivados por terceiros, é sempre na minha derradeira visão, consequência do que permiti a esses terceiros, através dos atos que terminaram por me atingir.
Costumo afirmar:
A nossa vida acontece em função das nossas decisões, certamente que sim, mas as cicatrizes que transportamos, são fruto das decisões que permitimos e deixamos nas mãos de outros.”
Olho e vejo todos os eventos como parte do meu caminho. Isto também aprendi nestes últimos anos, onde o saldo entre o positivo vs. Negativo, é imensamente bom para mim, enquanto ser humano. Em parte, o que contribuiu para que uma época de aparentes infortúnios se tornasse num campo de trabalho do caracter humano, foi-me dado por um mestre que me ensinou a mestria e o segredo de como revelar os códigos que se escondem em todos os atos que são o somatório que designamos - vida.
Mas mais do que ensinar alguns desses segredos, com ele aprendi a mestria de desvenda-los, através das ciências milenares, perpetuadas por alguns dos seus mestres, também eles, mestre dos mestres do meu mestre e por isso meus mestres também.
É muito fácil, citarmos frases de uns e outros, que foram perpetuadas na história da humanidade por aqueles que as percebem plenamente, mas que são vulgarizadas por aqueles que apenas pretendem aparentar percebe-las. Eu a isso chamo a sutil ignorância.
Para quê citar Platão, Sócrates, Pitágoras, Confúcio, Hermes, Apolónio, Fernando Pessoa, António Vieira e tantos outros, se apenas sabemos, articular as suas palavras, sem nunca perceber o seu mais profundo significado. Diria, para parecermos ser, aquilo que não somos, nada mais.
Ao contrário, para quê, perceber profundamente os seus significados, se estes só se encontram no profundo e eterno silencio que gera a reflexão e por sua vez, este silêncio, é incompatível com o modus operandi das “gralhas” que precisam apenas do inconsistente espalhafato do “parecer ser”.
Neste emaranhado de pensamentos, quase roçando a angustia por ver tantos aparentes iminentes sábios e cultos seres, lembrei-me de recorrer a um dos meus mestres e neste dia de sábado de Setembro, chamei aqui as, essas sim, sábias palavras do Mestre Pitágoras, contidas nos seus versos e no seu profundo significado mais esotérico.
Mas mesmo antes de passar a citar esses versos, gostaria de deixar uma legenda, em duas das suas citações, para aqueles que no final, não conseguirão perceber o seu verdadeiro significado:

Antes de fazer alguma coisa , pense , quando achar que já pode faze-la , pense novamente .”
Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, então cala-te.”
Pitágoras


OS VERSOS DE OURO DE PITÁGORAS

Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
 A seguir, reverencia o juramento que fizeste.
Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.
Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.
Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.
Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.
Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.
Mas não afastes o teu amigo por um pequeno erro,
Porque o poder é limitado pela necessidade.
Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões:
Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.
Não faças junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.
E, sobretudo, respeita a ti mesmo.
 Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.
E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.
Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos;
E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.
Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for,
Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.
Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.
E lembra-te que o destino não manda muitas desgraças aos bons.
O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.
Portanto, não aceites cegamente o que ouves, nem o rejeites de modo precipitado.
Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.
Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora:
Não deixes que ninguém, com palavras ou atos,
Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.
Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas,
Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.
Mas fazer aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.
Não fazer nada que sejas incapaz de entender.
Porém, aprender o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.
Não esquecer de modo algum a saúde do corpo,
Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.
O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.
Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.

“Pitágoras”

Sem comentários:

Enviar um comentário